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terça-feira, 27 de maio de 2014

MAC ARTHUR PARK, MINHA MÚSICA FAVORITA





Existem músicas que marcam definitivamente nossas vidas e por mais que passem os anos, elas continuam nos deleitar por seus acordes, simetria, arranjos e versos como uma verdadeira obra prima. É o caso da música com um arranjo lindo e de versos emblemáticos do grande compositor e maestro Jimmy Webb, chamada de "MAC`ARTHUR PARK". Não é fácil escolher a sua sua música favorita num universo de milhares de lindas músicas, que a cada ano são acrescentada a outras tantas também belas. Para mim, a musica para conquistar tal pole position, teria que possuir não só uma beleza musical, mas algo novo, inédito e bom em seu arranjo, que a destacasse das demais músicas ouvidas até então. Isto, MacArthur Park tem, é um arranjo orquestrado com modulações, desde a aparência do som de um lago tranquilo a um turbilhão de águas caindo em cascata, por isto não tenho dúvidas em dizer, que se tornou a minha música favorita. A gravação original foi do cantor e ator irlandês Richard Harris, que nos seus sete minutos e vinte e um segundos de música, dá uma interpretação dramática e magistral a obra prima de Webb. A música na verdade, chega a ser uma longa peça com variações e arranjos instrumentais incríveis. Seus versos, tem sido objeto de discussões acaloradas, onde alguns dizem que as alusões surrealistas inseridos, tem a ver com drogas, como bolos de haxixe e maconha. Nas comemorações do seu quadragésimo quinto ano de lançamento, o autor Jimmy Webb, disse que seus versos eram uma metáfora sobre o fim de seu relacionamento com a jovem Susan Ronstadt, com quem costumava passear no famoso parque de Los Angeles. Assim, o bolo de receita secreta que se derretia na chuva, conforme se ouve nos versos da música, se trata do derretimento do amor de ambos, que viam sempre casais hippy se casando ou comemorando alguma coisa, comendo bolos naquele lindo parque. Esta parece ser a versão correta, pois no ano seguinte, quando Jimmy esteve no Brasil competindo no Quarto Festival Internacional da Canção, com a música "Evie", outro primor de arranjo orquestral, interpretada por Bill Medley mas que ficou em segundo lugar no FIC de 1969, a letra começava dizendo:"Não há futuro nisto, Evie, nós nunca deveríamos ter começado", talvez se referindo a Susan. Pena que o público brasileiro, não soube apreciar a boa música e os arranjos inovadores de Webb e até vaiou o intérprete Bill Medley, que começava uma vitoriosa carreira solo, depois de ter participado de uma dupla.com Bobby Hatfield, The Righteous Brothers, intérpretes da linda canção Unchained Melody, que foi tema do famoso filme "Ghost". Voltando a música MacArthur Park, ela originalmente fazia farte de uma cantata de vinte e dois minutos, composta por Jimmy. A parte final desta cantata é que se tornou a música, como a conhecemos no seu formato até hoje. Jimmy Webb, foi o único compositor a receber o Grammy, seja pela música como também pela letra, coisa de gênio. Na esteira de MacArtur Park, outros compositores seguiram a trilha de Jimmy Webb de fazer grandes arranjos orquestrais, entre estes podemos citar Paul Ryan, com sua dramática música "Eloise" cantada por seu irmão Barry e até o nosso Egberto Gismonti com a música "O Sonho". MacArthur Park, nestes quarenta e cinco anos, foi regravada por quase duzentos artistas, entre as quais destacamos a de Donna Summer, que é num estilo mais dançante. Mas a minha gravação favorita continua sendo a de Richard Harris, que além de cantor era um excelente ator que estrelou vários filmes de sucessos, entre estes no final de sua vida, dois filmes da saga Harry Porter, onde interpretava o papel do professor Albus Dumbledore. Para mim, MacArthur Park de Jimmy Webb é uma lenda musical que sempre me proporciona momentos muito agradáveis ao ouvir os seus lindos acordes musicais e um arranjo magistral.              

sábado, 24 de maio de 2014

BURT BACHARACH, A BOA MÚSICA QUE MARCOU UMA ERA





Neste mês completou oitenta e seis anos de idade, um dos maiores compositores populares das décadas de sessenta e setenta, cujas músicas embalaram a minha juventude e fazem sucessos até os dias de hoje. Estamos falando do pianista, compositor e maestro BURT BACHARACH. Ele começou na década de cinquenta como pianista e maestro que acompanhava a atriz e também cantora Marlene Dietrich. A partir da década de sessenta se juntou ao grande letrista Hal David e com ele emplacou mais de cinquenta sucessos que estiveram no topo das músicas mais tocadas, não só nos Estados Unidos como na maioria dos países ocidentais. Com seu estilo próprio, onde trazia para o popular, arranjos clássicos e algumas influências do jazz, Burt Bacharach ganhou vários prêmios, inclusive dois Oscar um em 1970 e outro 1982 na categoria de músicas originais dos filmes, "Butch Cassidy and the Sundance Kid" e de "Arthur´s Theme". Suas músicas "I Say Little Player", "What The World, Needs Now Is Love", "Reach Out For Me" "Don`t Go Breaking My Heart" "Alfie" "The Look Of Love" "This Guy´s in Love With You!" "Close To You" "Walk on By" e tantas outras, continuam a fazer parte de trilhas sonoras de filmes de sucessos atuais, como é o caso do titulado em português: "Casamento do Meu Melhor Amigo" onde à mesa todos cantam "I Say Little Player", mostrando assim que o estilo Bacharach continua na moda. Vários foram os cantores e cantoras que perpetuaram suas músicas, tais como Herb Alpert, Aretha Franklin, Dusty Springfield, Tom Jones, Elvis Costelo, Jack Jones, The Carpenters, B. J. Thomas, Traincha e até o nosso Sergio Mendes, mas aquela que foi a sua grande interprete, começou como uma simples backing vocal lá nos idos ano de 1963, seu nome: Dionne Warwick. Foi um casamento perfeito entre um grande letrista, Hal David, um grande músico Burt Bacharach e uma intérprete impecável, no caso Dionne Warwick. Nenhuma cantora ou cantor conseguiu assimilar e transmitir de uma forma única e inigualável a música de Burt Bacharach, como o fez Dionne Warwick. Por várias vezes Burt Bacharach esteve aqui no Brasil, nos brindando ao tocar suas composições célebres e seus belos arranjos, lotando os palcos por onde passou. Dionne Warwick também tem andado por aqui, ela chegou ao ponto de ter uma casa de veraneio na Bahia e um apartamento no Jardim Botânico no Rio de Janeiro. Observando o mundo como está, onde as pessoas não tem mais amor, nem entre parentes mais achegado, como entre pais e filhos, de vez em quando me pego cantando sozinho, uma música, lá dos idos ano de 1965, "What The World, Needs Now Is Love", onde o letrista diz entre outras coisas em versos simples que, o que o mundo precisa mesmo é de amor, de um doce amor, não apenas para alguns mas para todo o mundo, pois o amor é a unica coisa que tem bem pouco no mundo. Se isto já era necessário, lá naquela década de sessenta, imagina agora neste conturbado, violento e desamoroso mundo atual. Grande verdade dita em versos pelo falecido Hal David e musicada pelo octogenário e excelente compositor Burt Bacharach.  

quarta-feira, 7 de maio de 2014

"MONDO CANE" ou MUNDO CÃO




Nos últimos tempos temos ouvido, visto e lido sobre crimes bárbaros que tem acontecido, não em lugares distantes mas aqui mesmo no nosso país. Por exemplo, há algum tempo atrás um pai e uma madrasta foram acusados e depois condenados pelo que se noticiou, de matarem a filha dele de apenas cinco anos de idade, atirando-a do sexto andar do prédio onde moravam, um edifício de classe média alta em São Paulo. Pouco tempo depois soubemos da notícia de que uma médica que cuidava da unidade de terapia intensiva de um hospital evangélico no Paraná, foi acusada de ter contribuído para a morte de vários pacientes que estavam a seus cuidados, por ministrar-lhe remédios que causavam a sua asfixia. Alguns meses depois, policiais militares do Rio que faziam uma blitz numa comunidade, foram acusados de atirarem numa mãe de família que tinha ido comprar pães e depois no intuito de "socorrê-la", negligentemente a colocam na caçapa do camburão da PM, cuja tampa se abre no caminho e ela sai arratada pelas ruas do Rio, causando-lhe uma morte horrível. Na onda de protestos que sacudiu o país, um cinegrafista que cobria as manifestações do Rio, foi atingido e morto por um rojão atirado por pessoas inconsequentes. No Rio Grande do Sul um casal, pai e madrasta médicos, são acusados de um crime bárbaro, o primeiro por negligência e a segunda de matar o filho dele de apenas onze anos de idade, ministrando-lhe uma injeção letal e depois enterrando o corpo num matagal, que é incinerado com soda caustica para dificultar a sua identificação. Nas vésperas de começarmos a Copa do Mundo de Futebol em nosso país, um torcedor que tinha ido assistir a partida envolvendo o Santa Cruz e o Paraná, no estádio Arruda em Recife é morto, ao ser atingido por um vaso sanitário lançado do alto por um verdadeiro criminoso. Para culminar, esta semana ficamos estarrecidos pelas fotos e vídeos de uma dona de casa e mãe de duas filhas que foi espancada e arrastada até morte por uma multidão enfurecida em Guarujá no litoral de São Paulo. Dizem que as pessoas foram incentivadas a isto, por boatos lançados nas redes sociais de que ela teria o perfil de uma sequestradora de menores e que envolvia as crianças sequestradas em rituais de magia negra, o que se descobriu tardiamente, ser uma grande inverdade. Todos estes escabrosos fatos noticiados são um verdadeiro absurdo que transcende a compreensão humana. Nunca estivemos num nível tão baixo de desamor, de crueldade, de violência contra outros seres humanos e em especial seres indefesos como as crianças que confiam em seus pais como sendo seus protetores, quando na verdade muitos deles são seus algozes. Não estamos julgando ou condenando as pessoas aqui envolvidas e acusadas, longe disto pois não nos arvoramos ser juízes. Quem deve fazer isto é o judiciário, para isto ele existe e tem as suas regras, temos de esperar e respeitar os seus julgamentos por mais que possa haver enganos mas é melhor confiar nele do que se procurar fazer justiça com as próprias mãos, não dando ao acusado o sagrado direito de defesa. Infelizmente hoje em dia multidões estão sendo levadas a caminhos tortuosos que desabam em atos criminosos, por pessoas inescrupulosas e manipuladoras de opinião. Elas se aproveitam da ocasião e lançam acusações levianas contra alguém para instigar os menos esclarecidos a cometerem barbáries, sob a pálida alegação de que a justiça humana além de tardia, não resolve os casos e tem deixado impunes os criminosos. Este tipo de ação era própria da época tenebrosa e de escuridão da Idade Média, quando as pessoas eram condenadas e mortas, sem julgamento, por simples boatos. Chamar este mundo atual, cruel e violento de mundo cão, ou "mondo cane" como era conhecido algum tempo atrás a sociedade ruim e devassa, retratada num famoso filme italiano da década de sessenta, é imputar a tais animais uma conduta que não é própria deles, muito pelo contrário, eles tem demonstrado carinho e amor por nós cruéis humanos que muito lhes tem maltratado e os feito sofrer. Sorry dogs of my world!!!                 

quinta-feira, 1 de maio de 2014

VIVENDO NO LIMITE DA VELOCIDADE




Há exatos vinte anos e um atrás morria num primeiro de maio, quando tinha apenas trinta e quatro anos de idade, o que para muitos foi o melhor piloto de corridas de todos os tempos, AYRTON SENNA. Sim, desde 1952 quando Luigi Fraggioli morreu nos treinos para a prova no circuito de Mônaco, a lista de mortos nas pistas é enorme, sendo muitos deles famosos, tais como Alberto Ascari, Wolfgang von Trips, Lorenzo Bandini, Bruce McLaren, François Cevert, Jochen Rindit, Gilles Villeneuve, Ronnie Peterson, Elio de Angellis, Roger Williamson e mais uns trinta grandes pilotos. Depois da morte de Ayrton Senna no grande Premio de San Marino de 1994, no circuito de Ímola, atual Enzo e Dino Ferrari, os construtores de carros de formula um, passaram a cuidar melhor da segurança dos pilotos, coisa que Senna já reivindicava há muito tempo e em especial por que no dia anterior à sua morte, falecera nos treinos para a corrida, o piloto Roland Ratzemberg. Segundo conclusão do laudo técnico, a causa da morte de Ayrton Senna, se deu porque os mecânicos da Williams fizeram um serviço porco, por soldarem a barra de direção de seu carro e esta não resistiu e se quebrou na curva Tamburello, saindo do veículo como uma lança pontiaguda e perfurou o seu capacete atingindo em cheio o seu cérebro. Foi um domingo triste, não só para nós brasileiros, que tinha em Senna alguém do terceiro mundo e que era o melhor, mas para todos aqueles que gostam de verem aqueles bólides correndo há mais de trezentos quilômetros por hora, fazendo ultrapassagens espetaculares. Ver aquela cena do impacto da Williams de Senna se chocando violentamente contra a mureta de concreto daquela curva fatal, até hoje nos causa uma tremenda dor. Senna não foi o piloto que mais títulos mundiais alcançou, em número de três, outros como o argentino Juan Manuel Fangio já havia conseguido cinco e Michael Schumacher depois o foi por sete vezes. A diferença de Senna dos demais pilotos que foram campeões é que ele é que era a diferença e não os carros que se pilotava. A prova disto é que Schumacher com um carro um pouco pior não conseguiu nada e o atual campeão Sebastian Vettel não tem conseguido grandes feitos na atual temporada, a diferença de sua superioridade como se vê, residia no motor e aerodinâmica dos carros e não nos pilotos. Neste detalhe é que Ayrton Senna superava os demais pilotos, ele era quase imbatível, seja qual carro pilotasse. Na época de Senna, também não havia o jogo de compadre, muito comum hoje de deixar o piloto da mesma escuderia melhor colocado no campeonato passar a frente, muito pelo contrário, o seu pior adversário era o piloto Alain Prost da mesma equipe e por várias vezes os dois disputando uma corrida, chegaram ao ponto de baterem de propósito um no outro. Além disto, Senna se importava com a vida dos outros pilotos, dois anos antes numa corrida, ao ver um piloto acidentado com risco de morte, parou o seu carro e foi socorrer o francês Eric Comas, assim como já fizera alguma décadas antes, o esquecido heroico piloto David Purley, que tentou sem sucesso salvar Roger Williamson. Senna era um piloto arrojado em pistas secas e especialmente em pistas molhadas, quando a maioria tira o pé do acelerador. Ele era também um perfeccionista querendo a cada novo recorde, vencer outros e mais outros. Voltando ao legado deixado por Senna, hoje os carros de corridas tem laterais mais fortes, células de sobrevivência, reforço na conexão da suspensão, os capacetes tem mais resistências a grandes impactos, além das próprias pistas que estão mais seguras, não havendo mais nas curvas muretas de concreto. Se estes itens e outros reclamados por Senna um dia antes, já houvessem na ocasião de seu acidente ele não teria morrido. Acidentes piores aconteceram de lá para cá mas nenhum deles foi fatal. Infelizmente Ayrton Senna foi o último piloto imolado no circuíto de Ímola para que outros pilotos pudessem sobreviver quando estivessem no limite da velocidade e algo de grave acontecesse com os carros. Por isto posso com toda certeza dizer, que Ayrton Senna do Brasil era the best dos pilotos!!!