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sexta-feira, 17 de outubro de 2014

OS GALOS E SUAS HISTÓRIAS








Os galos e suas histórias sempre fizeram parte do nosso cotidiano. Desde os galos do interior que anunciam cocoricando bem alto a chegada de um novo dia, até os galos bibelôs que alguns consideram como científicos e infalíveis na previsão do tempo, os chamados "Galos de Barcelos", que se estão com coloração azul é tempo bom, se ficam rosa, vai chover. Nesta época de pré-eleição presidencial no país, em que os dois candidatos andam se bicando "mortalmente" , como se fossem galos de brigas, me lembro de um presidente que ficou pouco tempo no poder, apenas meses, pois renunciou. Poucas coisas ele pode fazer, mas entre estas, uma coisa boa foi feita. Acabou através de um simples "bilhetinho", com as rinhas de galo, uma verdadeira barbárie, onde os galináceos instigados e aparelhados com esporões de aço por "humanos" perversos se digladiavam até morrer. Poucos anos antes disto, surgiu no cenário mundial esportivo nacional, um boxeador que até os dias de hoje é considerado o melhor pugilista na sua categoria a de "peso galo", que foi Eder Jofre, o nosso "galinho de ouro", que manteve o título por vários anos e quando o perdeu passou para uma categoria acima, a dos 'leves" onde foi novamente campeão. O que dizer de Arthur Antunes Coimbra, o Zico ou o famoso "Galinho de Quintino"? Ele é considerado um dos quatros melhores jogadores de futebol que o Brasil já teve em todos os tempos. Este nome "Galinho de Quintino" foi dado pelo grande narrador futebolístico Waldir Amaral, devido ao seu curioso andar e por ser originário do Bairro de Quintino, que fica perto de Cascadura no Rio de Janeiro. Quer outro "Galo" famoso? Tem, o grande time de futebol, o Atlético Mineiro, mais conhecido como o "Galo" que chegou a disputar recentemente, o título mundial de melhor clube de futebol do ano. Sim, são muitos os galos e galinhos famosos, como o "Galo da Madrugada" que até entrou para o livro de recordes, por arrastar multidões em seu trajeto pelas ruas de Recife.  Existe, aquele galo bíblico, que cantou logo após ter o apóstolo Pedro negado por três vezes que conhecia Jesus Cristo. A história que iremos contar a seguir não é de um galo qualquer, mas de um galo que passou a ter um nome "Mike" e é considerado um símbolo de resistência e do poder de sobrevivência apesar de todas as adversidades que enfrentou.  Era o dia 10 de março de 1945, numa pequena cidade americana, quando o fazendeiro Lloyd Olsen, foi até o seu galinheiro, escolher um galo para abater a fim de servir no jantar para a sua sogra que o visitava. O escolhido, na ocasião sem nome, foi "Mike" e após ter sido colocado devidamente seguro num grande toco de madeira, o fazendeiro desceu a lâmina de um machado sobre sua cabeça, que pulou longe. Acontece, que mesmo com este golpe"fatal" e sem boa parte de sua cabeça, "Mike" saiu correndo e juntou-se as demais aves, o que fez o fazendeiro desistir daquele ritual macabro, de morte do galo. A sogra de Lloyd, comeu outras coisas no jantar e "Mike" foi esquecido no restante da noite. No dia seguinte, qual não foi a surpresa de Lloyd ao ver que mesmo sem a cabeça "Mike" continuava vivo e até certo ponto disposto como se nada de grave houvesse acontecido. Assim, ao invés de prosseguir naquilo que começara, agora Lloyd, passou a cuidar de "Mike" alimentando-o com um conta gotas e jogando alguns caroços de milho em sua aberta garganta. Passada a fase pior de reabilitação e o aprendizado de como sobreviver de uma forma inusitada,"Mike" passou a ser objeto de curiosidade, um verdadeiro espetáculo público, viajando com o seu dono, por várias cidades e estados americanos, rendendo ao fazendeiro até perto de cinco mil dólares por mês, tornando-se não em uma "galinha de ovos de ouro" mas um verdadeiro galo de ouro. Mesmo completamente cego, Mike conseguia subir, se equilibrar e ficar nos poleiros mais altos do galinheiro, bem como dava umas cocoricadas com um som vindo do seu esôfago. Quando Mike foi decapitado, pesava pouco mais de um quilo e agora dezoito meses depois,sendo bem tratado, chegou a pesar três quilos, Viveu assim, sem cabeça por um ano e meio e só veio a a falecer por que o seu proprietário, ao sair do show-galo, se esqueceu de pegar as seringas de profilaxia e limpeza necessárias em sua aberta garganta, morrendo assim Mike de madrugada asfixiado em um hotel, por negligência de seu dono. Mike foi um símbolo de superação, que não se deixou abater por um machado afiado, que lhe arrancou a cabeça mas não a sua vontade de viver. Que tenhamos sempre esta atitude positiva em nossas vidas. 

Obs: A foto acima é de Mike, numa performance sem a sua cabeça!!!

quarta-feira, 25 de junho de 2014

RESPEITO AO DIREITO DE OBJEÇÃO DE CONSCIÊNCIA




Existem certos direitos que são fundamentais e devem ser respeitados pelas autoridades, independente onde a pessoa resida, por que são garantidos pelos mais altos tribunais e côrtes do mundo. Entre estes podemos destacar, o direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança, à liberdade religiosa, de pensamento, de consciência e crenças. Sim, entre os direitos e garantias individuais, está à liberdade de consciência religiosa. Desta forma ninguém será obrigado a fazer algo que vai de encontro a sua consciência. Desde os primórdios da raça humana, àqueles em autoridade têm exigido que se faça algo principalmente em termos de reverência ou adoração mas que os adoradores do Verdadeiro Deus, tem se recusado a cumprir a fim de não violar a norma divina de que a adoração é um ato exclusivo Dele, só se deve ao Ser Criador e seu Deus. Foi assim na época em que o povo de Deus esteve cativo em Babilônia, bem como nos seus quatrocentos anos de cativeiro no Egito. Eram cidadãos cumpridores da lei mas quando esta entrava em conflito com a norma divina, preferiam ser jogados aos leões, em fornos superaquecidos e outras formas horríveis de mortes, do que violar a sua consciência. Sim, eles eram objetores de consciência. Quando Jesus Cristo, esteve aqui na Terra, deu a seguinte exortação conforme registrada no evangelho de Marcos, Capítulo 12: versículo: Pagai (ou dai) a César as coisas de César mas a Deus as coisas de Deus". A César ou o Estado, tem que ser dado a ele as coisas dele, tais como impostos, tributos, respeito, cumprir com os deveres de cidadãos mas quando César, ou o Estado exigem coisas que não lhe pertencem, tais como a vida ou a adoração a algo, há um conflito entre a norma do Estado e a de Deus. Neste caso a pessoa é livre e pode objetar a lei ou ordem do Estado, que é relativa e inferior a de Deus, razão porque obedece a Este por motivo de consciência religiosa. Isto se deu, lá no primitivo cristianismo, quando as autoridades deram uma ordem aos apóstolos de Jesus, para que parassem de pregar, conforme registrado no livro de Atos dos Apóstolos no Capitulo 5 versículo 28, mas a resposta dos objetores de consciência está no versículo 29: "Em resposta Pedro e os outros apóstolos disseram: Temos que obedecer a Deus como governante, antes que aos homens". Esta objeção de consciência foi entendida por um sábio instrutor da lei de nome Gamaliel, que defendeu a posição dos apóstolos lá no passado. Quando mais à frente os primitivos cristãos foram instados a violar uma norma bíblica, de prestar reverência e adoração a um outro ser que não o Deus Verdadeiro, eles preferiam ser preso e mortos, muitos sendo jogados nas arenas de leões vorazes, do que violar sua consciência. Um pouco mais adiante os primitivos cristãos passaram a entender que não era compatível ser um cristão verdadeiro é pegar em armas para tirar a vida do seu semelhante, como no caso de defesa ou de uma guerra. No livro a Historia do Cristianismo (History of Christianity) o escritor Edward Gibbon diz: "OS CRISTÃOS DO PRIMEIRO SÉCULO NEGAVAM-SE A TER QUALQUER PARTICIPAÇÃO ATIVA NA ADMINISTRAÇÃO CIVIL, OU NA DEFESA DO IMPÉRIO, E QUE ERA IMPOSSÍVEL QUE OS CRISTÃOS SEM RENUNCIAREM A UM DEVER MAIS SAGRADO, PUDESSEM ASSUMIR A POSIÇÃO DE SOLDADOS". Eles entendiam as palavras de Jesus, em João 13: 34 e 35 de que o sinal identificador dos verdadeiros cristãos é o amor e isto é incompatível em se tornar um soldado e pegar em armas para tirar a vida de alguém, mesmo que esta ordem venha com ameaças de mortes e prisões em campos de concentração, como aconteceu na Alemanha Nazista e em vários países comunistas. Ainda hoje em vários países tem acontecido a prisão, daqueles jovens que por motivo de convicção religiosa se negam a se engajar nas forças armadas dos seus respectivos países, ou mesmo prestarem um serviço alternativo mas sob a supervisão militar, por serem objetores de consciência religiosa. O apóstolo Paulo escrevendo aos Romanos, nos diz no capítulo 8 versículo 38 e 39, que nada nos pode separar do amor de Deus que está em Cristo, "nem governos nem poderes". Sim, os objetores de consciência religiosa cumprem esta ordem divina, que é o de amarem uns aos outros, independente em que país se esteja, pois reconhecem que são uma irmandade universal unidas pelo amor fraternal e nenhum governo ou autoridade local irá quebrantar tal união. Este é um direito que deve ser respeitado sob pena de àqueles que se opõem a eles, na verdade estão lutando contra o Verdadeiro Deus, como disse sabiamente há tempos atrás, Gamaliel.     

terça-feira, 27 de maio de 2014

MAC ARTHUR PARK, MINHA MÚSICA FAVORITA





Existem músicas que marcam definitivamente nossas vidas e por mais que passem os anos, elas continuam nos deleitar por seus acordes, simetria, arranjos e versos como uma verdadeira obra prima. É o caso da música com um arranjo lindo e de versos emblemáticos do grande compositor e maestro Jimmy Webb, chamada de "MAC`ARTHUR PARK". Não é fácil escolher a sua sua música favorita num universo de milhares de lindas músicas, que a cada ano são acrescentada a outras tantas também belas. Para mim, a musica para conquistar tal pole position, teria que possuir não só uma beleza musical, mas algo novo, inédito e bom em seu arranjo, que a destacasse das demais músicas ouvidas até então. Isto, MacArthur Park tem, é um arranjo orquestrado com modulações, desde a aparência do som de um lago tranquilo a um turbilhão de águas caindo em cascata, por isto não tenho dúvidas em dizer, que se tornou a minha música favorita. A gravação original foi do cantor e ator irlandês Richard Harris, que nos seus sete minutos e vinte e um segundos de música, dá uma interpretação dramática e magistral a obra prima de Webb. A música na verdade, chega a ser uma longa peça com variações e arranjos instrumentais incríveis. Seus versos, tem sido objeto de discussões acaloradas, onde alguns dizem que as alusões surrealistas inseridos, tem a ver com drogas, como bolos de haxixe e maconha. Nas comemorações do seu quadragésimo quinto ano de lançamento, o autor Jimmy Webb, disse que seus versos eram uma metáfora sobre o fim de seu relacionamento com a jovem Susan Ronstadt, com quem costumava passear no famoso parque de Los Angeles. Assim, o bolo de receita secreta que se derretia na chuva, conforme se ouve nos versos da música, se trata do derretimento do amor de ambos, que viam sempre casais hippy se casando ou comemorando alguma coisa, comendo bolos naquele lindo parque. Esta parece ser a versão correta, pois no ano seguinte, quando Jimmy esteve no Brasil competindo no Quarto Festival Internacional da Canção, com a música "Evie", outro primor de arranjo orquestral, interpretada por Bill Medley mas que ficou em segundo lugar no FIC de 1969, a letra começava dizendo:"Não há futuro nisto, Evie, nós nunca deveríamos ter começado", talvez se referindo a Susan. Pena que o público brasileiro, não soube apreciar a boa música e os arranjos inovadores de Webb e até vaiou o intérprete Bill Medley, que começava uma vitoriosa carreira solo, depois de ter participado de uma dupla.com Bobby Hatfield, The Righteous Brothers, intérpretes da linda canção Unchained Melody, que foi tema do famoso filme "Ghost". Voltando a música MacArthur Park, ela originalmente fazia farte de uma cantata de vinte e dois minutos, composta por Jimmy. A parte final desta cantata é que se tornou a música, como a conhecemos no seu formato até hoje. Jimmy Webb, foi o único compositor a receber o Grammy, seja pela música como também pela letra, coisa de gênio. Na esteira de MacArtur Park, outros compositores seguiram a trilha de Jimmy Webb de fazer grandes arranjos orquestrais, entre estes podemos citar Paul Ryan, com sua dramática música "Eloise" cantada por seu irmão Barry e até o nosso Egberto Gismonti com a música "O Sonho". MacArthur Park, nestes quarenta e cinco anos, foi regravada por quase duzentos artistas, entre as quais destacamos a de Donna Summer, que é num estilo mais dançante. Mas a minha gravação favorita continua sendo a de Richard Harris, que além de cantor era um excelente ator que estrelou vários filmes de sucessos, entre estes no final de sua vida, dois filmes da saga Harry Porter, onde interpretava o papel do professor Albus Dumbledore. Para mim, MacArthur Park de Jimmy Webb é uma lenda musical que sempre me proporciona momentos muito agradáveis ao ouvir os seus lindos acordes musicais e um arranjo magistral.              

sábado, 24 de maio de 2014

BURT BACHARACH, A BOA MÚSICA QUE MARCOU UMA ERA





Neste mês completou oitenta e seis anos de idade, um dos maiores compositores populares das décadas de sessenta e setenta, cujas músicas embalaram a minha juventude e fazem sucessos até os dias de hoje. Estamos falando do pianista, compositor e maestro BURT BACHARACH. Ele começou na década de cinquenta como pianista e maestro que acompanhava a atriz e também cantora Marlene Dietrich. A partir da década de sessenta se juntou ao grande letrista Hal David e com ele emplacou mais de cinquenta sucessos que estiveram no topo das músicas mais tocadas, não só nos Estados Unidos como na maioria dos países ocidentais. Com seu estilo próprio, onde trazia para o popular, arranjos clássicos e algumas influências do jazz, Burt Bacharach ganhou vários prêmios, inclusive dois Oscar um em 1970 e outro 1982 na categoria de músicas originais dos filmes, "Butch Cassidy and the Sundance Kid" e de "Arthur´s Theme". Suas músicas "I Say Little Player", "What The World, Needs Now Is Love", "Reach Out For Me" "Don`t Go Breaking My Heart" "Alfie" "The Look Of Love" "This Guy´s in Love With You!" "Close To You" "Walk on By" e tantas outras, continuam a fazer parte de trilhas sonoras de filmes de sucessos atuais, como é o caso do titulado em português: "Casamento do Meu Melhor Amigo" onde à mesa todos cantam "I Say Little Player", mostrando assim que o estilo Bacharach continua na moda. Vários foram os cantores e cantoras que perpetuaram suas músicas, tais como Herb Alpert, Aretha Franklin, Dusty Springfield, Tom Jones, Elvis Costelo, Jack Jones, The Carpenters, B. J. Thomas, Traincha e até o nosso Sergio Mendes, mas aquela que foi a sua grande interprete, começou como uma simples backing vocal lá nos idos ano de 1963, seu nome: Dionne Warwick. Foi um casamento perfeito entre um grande letrista, Hal David, um grande músico Burt Bacharach e uma intérprete impecável, no caso Dionne Warwick. Nenhuma cantora ou cantor conseguiu assimilar e transmitir de uma forma única e inigualável a música de Burt Bacharach, como o fez Dionne Warwick. Por várias vezes Burt Bacharach esteve aqui no Brasil, nos brindando ao tocar suas composições célebres e seus belos arranjos, lotando os palcos por onde passou. Dionne Warwick também tem andado por aqui, ela chegou ao ponto de ter uma casa de veraneio na Bahia e um apartamento no Jardim Botânico no Rio de Janeiro. Observando o mundo como está, onde as pessoas não tem mais amor, nem entre parentes mais achegado, como entre pais e filhos, de vez em quando me pego cantando sozinho, uma música, lá dos idos ano de 1965, "What The World, Needs Now Is Love", onde o letrista diz entre outras coisas em versos simples que, o que o mundo precisa mesmo é de amor, de um doce amor, não apenas para alguns mas para todo o mundo, pois o amor é a unica coisa que tem bem pouco no mundo. Se isto já era necessário, lá naquela década de sessenta, imagina agora neste conturbado, violento e desamoroso mundo atual. Grande verdade dita em versos pelo falecido Hal David e musicada pelo octogenário e excelente compositor Burt Bacharach.  

quarta-feira, 7 de maio de 2014

"MONDO CANE" ou MUNDO CÃO




Nos últimos tempos temos ouvido, visto e lido sobre crimes bárbaros que tem acontecido, não em lugares distantes mas aqui mesmo no nosso país. Por exemplo, há algum tempo atrás um pai e uma madrasta foram acusados e depois condenados pelo que se noticiou, de matarem a filha dele de apenas cinco anos de idade, atirando-a do sexto andar do prédio onde moravam, um edifício de classe média alta em São Paulo. Pouco tempo depois soubemos da notícia de que uma médica que cuidava da unidade de terapia intensiva de um hospital evangélico no Paraná, foi acusada de ter contribuído para a morte de vários pacientes que estavam a seus cuidados, por ministrar-lhe remédios que causavam a sua asfixia. Alguns meses depois, policiais militares do Rio que faziam uma blitz numa comunidade, foram acusados de atirarem numa mãe de família que tinha ido comprar pães e depois no intuito de "socorrê-la", negligentemente a colocam na caçapa do camburão da PM, cuja tampa se abre no caminho e ela sai arratada pelas ruas do Rio, causando-lhe uma morte horrível. Na onda de protestos que sacudiu o país, um cinegrafista que cobria as manifestações do Rio, foi atingido e morto por um rojão atirado por pessoas inconsequentes. No Rio Grande do Sul um casal, pai e madrasta médicos, são acusados de um crime bárbaro, o primeiro por negligência e a segunda de matar o filho dele de apenas onze anos de idade, ministrando-lhe uma injeção letal e depois enterrando o corpo num matagal, que é incinerado com soda caustica para dificultar a sua identificação. Nas vésperas de começarmos a Copa do Mundo de Futebol em nosso país, um torcedor que tinha ido assistir a partida envolvendo o Santa Cruz e o Paraná, no estádio Arruda em Recife é morto, ao ser atingido por um vaso sanitário lançado do alto por um verdadeiro criminoso. Para culminar, esta semana ficamos estarrecidos pelas fotos e vídeos de uma dona de casa e mãe de duas filhas que foi espancada e arrastada até morte por uma multidão enfurecida em Guarujá no litoral de São Paulo. Dizem que as pessoas foram incentivadas a isto, por boatos lançados nas redes sociais de que ela teria o perfil de uma sequestradora de menores e que envolvia as crianças sequestradas em rituais de magia negra, o que se descobriu tardiamente, ser uma grande inverdade. Todos estes escabrosos fatos noticiados são um verdadeiro absurdo que transcende a compreensão humana. Nunca estivemos num nível tão baixo de desamor, de crueldade, de violência contra outros seres humanos e em especial seres indefesos como as crianças que confiam em seus pais como sendo seus protetores, quando na verdade muitos deles são seus algozes. Não estamos julgando ou condenando as pessoas aqui envolvidas e acusadas, longe disto pois não nos arvoramos ser juízes. Quem deve fazer isto é o judiciário, para isto ele existe e tem as suas regras, temos de esperar e respeitar os seus julgamentos por mais que possa haver enganos mas é melhor confiar nele do que se procurar fazer justiça com as próprias mãos, não dando ao acusado o sagrado direito de defesa. Infelizmente hoje em dia multidões estão sendo levadas a caminhos tortuosos que desabam em atos criminosos, por pessoas inescrupulosas e manipuladoras de opinião. Elas se aproveitam da ocasião e lançam acusações levianas contra alguém para instigar os menos esclarecidos a cometerem barbáries, sob a pálida alegação de que a justiça humana além de tardia, não resolve os casos e tem deixado impunes os criminosos. Este tipo de ação era própria da época tenebrosa e de escuridão da Idade Média, quando as pessoas eram condenadas e mortas, sem julgamento, por simples boatos. Chamar este mundo atual, cruel e violento de mundo cão, ou "mondo cane" como era conhecido algum tempo atrás a sociedade ruim e devassa, retratada num famoso filme italiano da década de sessenta, é imputar a tais animais uma conduta que não é própria deles, muito pelo contrário, eles tem demonstrado carinho e amor por nós cruéis humanos que muito lhes tem maltratado e os feito sofrer. Sorry dogs of my world!!!                 

quinta-feira, 1 de maio de 2014

VIVENDO NO LIMITE DA VELOCIDADE




Há exatos vinte anos e um atrás morria num primeiro de maio, quando tinha apenas trinta e quatro anos de idade, o que para muitos foi o melhor piloto de corridas de todos os tempos, AYRTON SENNA. Sim, desde 1952 quando Luigi Fraggioli morreu nos treinos para a prova no circuito de Mônaco, a lista de mortos nas pistas é enorme, sendo muitos deles famosos, tais como Alberto Ascari, Wolfgang von Trips, Lorenzo Bandini, Bruce McLaren, François Cevert, Jochen Rindit, Gilles Villeneuve, Ronnie Peterson, Elio de Angellis, Roger Williamson e mais uns trinta grandes pilotos. Depois da morte de Ayrton Senna no grande Premio de San Marino de 1994, no circuito de Ímola, atual Enzo e Dino Ferrari, os construtores de carros de formula um, passaram a cuidar melhor da segurança dos pilotos, coisa que Senna já reivindicava há muito tempo e em especial por que no dia anterior à sua morte, falecera nos treinos para a corrida, o piloto Roland Ratzemberg. Segundo conclusão do laudo técnico, a causa da morte de Ayrton Senna, se deu porque os mecânicos da Williams fizeram um serviço porco, por soldarem a barra de direção de seu carro e esta não resistiu e se quebrou na curva Tamburello, saindo do veículo como uma lança pontiaguda e perfurou o seu capacete atingindo em cheio o seu cérebro. Foi um domingo triste, não só para nós brasileiros, que tinha em Senna alguém do terceiro mundo e que era o melhor, mas para todos aqueles que gostam de verem aqueles bólides correndo há mais de trezentos quilômetros por hora, fazendo ultrapassagens espetaculares. Ver aquela cena do impacto da Williams de Senna se chocando violentamente contra a mureta de concreto daquela curva fatal, até hoje nos causa uma tremenda dor. Senna não foi o piloto que mais títulos mundiais alcançou, em número de três, outros como o argentino Juan Manuel Fangio já havia conseguido cinco e Michael Schumacher depois o foi por sete vezes. A diferença de Senna dos demais pilotos que foram campeões é que ele é que era a diferença e não os carros que se pilotava. A prova disto é que Schumacher com um carro um pouco pior não conseguiu nada e o atual campeão Sebastian Vettel não tem conseguido grandes feitos na atual temporada, a diferença de sua superioridade como se vê, residia no motor e aerodinâmica dos carros e não nos pilotos. Neste detalhe é que Ayrton Senna superava os demais pilotos, ele era quase imbatível, seja qual carro pilotasse. Na época de Senna, também não havia o jogo de compadre, muito comum hoje de deixar o piloto da mesma escuderia melhor colocado no campeonato passar a frente, muito pelo contrário, o seu pior adversário era o piloto Alain Prost da mesma equipe e por várias vezes os dois disputando uma corrida, chegaram ao ponto de baterem de propósito um no outro. Além disto, Senna se importava com a vida dos outros pilotos, dois anos antes numa corrida, ao ver um piloto acidentado com risco de morte, parou o seu carro e foi socorrer o francês Eric Comas, assim como já fizera alguma décadas antes, o esquecido heroico piloto David Purley, que tentou sem sucesso salvar Roger Williamson. Senna era um piloto arrojado em pistas secas e especialmente em pistas molhadas, quando a maioria tira o pé do acelerador. Ele era também um perfeccionista querendo a cada novo recorde, vencer outros e mais outros. Voltando ao legado deixado por Senna, hoje os carros de corridas tem laterais mais fortes, células de sobrevivência, reforço na conexão da suspensão, os capacetes tem mais resistências a grandes impactos, além das próprias pistas que estão mais seguras, não havendo mais nas curvas muretas de concreto. Se estes itens e outros reclamados por Senna um dia antes, já houvessem na ocasião de seu acidente ele não teria morrido. Acidentes piores aconteceram de lá para cá mas nenhum deles foi fatal. Infelizmente Ayrton Senna foi o último piloto imolado no circuíto de Ímola para que outros pilotos pudessem sobreviver quando estivessem no limite da velocidade e algo de grave acontecesse com os carros. Por isto posso com toda certeza dizer, que Ayrton Senna do Brasil era the best dos pilotos!!!

sábado, 26 de abril de 2014

MANGA: O GRANDE GOLEIRO DAS MÃOS TORTAS






O dia vinte e seis de abril foi designado nacionalmente, como o dia do goleiro, o goalkeeper do time. A causa da escolha desta data é por que neste dia nascia há setenta e sete anos atrás, Haílton Corrêa de Arruda, mais conhecido pelo seu apelido "Manga", considerado por muitos como o maior goleiro do Brasil e quiçá do mundo. Com seus quase um metro e noventa de altura e com as mãos praticamente deformadas pelos vários dedos quebrados e mal engessados, Manga oriundo de Pernambuco, começou no Sport Clube de Recife, onde foi campeão em 1958, no ano seguinte estava no Rio e por dez anos foi o goleiro do Botafogo, na época de Garrincha, Nilton Santos, Zagalo, Amarildo e outros craques do Glorioso. Na Estrela Solitária foi campeão por inúmeras vezes, tais como por três anos o Torneio Roberto Gomes Pedrosa, Taça Brasil, Torneio Rio São Paulo, por quatro vezes o Campeonato Carioca e o Torneio Início e duas vezes a Taça Guanabara, foi goleiro da Seleção Brasileira em 1966 e depois por causa de uma briga com João Saldanha cronista e depois técnico do Botafogo e da Seleção, que o chamou de traidor e de ter se vendido ao dirigente do Bangú Futebol Clube, Castor de Andrade, foi parar no Uruguai, defendendo o Nacional, onde foi campeão por quatro vezes. Voltou ao Brasil e foi ser goleiro do Internacional de Porto Alegre, onde conquistou o campeonato Gaúcho por três anos e o Brasileiro por duas vezes. No ano seguinte foi para Mato Grosso, onde foi campeão pelo Operário. Dali partiu para o Coritiba, onde conquistou o Campeonato Paranaense de 1978. Adquirido pelo Grêmio de Porto Alegre, foi campeão em 1979 no campeonato Gaúcho. Foi comprado pelo Barcelona de Guayaquil sendo campeão equatoriano em 1981. Além destes campeonatos, pelo ainda Botafogo, conquistou a Taça Internacional de Clubes na França, por duas vezes a Copa do Mundo de Clubes, Torneio Internacional da Colômbia, Torneio Internacional da Costa Rica, Torneio Pentagonal do México, Torneio Internacional de Paris, Torneio Jubileu de Ouro em La Paz, Torneio Quadrangular do Suriname, Torneio Íbero-Americano em Buenos Aires, Copa Carranza de Buenos Aires, Torneio Círculo Periódicos Esportivos, Torneio de Caracas, Torneio Governador Magalhães Pinto e Torneio Quadrangular de Teresina. Que goleiro, teve tantos títulos como este? Nenhum, chega aos pés ou melhor dizendo as mãos tortas de Manga em termos de conquistas. Sim, em todos os times que atuou como goleiro, naquelas ocasiões os times se sagraram campeões ou venceram torneios. Infelizmente, muitos se esquecem das suas incríveis defesas e os vários campeonatos ganhos e se lembram apenas de algumas maldições de goleiros, assim como aconteceu com o incrível Barbosa, que foi acusado injustamente de ser o culpado por ter o Brasil perdido a Copa de 1950 no Maracanã, para o Uruguai. Da mesma forma, Manga foi responsabilizado pela nossa derrota e eliminação na Copa do Mundo de 1966 na Inglaterra, para Portugal, quando na verdade todo o time foi muito mal. Ainda hoje para sobreviver, continua treinando goleiros mirins no Equador, país que o acolheu e o considera como o melhor goleiro do mundo. Na sua época de Botafogo, o Glorioso tinha no campo alguém de pernas tortas, que não dava bola pra ninguém e levava os estádios a loucura, com seus dribles desconcertantes, era Garrincha a alegria do povo, mas debaixo da trave tinha um gigante de mãos tortas que segurava tudo, Manga. Naquele período a Estrela Solitária junto com o Santos, dominavam o cenário nacional do futebol arte e eram a base da nossa seleção. Viva então o glorioso de mãos tortas, o grande goleiro MANGA!!!   

domingo, 13 de abril de 2014

SALTANDO SEM REDE DE SEGURANÇA






Me lembro de quando criança, ter assistido um filme épico dirigido por Cecil B.DeMille, "O Maior Espetáculo da Terra" que chegou a ganhar o "Oscar" de melhor filme do ano, embora não fosse um primor de destaque na sétima arte. O filme conta uma história que se desenrola num grade circo, com vários bons números circenses que encheram os meus olhos infantis de emoção e entre tais coisas, havia espetaculares números acrobáticos de trapézio. Lá pelo meio do filme, o trapezista principal, Sebastian, a fim de ganhar uma disputa pessoal com Holly a mocinha e também trapezista, resolve dar um salto mortal triplo mas manda tirar a rede de segurança, que ficava embaixo, para o proteger no caso de alguma queda. Na vida, assim como no filmado circo, as vezes agimos assim. Por causa de fama, disputa ou para ganharmos notoriedade, corremos grandes riscos desnecessários, tirando espontaneamente a rede de proteção, ou seja, qualquer coisa que nos daria mais segurança em nossa tarefa. Passamos a agir como tolos, achando que nada de mal vai nos acontecer, que somos praticamente imortais. Também agimos assim por causa de dinheiro, adrenalina ou outra promoção qualquer e vamos aceitando desafios cada vez maiores, até que um dia acontece um fato trágico que podemos classificar de até certo ponto previsível, somos vencidos por ele e perdemos a vida ou ficamos entrevados numa cadeira de rodas. Sim, quantas pessoas que nós conhecemos que viviam desafiando à morte em esportes radicais em que se exigia muito adrenalina e hoje, ou estão mortos ou paraplégicos. Há uma centena deles. Isto não significa que vamos agora ficar com medo de tudo e nem sair de casa para não corrermos quaisquer riscos. A própria vida em si, neste velho sistema é um risco e muitos perderam à sua vida em casa, com um simples escorregão no banheiro. Há de se ter então um equilíbrio quanto aos riscos que todos os dias temos de enfrentar, estes aumentam ou diminuem nas escolhas que fazemos, evitando assim os riscos maiores, à toa e desnecessários como muitos o procuram por simples adrenalina. Sempre que pudermos, vamos fazer uso da "rede de segurança", que é qualquer coisa que torne o risco menor. Voltando a história do filme, o grande trapezista Sebastian, resolve fazer então um número radical para desafiar a estrela do espetáculo, também trapezista por quem se apaixonara mas que não era bem correspondido, pois ela amava outro, no caso o dono do circo. Assim, ele resolve dar um tríplice salto mortal no trapézio mas manda que os empregados do circo, tirem a rede de segurança que estava armada embaixo de toda extensão do trapézio. Às suas ordens, embora superpreocupados os ajudantes do circo, retiram a rede de proteção e assim Sebastian começa a balançar-se para lá e para cá, a fim de efetuar a manobra arriscadíssima. Quando Sebastian viu que estava na altura e velocidade desejada, parte para o voo acrobático, onde faz várias piruetas antes de tentar agarrar o outro trapézio lançado por um outro trapezista ajudante, que deveria estar em sincronia com a sua chegada. Acontece que por milésimos de frações de segundo, o trapézio não está no local devido e Sebastian cai de uma grande altura e se estatela no chão, para espanto de toda uma assistência que o observava admirada. Socorrido à tempo ele consegue sobreviver mas fica paralítico e nunca mais pôde subir num trapézio e fazer grandes manobras acrobáticas como fazia, passando a trabalhar no circo como um simples ajudante e não mais sendo o "ás" do espetáculo como era, tudo porque resolveu saltar sem rede de proteção. Que tenhamos sempre isto em mente, nunca corrermos riscos desnecessários ou dispensar coisas que nos podem proteger por simples exibicionismo.    

segunda-feira, 7 de abril de 2014

QUANTA AUTORIDADE TEM JESUS CRISTO?







Perto do fim de sua estada aqui no nosso planeta Terra, Jesus disse aos seus discípulos: "Foi me dada toda a autoridade no céu e na terra", conforme se lê, no evangelho de Mateus no capítulo 28, versículo 18. Estava Jesus dizendo com isto que Ele é o Ser Supremo que possui autoridade sobre todos, tanto no céu como na Terra? Muitos acham que sim, na verdade a maioria dos que professam ser cristãos, citam tal texto para corroborar sua assertiva de que Jesus é a maior autoridade no Universo, tanto o visível como o invisível. Vamos analisar esta frase acima e outras passagens bíblicas para ver, o que de fato elas querem dizer, para não cometermos erros ou injustiças. Primeiro, Jesus diz textualmente: Foi me dada toda a autoridade. Com isto em mente, chega-se a conclusão lógica, que alguém com mais autoridade deu autoridade a Jesus. Quem dá, tem mais autoridade do que quem recebe, isto é uma coisa inegável, não há como se discutir. Sim, alguém muito Superior deu a Jesus Cristo, autoridade sobre seres, tanto nos céus, como também na terra, ou seja sobre todos os anjos e quaisquer governantes terrestres. Mas logicamente que quem dá esta autoridade a Jesus Cristo, não está sujeito a Este, muito pelo contrário. Como sabemos disto? Para sabermos a resposta, vamos recorrer as Escrituras Sagradas, lendo agora uma das cartas que o Apóstolo Paulo escreveu aos Coríntios ou mais precisamente, a Primeira Carta aos Coríntios Capítulo 15, versículos 27 e 28, lá Paulo fala claramente do grande poder que Jesus Cristo recebeu de seu Pai, mas vê-se que não é um poder ilimitado, absoluto ou supremo, leiamos tal texto para análise: "Pois Deus, lhe sujeitou todas as coisas debaixo dos seus pés". Mas, quando diz que "todas as coisas foram sujeitas, é evidente que se excetua aquele que lhe sujeitou todas as coisas. Mas, quando todas as coisas lhe tiverem sido sujeitas, então o próprio Filho, também se sujeitará Àquele que lhe sujeitou todas as coisas, para que Deus seja todas as coisas para com todos." Sim, seu Pai e Deus lhe deu grande autoridade para que todas as coisas ficassem sujeitas a Ele, Jesus Cristo, mas no texto vê-se claramente que o seu Pai e Deus é uma exceção a isto, não está nem nunca esteve sujeito ao Filho. Já o Filho, Jesus Cristo, quando ele terminar a sua tarefa incumbida  por seu Pai, que é Reinar por um período para reduzir a nada, todas as coisas ruins feitas pelo Inimigo da Vida, aí Ele, o Filho também se sujeitará a seu Pai e Deus, para que Ele seja todas as coisas para com todos, nesta ocasião não precisaremos mais de algum intermediário entre o Verdadeiro Deus e nós humanos, como hoje precisamos deste elo ou ponte de ligação para chegarmos a Deus, que é feito por esta Ser muito poderoso, que é o nosso senhor Jesus Cristo. Assim, concluímos que o Pai e Deus de Jesus Cristo, deu uma enorme autoridade a Este, depois que Ele se propôs e veio aqui a Terra e sacrificou-se dando a sua vida perfeita como resgate por nós humanos imperfeitos e que sem isto, não haveria possibilidade de salvação. Esta imensa autoridade, está acima de qualquer anjo celestial ou qualquer autoridade terrena existente, mas, logicamente não é uma autoridade absoluta, seu Pai e Deus é uma exceção, tem muito mais autoridade do que Ele, pois só Ele é o Ser Supremo, o único que possui autoridade absoluta.      

segunda-feira, 31 de março de 2014

DIREITO DO PACIENTE DE RECUSAR CERTOS TRATAMENTOS

                       

                             


Há uns tempos atrás, escrevia eu para um jornal digital e considerava assuntos que tem a ver com os direitos do paciente, tanto quanto no simples atendimento de uma consulta, ou quanto se encontrassem hospitalizados. Continuando neste tópico, na última coluna postada, falávamos do direito do paciente em sua plena capacidade de decidir, recusar-se a receber certo tratamento prescrito pelo médico ou hospital mas que para ele é objetável, seja por problemas de consciência ou outro qualquer mas apresenta como alternativa médica, um outro tipo de tratamento não tão difundido mas possível dentro dos procedimentos hospitalares, uma coisa razoável e científica, baseada em fatos concretos já utilizados por outros médicos de forma bem satisfatória e com êxito, portanto uma alternativa boa, que para o paciente no seu direito de decidir é a melhor. Até aí nenhum problema, pois o paciente é o melhor guardião de seu corpo e de sua saúde e tem o direito legal de decidir que tratamento deve aceitar ou recusar. Agora, imagine este mesmo paciente indo parar num hospital em estado de coma, mas por prevenção e garantia, porta um documento legal, em que especifica que tipo de tratamento quer receber caso fique inconsciente.  Um parente ou amigo, foi nomeado por ele procurador, através de um documento revestido das formalidades legais para atuar no caso de estar temporariamente sem capacidade de expor sua vontade ou desejo. Deve o médico ou hospital respeitar a vontade expressa do paciente em tal documento e corroborada por seu procurador? É claro que sim.  Não é por que alguém está inconsciente e não pode se expressar, que ele perdeu sua capacidade de decisão, ainda mais se ele se preveniu e fez um documento em que expressa a maneira em que quer ser tratado. Infelizmente alguns médicos, tem procurado a justiça para obrigar os parentes ou procurador nomeado a aceitarem um tratamento que seria recusável para o paciente. Alguns dias atrás, na qualidade de advogado, fui chamado por parentes de uma cliente que estava em coma num hospital, para ajudá-los na sua tentativa de fazer as médicas encarregadas do caso, entenderem e respeitarem os direitos dela, já que tinham uma procuração com firma reconhecida em que dava a um parente os poderes para decidir por ela, neste estado. Uma das médicas me disse, cheia de si, que tal documento não teria mais validade, por que a minha cliente agora estava inconsciente e este documento não falava por ela e que ela iria pedir a intervenção do Ministério Público para obrigar os parentes da minha cliente a aceitarem o tratamento proposto por ela. Falei-lhe que entendia sua posição, baseada no Código de Ética Médica, um estatuto que regula a postura dos médicos em sua profissão, mas que a minha cliente e seus parentes, tinham a garantir-lhe, não o estatuto de uma classe, mas a nossa Lei Maior, ou seja, a Constituição do País, como explicitado no seu artigo 5º, inciso II dos Direitos e Garantias Fundamentais. Disse-lhe ainda que a minha cliente através de seus parentes e o procurador, estavam recusando um tipo de tratamento específico e não todos dos muitos existentes. Voltando ao documento que ela disse não ter mais validade, lhe apresentei uma hipótese como argumento. - Se um parente seu, fizesse em vida um testamento particular, desses simples quase num papel de embrulhar pão e nele escrevera em letras mal redigidas, que lhe deixava por este testamento, tudo o que possuía, uma valiosa herança. Com a sua morte, você acha que deveria ser respeitada a sua vontade ou não? Ela me disse, meio constrangida, que sim. De pronto eu lhe disse:  - Se a vontade de um morto deve ser respeitada, muito mais é a de alguém que apenas momentaneamente está inconsciente, mas que deixou expresso por escrito como quer ser tratada. Ela não teve mais argumentos e dali pra frente, aceitou o desafio de fazer o tratamento alternativo proposto, respeitando assim o direito de tal paciente, minha cliente.

sábado, 22 de março de 2014

UM NOVO CAMINHO PARA A ÍNDIA







A história nos conta que o Brasil foi descoberto por que o navegador português Pedro Álvares Cabral, estava procurando seguir o caminho marítimo para se chegar a Índia, caminho este descoberto há dois anos antes por seu conterrâneo, o navegador Vasco da Gama mas devido a calmaria dos ventos as naus desviaram-se tanto de tal rota, vindo a parar na costa brasileira. Sim, houve um tempo em que a Índia com suas especiarias, tais como o cravo, a canela, a pimenta, o gengibre, o açafrão e outros condimentos era alvo de muitas viagens a princípio terrestres e depois marítimas, onde comerciantes iam na busca destas preciosidades, que dão tanto sabor e aroma aos alimentos, a ponto de serem consideradas o Ouro da Índia. Ainda hoje o mercado indiano, enche os olhos dos visitantes com suas cores vivas, além é claro do gostoso aroma emanado de suas ervas. Infelizmente alguns povos se achando superiores em raça, escravizaram por muito tempo a Índia, até que Mahatma Gandhi através de uma onda de protestos mas sem violência e agressão, conseguiu desvencilhar os indianos do Império Britânico que os dominava. Hoje a Índia é um país pujante que abriga a segunda maior população mundial e tem uma boa renda per capita, embora haja grandes desigualdades, assim como no Brasil, onde uns poucos tem muito e a grande maioria não e alguns vivem até numa linha abaixo da pobreza. Para nós que estamos acostumados há um tipo de vida ocidental, há um verdadeiro choque cultural, pois o estilo de vida indiano é um verdadeiro contraste com a vida que levamos, onde coisas corriqueiras como um simples banho quente, lá não é fácil consegui-lo, nem se tem supermercados ou shoppings mas em compensação tem ótimas feiras com as suas cores exuberantes, onde se compra de tudo à preços bem baratos. Sim, conhecer a Índia e seu povo bonito com suas vestes coloridas e sempre sorridente apesar das dificuldades que alguns passam, nos fazem repensar os valores que damos aos bens materiais, ao conforto e o consumismo ocidental. Muitos tem aceitado o desafio e descoberto um novo caminho para a Índia, a fim de se familiarizarem e aprenderem desta vasta cultura milenar, coisas que para nós ocidentais nesta agitação e corre corre do dia, as vezes passamos por alto, mas que os indianos dão muito valor e prezam, que é toda a forma de vida, a família e coisas espirituais. Embora tenhamos um conceito diferente deles no que diz respeito a sua espiritualidade, pois temos forte convicção nos escritos e promessas bíblicas de que um dia iremos todos viver irmanados e sem barreiras raciais, neste belo planeta Terra, que será restaurado e voltará a ter condições paradisíacas, mas respeitamos com sinceridade o ponto de vista hindu e suas crenças. Temos plena consciência de que a cristandade é a grande culpada pela rejeição que os hindus tem à Bíblia como guia, rejeição esta, pela violência, racismo e opressão a que submeteu o povo indiano por muitos anos, razão porque muitos povos não veem com bons olhos os ensinos de Jesus, achando que eles não levam a paz, mas à guerra, principalmente a guerras de conquistas. Enquanto a cristandade promove as guerras, o verdadeiro cristianismo, sempre fez com que seus seguidores levassem uma vida pacífica, abstendo-se violência, agressão e qualquer envolvimento em guerras, preferindo antes serem presas, torturadas e até mortas do que matarem o seu semelhante, assim como também preconizava o líder hindu Gandhi, que sempre usava as palavras de Jesus, ditas há dois mil anos atrás no seu famoso Sermão do Monte, de que devemos amar não apenas os que nos amam mas também os nossos inimigos para provar que somos realmente filhos de Deus.          

quarta-feira, 19 de março de 2014

HÁ VIDA ALÉM DAS REDES SOCIAIS






Sou do tempo em que as pessoas conversavam com os vizinhos nos portões de suas casas até tarde da noite. Neste tempo as famílias sentavam-se à mesa para jantar e falar sobre os problemas do dia e quando chegava a época própria, os jovens namoravam de mãos dadas andando pela orla marítima ou dando volta pelas praças. Hoje para muitos, isto seria uma coisa totalmente ultrapassada, de um passado muito distante que não condiz com o mundo atual. Primeiro a televisão e depois a internet foi aos poucos separando os membros de uma família, esfacelando o aconchego familiar, fazendo com que as pessoas de um mesmo lar, se isolem nos seus aposentos e tenham uma vida privada independente, onde virtualmente suprem as suas carências e necessidades emocionais com pessoas de fora, muitas vezes de lugares bem distantes. Depois com o surgimentos das redes sociais, aí é que a coisa degringolou de vez, as amizades virtuais passaram a ocupar o lugar dos amigos reais, dos colegas de escola, de trabalho, dos vizinhos e outros que contatamos no dia a dia. A cada dia que se passa, vamos nos enroscando mais e mais nestes meios de comunicação social, postando as vezes os nossos problemas íntimos ou a consecução de alvos atingidos no dia, à espera de ajuda dos comentários ou aprovação destes nossos "amigos", mesmo que seja com um simples click em "curtir". Isto tem feito muitos de nós prisioneiros desta teia à ponto de não conseguirmos passar um dia sem dar uma olhada ou mesmo postar algo. Logicamente que em tudo há o lado bom e o lado ruim, neste caso tem de haver equilíbrio e fazer bom uso desta ferramenta de comunicação entre as pessoas. Quem não descobriu através de uma rede social, pessoas que há tempos você não tinha qualquer contato e agora pode sempre falar com elas? Quantas coisas boas, inteligentes e de grande utilidade, você só ficou sabendo através das redes sociais? Foram e tem sido muitas. Em compensação, quantas pessoas tiveram a sua vida íntima e privacidade expostas a execração pública e por conta disto até cometeram suicídios? Um bom número, principalmente de ainda meninas que confiavam em seus "amigos" namorados e se deixaram filmar ou fotografar por estes na sua intimidade e não conseguiram segurar a barra. Um outro aspecto negativo é o tempo que nós perdemos bisbilhotando as redes sociais ou interagindo com alguém. As redes sociais são altamente viciantes, por isto despercebemos a quantidade de horas gastas, muitas vezes em assuntos triviais, bobos, de nenhuma utilidade a não ser, satisfazermos o nosso ego que é ter a aprovação de feitos postados. Sim, a nossa carência neste sentido de esperarmos ter aprovação de muitos, para sentir-nos bem e a falsa impressão de que somos queridos, demonstra de um certo modo a nossa fraqueza, da dependência ou opinião dos outros para sermos felizes. As redes sociais de uma certa forma passaram a atuar como nossos psicólogos, onde pessoas estranhas nos ajudam a conviver com as nossa crises emocionais e existenciais. Isto acaba sendo um grande perigo e os danos podem ser bem desastrosos, pois os conselhos muitas vezes vem de quem não está apto a fazê-lo. Por isto é bom lembrar que a vida com suas belezas e o tempo são as coisas mais preciosas que temos, nada os pode suprir ou substituir. Assim, ao invés de termos uma vida totalmente virtual que nos isola da vida real, do viver no exato sentido da palavra, que optemos pela última, pois com certeza há muita vida agradável e boa fora das redes sociais, pronta para serem vividas, basta de vez em quando darmos uma trégua e sairmos da frente de nossos aparelhos de comunicação e usufruí-la.      

quarta-feira, 12 de março de 2014

VOCÊ PRESTA A DEVIDA ATENÇÃO AO QUE UMA CRIANÇA LHE FALA?




É bem provável que você responda que sim, que tudo o que seu filho, seu sobrinho, seu neto ou outra criança qualquer lhe fale ou lhe pergunte, você dá a devida atenção para depois responder corretamente. Até pouco tempo atrás, eu também pensava que agia assim, que estava sempre atento as perguntas dos meus filhos e agora dos netos e os respondia à base do que eles me indagavam. Ultimamente tenho visto que minhas respostas a eles não tem sido boas, quase sempre são mecânicas, monossílabas, de um sim ou um não, como para me livrar de ser importunado por frases ou pedidos que eu achava tolos, sem se dar conta do que eles estavam realmente me falando ou pedindo. Por conta disto em algumas ocasiões fiquei enrascado, por que eu aquiesci com os pedidos deles, sem ver a profundidade das coisas e me dei mal, por que a palavra dada deve ser cumprida. Com minha neta de quatro anos então, eu tenho que ter mais cuidado ainda, por que ela não pensa como uma criança de quatro anos mas como uma quase adulta e faz altas indagações. Assim, depois de que ela me fala alguma coisa e eu dou uma resposta pueril como se tivesse entendido o assunto mas na verdade não entendi nada, ela vendo a bobeira e falta de razoabilidade da minha resposta, diz de pronto: - Qual a parte que você não entendeu do que eu falei?  Aí, para não pegar mal, de ser criticado por uma criança de quatro anos, eu digo apenas uma parte obscura da estória e depois que ela me esclarece o ponto nebuloso, eu tento concatenar as demais nuances do porque da sua pergunta, para não passar por tão bobo para ela. Sim, muitas vezes nós adultos achamos que crianças só falam bobagens, coisas inverossímeis e não lhes damos a devida atenção, quando na verdade nos dias de hoje as crianças estão bem mais antenadas do que muitos adultos e levantam questões sérias de comportamento humano, razão porque devemos refletir naquilo em que elas estão se expressando, para não passarmos por alienados. Isto me faz lembrar do relato recente de um garoto que estava na sala vendo o noticiário da televisão, enquanto sua mãe estava na área de serviço colocando roupas na máquina de lavar. De repente o garoto grita para a mãe: - Mãeeee, sumiu o Boeing! A mãe irritada com tanta roupa para lavar, lhe diz em resposta: - Vá tratando de encontrar esta tralha de boieng, porque se eu tiver de ir aí na sala e encontrar este negócio, eu vou lhe enfiar o boieng goela a baixo. A criança não entendeu nada do absurdo que sua mãe lhe dissera. Sim, muitas vezes nós falamos em respostas as nossas crianças, coisas absurdas, próprias de pessoas dementes que não sabem de nada e estão totalmente por fora dos acontecimentos recentes. Por isto, tanto eu como você que as vezes não damos muito crédito ao que nossos pequenos nos falam é bom daqui pra frente, prestarmos bastante atenção para não falarmos bobagens e passar por pessoas débeis que não sabem sequer dialogar com uma criança.        

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

QUANDO A FAMA CHEGA MUITO CEDO



Morreu esta semana, aos oitenta e cinco anos de idade, a atriz Shirley Temple, que encantou o mundo com os seus vários filmes, que começaram quando ela tinha apenas seis anos de idade. A talentosa atriz-mirim, com seu sorriso e seu sapateado, trouxe a alegria para as pessoas desesperadas, por conta da Grande Depressão que abateu sobre os Estados Unidos na década de trinta. Shirley foi também a criança mais fotografada no mundo inteiro. Conta-se que os seus cinquenta e dois cachos de cabelos, eram cuidados zelosamente por sua mãe, que tinha o maior trabalho em mantê-los sempre arrumados, sendo proibida pelos produtores de seus filmes de mergulhar em piscinas sem a devida touca para os protegê-los. Infelizmente ao crescer, sua carreira entrou em declínio e nunca mais fez o sucesso como fazia quando era criança, tendo que se contentar em seguir uma carreira diplomática, sendo nomeada adida cultural e depois embaixatriz em dois países. Um outro ator que também experimentou o sucesso ainda bem criança, foi o astro Macaulay Culkin. Começou atuando quando tinha apenas, cinco anos de idade e seus filmes da série cujo titulo em português é: "Esqueceram de Mim" foram campeões de bilheteria e o levaram ao topo das celebridades. Ao ficar adulto, ocasião em que desaparece a meiguice e graciosidade infantil, também desapareceu a sua fama, não conseguindo mais protagonizar um filme de sucesso, o que o fez enveredar pelo lado escuro da vida. A mesma coisa vem acontecendo com o cantor e astro, criado pela internet, Justin Bieber. No começo uma simples criança canadense, que através de um vídeo encantou a todos com sua voz e que conseguiu chegar ao estrelato e a fama, ainda bem cedo. As suas últimas notícias, nos dão conta de um rapaz que atravessa uma grande crise de existência e vem sendo alvo de vários inquéritos, acusações e até mesmo prisões. Sim, quando a fama e em consequência muito dinheiro vem cedo demais, a maioria destes astros infantis não sabem como lidar com tal situação e acabam metendo os pés pelas mãos, fazendo grandes burradas. As coisas pioram se com a idade eles perdem aquilo que mais agradava o público, que era aquele ar de inocência e o talento infantil. Logicamente que há exceções, muitos que conheceram a fama cedo, continuaram famosos pelo resto de suas vidas, embora enfrentasse outros problemas pessoais. É o caso de Judy Garland que também conheceu a fama bem cedo, quando era bem jovem. Até a sua morte prematura aos quarenta e sete anos de idade, sempre esteve no topo da fama. Infelizmente a sua vida pessoal, sempre foi cercada de crises emocionais e separações, ao ponto de morrer pelo uso de uma overdose acidental de medicamentos e drogas. Outra que conheceu a fama bem cedo foi a atriz Lyz Taylor ou Elizabeth Taylor. Com apenas dez anos de idade conheceu o estrelato, tendo se mantido assim até o fim de sua vida há poucos anos atrás. E que dizer do maior astro pop, Michael Jackson? Aos cinco anos de idade, junto com seus irmãos fazia parte do Jackson Five, ocasião em que começou a conhecer a fama. Ao partir para uma carreira solo, a sua fama e suas habilidades vocacionais de cantor e dançarino, só aumentaram com o passar dos anos, chegando ao lugar onde poucos puderam estar, ser consagrado como o Rei da Música Pop. Os vários problemas de saúde que enfrentou e as acusações e julgamentos por casos de pedofilia, fizeram dele uma pessoa triste que não acreditava mais nas pessoas e dependente de remédios fortíssimos que ocasionaram a sua morte, aos cinquenta anos. Tem também a atriz-mirim Drew Barrymore, que com cinco anos de idade, estrelou o filme E.T. que à época foi um grande sucesso e campeão de bilheterias. Como sempre a fama precoce lhe trouxe vários problemas em sua adolescência, mas agora parece que ela conseguiu firmar a sua carreira como uma boa atriz. Sim, de fato ser famoso é muito difícil para qualquer pessoa e se isto acontece muito cedo, trás enormes prejuízos a formação da personalidade da criança, que se vê privada das coisas características da infância, que é brincar, estudar, passear, fazer amiguinhos, estrepolias e coisas similares. A única exceção de verdade nesta grande lista de atores e cantores famosos mirins, que não teve problemas com a fama precoce e depois já como adulto, é o ator americano Mickey Rooney. Começou a ser famoso, não com alguns anos mas com poucos meses de nascido, atuando em cenas de bebês. E assim o vem fazendo por toda sua vida. Já atuou com algumas das mulheres citadas acima, quando elas eram crianças, tais como Judy Garland e Lyz Taylor, além da nossa inesquecível Carmen Miranda. Atualmente aos noventa e três anos de idade, Mickey Rooney continua ativo, podendo-se dizer dele que conheceu a fama muito cedo, ainda bebê de colo e ainda o é hoje, caso muito raro, neste mundo de famas passageiras, como o foi da sempre sorridente garota e agora já saudosa, Shirley Temple.
Obs: O astro Mikey Rooney, morreu dois meses depois que eu escrevi este link, com 93 anos de idade.