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quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

DESCASO MÉDICO COM PACIENTES, O QUE FAZER?

No dia de ontem minha filha Ana Paula, ficou indignada com o descaso da médica pediatra que iria atender dois sobrinhos dela, meus netos, numa consulta agendada para as 14:30hrs. Já passava bastante deste horário quando a médica chegou no seu consultório, tendo uma outra paciente e seu filho à frente de minha filha, para serem atendidos primeiro, pois eram os agendados das 14:00hrs. A médica chegou, não cumprimentou as pessoas que lá estavam e nem se desculpou pelo seu grande atraso. Ao invés de atender logo a paciente das 14:00hrs, atendeu primeiro a dois representantes de laboratórios, que com certeza lhe deram vários remédios de amostra grátis e só após, com mais de uma hora de atraso, foi atender a paciente agendada para as 14:00hrs, num verdadeiro desrespeito ao ser humano, em especial as crianças que são obrigadas a ficarem confinadas num pequeno espaço sem terem nada o que fazerem, para darem vazão a sua energia. As demais pacientes que lá se encontravam disseram à minha filha, que esses atrasos de mais de uma hora desta "doutora" era normal, pois ela nunca chega no horário da primeira consulta. Fico eu pensando, o que leva uma profissional que deveria cuidar da saúde, tanto física como psicológica de pessoas, a agir desta  forma com total descaso, trazendo um desgaste tanto físico como emocional para seus pacientes? Seria se achar que está acima de tudo e de todos e que não tem contas a prestar a ninguém? Há um ditado que diz: "Alguns médicos acham que são deuses, outros tem certeza disto, de que o são". Sim, o comportamento de alguns médicos levam-no a crer que são "deuses", estando em suas mãos o direito de dar á vida ou não, a aqueles que dele dependem. Estes "pseudo deuses" não se importam com o sofrimento alheio, por isto, deixar os pacientes esperando longo tempo em uma sala de espera, para eles não é nada, não afetam nem perturbam a sua calcinada consciência. Logicamente que há exceções, há médicos que realmente honram o compromisso assumido no juramento de Hipócrates, tanto de cuidar bem de seus pacientes independente da contraprestação financeira, como também em serem pontuais em compromissos de suas consultas agendadas previamente, estes merecem o nosso louvor mas infelizmente eles são uma minoria. Todos concordam que devido a vários fatores e imprevistos, possa ocorrer algum atraso em consultas agendadas mas quando isto se torna uma regra e o atraso ultrapassa há uns vinte minutos toleráveis, pode haver um prejuízo não só emocional, como financeiro. As pessoas, programam o seu dia, com base em horários pré-estabelecidos e quando isto é rompido por uma consulta que se atrasa muito, o infrator, no caso o médico, deve ser compelido a ressarcir o dano ou prejuízo causado. O Código de Defesa do Consumidor está aí para garantir a todos, no caso ao paciente de pleitear junto a justiça, até mesmo de forma gratuita através da Defensoria Pública, o ressarcimento pelo prejuízo causado por tal médico negligente com seus compromissos de consulta de hora marcada. Para que isto aconteça e você seja reembolsado, você deve fazer algumas anotações, seja do dia e horário marcado, o atraso ocorrido com fotos de seu celular marcando isto e outras provas como, o horário de estacionamento de seu veículo,  nome e endereço de pessoas que estão no mesmo consultório e até da atendente, para registrar o momento da sua chegada até o seu efetivo atendimento. Só assim, com estas providencias, por certo drástica, pois irá mexer no bolso de tais médicos, vamos melhorar esta relação médico/paciente, onde os horários de consultas marcadas vão efetivamente funcionar e não haverá tanto desrespeito ao ser humano, que já sofre por seus males, acrescidos por mais este, o descaso. Todos nós, independente de nossa profissão, seja ela, advogados, médicos, dentistas, veterinários, engenheiros, juízes, desembargadores, promotores, estamos debaixo da lei e não acima desta, assim devemos cumprir os nossos compromissos assumidos, para não sermos compelidos a ressarcir um dano havido por nossa negligência, em não sermos pontuais, agendando horários que sabidamente não poderemos honrar na ânsia de angariarmos mais dinheiro. Fica a dica para fazer valer seus direitos de paciente!!!
             

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

O DELICIOSO MANJAR DE DONA LIANA, MINHA MÃE






Esta semana fui convidado para fazer um lanche à noite na casa da sogra de meu filho mais novo. Depois de saborear uma boa comida de sal, a avó da minha nora, veio com uma sobremesa que ela disse ter feito especialmente para mim, era um manjar com calda de ameixas, aliás muito bem feito, dando-lhe eu os parabéns por esta deliciosa sobremesa feita com muito carinho e amor. Tal manjar me remeteu a um tempo em que tinha minha mãe junto a mim. Toda vez que minha mãe, dona Liana, era convidada para ir a alguma festa, ou apenas visitar uma pessoa amiga, ela ao invés de só levar presentes ou flores, levava como seu carro chefe e verdadeiro conquistador de amizades por seus dotes culinários, um delicioso manjar. Não era um manjar comum, desses que são feitos usando pacotes de coco já ralado ou leite de coco comprado em garrafas nos supermercados. O seu manjar era totalmente artesanal. Primeiramente ela ia a um armazém, desses que vendem atacado e varejo, para adquirir cocos maduros que vinham em sacos de sessenta quilos, os cocos eram escolhidos a dedo, depois de ela os balançar e ouvir o barulho de seu líquido dentro, para ver se prestavam ou não. Depois já em casa, ela passava a fura-los com um grosso prego para verter a água em vários copos. Após isto, eles eram quebrados, não de forma normal, mas jogando-os várias vezes com toda a força numa calçada de pedra. Depois de partidos, passava a tirar as suas cascas escuras com uma faca afiada, ficando só a polpa dura e branca. Só então eram ralados os seus vários pedaços, não num processador ou liquidificador, como se faz hoje mas à mão num simples ralador de latão aluminizado. Os pedaços enquanto grandes eram fáceis de ralar mas aos poucos iam ficando pequenos e quase que se ralava as unhas junto com os cocos, assim o finalzinho do coco era picado com uma faca. Minha mãe usava dois cocos maduros ralados para cada manjar que fazia. Parte de um deles era para fazer o leite de coco, que era espremido num pano até sair todo o seu sumo. Assim, quando o manjar ficava pronto, possuía uma boa consistência tipo uma polenta e não como um molengo pudim, desta forma podia-se então comer o manjar mastigando os vários pedaços de cocos em seu meio. O manjar ficava tão bom, que a calda de ameixa era dispensável por minha mãe. Não havia ninguém que não apreciava o seu manjar e quase sempre lhe pediam a receita de como fazer um igual. Não sei se ela tinha algum segredo que não revelava a ninguém, ou se era o jeito tosco como ela o fazia, o certo é que seu manjar era inigualável. Lá em casa o que faltava em termos financeiros, sobrava em dotes culinários. Meu pai havia sido ajudante de cozinha no Hotel Glória e também no Copacabana Palace, portanto havia apreendido a cozinhar muito bem e quando ele tinha que cozinhar pra nós por conta de alguma doença ou viagem de minha mãe, ele se esmerava nas refeições, fazendo-nos suspirar por seus quitutes ou quando havia condições em fins de semana, nos deliciava com o seu famoso pato no tucupi. Apesar disto, no quesito sobremesa, o manjar de minha mãe não tinha competidor, era famoso em toda vizinhança, até meu pai, um quase maître de grandes hotéis, reconhecia isto. Por isto, toda vez que alguém me dá como sobremesa um pedaço de manjar, as lembranças felizes de minha querida mãe me vem a memória. Aguardo ansiosamente o dia em que ela puder retornar à vida, através da ressurreição e de novo poder fazer aquele manjar que só ela, dona Liana sabia como fazer e eu poder lhe dizer com muitas lágrimas nos olhos: - Puxa mãe, que saudade enorme deste seu manjar!  .       

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

MEU DIA DE VERÃO INESQUECÍVEL







O verão é pra muitos a melhor estação do ano, é a época em que os dias são mais longos e quentes, o sol irradia um brilho intenso lotando de gente bonita e dourada as nossas numerosas praias, além disto, pra nós do hemisfério sul é o tempo de férias escolares. Assim é justificável esta preferência pelo verão. Todos nós já vivemos alguma vez, algum verão que marcou as nossas vidas. Eu já tive vários dias bons de verões. Me lembro de alguns, como o dia de verão em que eu fui com meus pais e irmãos fazer piquenique na Barra da Tijuca, naquela época uma verdadeira aventura já que o acesso era difícil, pois a Barra era serpenteada por altas montanhas de caminho ruim e separada do continente por várias lagunas, mais valeu apena o sacrifício em chegar lá. Depois de alguns bons mergulhos numa praia paradisíaca de extenso areal, sentamos debaixo de uma amendoeira e comemos aqueles sanduíches apetitosos feitos pelas mãos habilidosas de minha mãe, acompanhados de várias garrafas de "crush" e "grapette" os refrigerantes de laranja e uva da época. Uns tempos depois houve o verão em que passei vários dias na Praia de São Gonçalinho, perto de Tarituba, uma praia deserta pertencente ao município de Paraty e que fica no litoral sul do Rio de Janeiro. Quando estive lá, ainda não havia a Usina de Angra dos Reis, nem qualquer estrada e o acesso era só por mar, pegando na ocasião um forte vento sudoeste antes de desembarcar na praia onde foram feitas as filmagens de "Como era bom o meu Francês". Também os vários verões que passei na Praia Vermelha na Ilha Grande-RJ, me deliciando com um mar de águas limpíssimas e com os bons peixes levados pelos pescadores. Mas o meu dia de verão inesquecível, foi quando meu pai que fazia parte da diretoria de um sindicato, conseguiu autorização para visitarmos a Ilha de Brocoió, que fica no fundo da Baia da Guanabara. Assim bem cedo, eu, meus pais, meus irmãos e alguns amigos, nos dirigimos para a Praça Quinze, no centro do Rio e pegamos a barca que nos levaria até a Ilha de Paquetá. Depois de quase uma hora e meia no mar, chegamos ao ancoradouro da citada ilha. A Ilha de Brocoió fica defronte a de Paquetá, ha menos de quinhentos metros desta. Assim, alugamos um outro barco pequeno que nos levou até Brocoió. Visitamos a residencia oficial do governador do antigo Estado da Guanabara e depois escolhemos um local para passarmos o dia, saboreando o bom lanche levado e tomando banho de mar nas águas ainda limpas daquela Ilha. Não que o local fosse muito bonito e privilegiado por boas paias, nem podia pois é dentro da baía mas o que me faz recordar como um verão inesquecível eram as pessoas que estavam lá comigo, naquele local aprazível. É muito bom me lembrar de meus pais ainda cheios de vigor e felizes, correndo até à água para um bom mergulho, depois ainda me lembro ver meu pai subindo em algumas árvores para colher alguns frutos a fim de alimentar com eles as inúmeras cotias que lá existiam. Foi uma ocasião muito feliz para todos nós e voltamos pra casa já quase à noite revigorados por um dia de verão que teima em não sair da minha memória. Pena que tal ilha agora não possa ser visitada pelas pessoas comuns, como nós, a fim de terem também um dia de verão inesquecível como o que eu tive.