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quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

A MELHOR OPÇÃO

Há algum tempo atrás, estive para comprar uma casa muito boa perto da casa de minha filha que é casada. Ela possuía  seis quartos, três deles eram suítes, uma cozinha de uns cinquenta metros quadrados, um grande salão, varandão em toda sua volta, num anexo lavanderia, quarto de empregada com banheiro, sauna, churrasqueira. Tal casa estava edificada num terreno plano, arborizado e gramado, com garagem para três carros, tudo isto por apenas cento e oitenta mil reais. Razão desta pechincha: A casa não possuía qualquer documentação, ela foi construída num terreno de posse e o vendedor só possuía comprovantes de que á posse era antiga, com mais de dez anos. Como para mim não haveria muitos problemas, pois como advogado estou acostumado a descascar abacaxis bem piores, falei com o vendedor que me interessava o imóvel, só faltando alguns ajustes para capitalizar o valor pleiteado já que com o imóvel assim, não poderia pleitear financiamento para adquiri-lo. Estava assim descansado, fazendo dinheiro, achando que o aludido imóvel seria meu, pois para mim eu era a única opção para o vendedor da casa, já que do meu ponto de vista, ninguém se interessaria arriscar cento e oitenta mil reais num imóvel em tais condições, sem escritura, sem "habite-se" com total falta de documentos comprobatórios da propriedade. Passados alguns dias, vejo pessoas estranhas na casa, só então percebo que a casa havia sido vendida a terceiros e muito triste constato, que eu não era a unica opção do vendedor, haviam mais pessoas interessadas em correr o risco para ter aquela bela casa, que com a documentação acertada, valia perto de seiscentos mil, com o acréscimo de uma piscina então, chegaria fácil a setecentos mil. "Dormi no ponto" por achar que era a única opção, com isto perdi um excelente negócio. Em outros campos da vida, também achamos que somos a melhor ou a única opção para alguém e ficamos descansados, como que dando tempo ao tempo, esperando que a outra parte praticamente nos implore o nosso amor, quando de repente somos pegos de surpresa, ao descobrimos que havia um concorrente com mais capacidade que nós e não titubeou em arrebatar aquele prêmio que nós havíamos negligenciado e dado pouco valor. Sim, é muito triste quando isto acontece, vermos escapulir por entre nossos dedos algo valioso, que já contávamos como nosso, deixando passar uma oportunidade que com certeza jamais voltará atrás. Assim, a vida tem me ensinado algumas coisas, muitas delas de forma dolorosa que é: Não se supervalorize, achando que é a melhor opção para alguém e que outros não estão interessados na pessoa que maltratamos e desprezamos. Pior ainda é achar que somos a única opção para alguém sair de uma situação solitária, raciocinando no íntimo, se não for comigo vai ficar "pra titia". Minha vó já dizia, que há sempre um chinelo velho para um pé doente. Desta forma devemos estar atentos aos que nos rodeiam e demonstram por palavras e atos que nos querem bem. Tratemos tais pessoas bem, retribuindo a atenção e o carinho recebido. Não devemos ficar absortos em devaneios pensando ou tentando adquirir algo que reportamos como melhor e só depois quando damos com os "burros n`água" é que pensamos voltar à nossa atenção para aquela pessoa que deixamos em "stand by". É um comportamento perigoso, pode ser muito tarde e veremos com tristeza que perdemos a oportunidade de ter alguém que nos amava, já que não éramos a melhor e muito menos a única opção dela.           

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