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sexta-feira, 17 de outubro de 2014

OS GALOS E SUAS HISTÓRIAS








Os galos e suas histórias sempre fizeram parte do nosso cotidiano. Desde os galos do interior que anunciam cocoricando bem alto a chegada de um novo dia, até os galos bibelôs que alguns consideram como científicos e infalíveis na previsão do tempo, os chamados "Galos de Barcelos", que se estão com coloração azul é tempo bom, se ficam rosa, vai chover. Nesta época de pré-eleição presidencial no país, em que os dois candidatos andam se bicando "mortalmente" , como se fossem galos de brigas, me lembro de um presidente que ficou pouco tempo no poder, apenas meses, pois renunciou. Poucas coisas ele pode fazer, mas entre estas, uma coisa boa foi feita. Acabou através de um simples "bilhetinho", com as rinhas de galo, uma verdadeira barbárie, onde os galináceos instigados e aparelhados com esporões de aço por "humanos" perversos se digladiavam até morrer. Poucos anos antes disto, surgiu no cenário mundial esportivo nacional, um boxeador que até os dias de hoje é considerado o melhor pugilista na sua categoria a de "peso galo", que foi Eder Jofre, o nosso "galinho de ouro", que manteve o título por vários anos e quando o perdeu passou para uma categoria acima, a dos 'leves" onde foi novamente campeão. O que dizer de Arthur Antunes Coimbra, o Zico ou o famoso "Galinho de Quintino"? Ele é considerado um dos quatros melhores jogadores de futebol que o Brasil já teve em todos os tempos. Este nome "Galinho de Quintino" foi dado pelo grande narrador futebolístico Waldir Amaral, devido ao seu curioso andar e por ser originário do Bairro de Quintino, que fica perto de Cascadura no Rio de Janeiro. Quer outro "Galo" famoso? Tem, o grande time de futebol, o Atlético Mineiro, mais conhecido como o "Galo" que chegou a disputar recentemente, o título mundial de melhor clube de futebol do ano. Sim, são muitos os galos e galinhos famosos, como o "Galo da Madrugada" que até entrou para o livro de recordes, por arrastar multidões em seu trajeto pelas ruas de Recife.  Existe, aquele galo bíblico, que cantou logo após ter o apóstolo Pedro negado por três vezes que conhecia Jesus Cristo. A história que iremos contar a seguir não é de um galo qualquer, mas de um galo que passou a ter um nome "Mike" e é considerado um símbolo de resistência e do poder de sobrevivência apesar de todas as adversidades que enfrentou.  Era o dia 10 de março de 1945, numa pequena cidade americana, quando o fazendeiro Lloyd Olsen, foi até o seu galinheiro, escolher um galo para abater a fim de servir no jantar para a sua sogra que o visitava. O escolhido, na ocasião sem nome, foi "Mike" e após ter sido colocado devidamente seguro num grande toco de madeira, o fazendeiro desceu a lâmina de um machado sobre sua cabeça, que pulou longe. Acontece, que mesmo com este golpe"fatal" e sem boa parte de sua cabeça, "Mike" saiu correndo e juntou-se as demais aves, o que fez o fazendeiro desistir daquele ritual macabro, de morte do galo. A sogra de Lloyd, comeu outras coisas no jantar e "Mike" foi esquecido no restante da noite. No dia seguinte, qual não foi a surpresa de Lloyd ao ver que mesmo sem a cabeça "Mike" continuava vivo e até certo ponto disposto como se nada de grave houvesse acontecido. Assim, ao invés de prosseguir naquilo que começara, agora Lloyd, passou a cuidar de "Mike" alimentando-o com um conta gotas e jogando alguns caroços de milho em sua aberta garganta. Passada a fase pior de reabilitação e o aprendizado de como sobreviver de uma forma inusitada,"Mike" passou a ser objeto de curiosidade, um verdadeiro espetáculo público, viajando com o seu dono, por várias cidades e estados americanos, rendendo ao fazendeiro até perto de cinco mil dólares por mês, tornando-se não em uma "galinha de ovos de ouro" mas um verdadeiro galo de ouro. Mesmo completamente cego, Mike conseguia subir, se equilibrar e ficar nos poleiros mais altos do galinheiro, bem como dava umas cocoricadas com um som vindo do seu esôfago. Quando Mike foi decapitado, pesava pouco mais de um quilo e agora dezoito meses depois,sendo bem tratado, chegou a pesar três quilos, Viveu assim, sem cabeça por um ano e meio e só veio a a falecer por que o seu proprietário, ao sair do show-galo, se esqueceu de pegar as seringas de profilaxia e limpeza necessárias em sua aberta garganta, morrendo assim Mike de madrugada asfixiado em um hotel, por negligência de seu dono. Mike foi um símbolo de superação, que não se deixou abater por um machado afiado, que lhe arrancou a cabeça mas não a sua vontade de viver. Que tenhamos sempre esta atitude positiva em nossas vidas. 

Obs: A foto acima é de Mike, numa performance sem a sua cabeça!!!