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terça-feira, 4 de dezembro de 2012

LUTANDO CONTRA A MARÉ ADVERSA

Já faz um bom tempo, cerca de quatrocentos anos, quando Sir Isaac Newton, o grande físico e matemático inglês, conseguiu dar uma explicação científica para o fenômeno das marés, a subida e descida das águas do mar que acontece todos os dias, num período de doze horas e alguns minutos. Esta oscilação tem a ver com a força de campos gravitacionais de corpos celestes que atuam sobre nossa Terra, que é o da Lua e do Sol. Assim, quanto mais perto estes corpos estão, mais oscilações acontecem. Logicamente que a Lua, por estar muito mais próxima da Terra, tem uma atuação maior na variação das marés, que quando alta se chama maré cheia ou preamar, quando está baixa maré vazante ou baixa mar. Os surfistas gostam de saber quando a maré está alta ou baixa para terem um melhor desempenho, assim para eles o melhor é quando ela estiver crescendo e não totalmente cheia e também quando estiver diminuindo, que é onde eles pegam as melhores ondas, isto normalmente acontece no horário das oito da manhã ao meio-dia, não que em outros horários não se possa também surfar. Jack Johnson, um cantor e também surfista, diz em uma música antiga de Bob Marley, "High Tide or Low Tide", que estaria com seu amigo na maré alta ou na maré baixa da vida. Sim, a nossa vida tem estas mesmas oscilações ou fases, alta e baixa. Assim, quando somos jovens possuímos algum dinheiro ou bens e alguma fama, estamos na "maré alta". Nesta fase temos muitos amigos, somos paparicados, convidados pra festas e outras regalias da vida. Também nesta época quase não precisamos lutar para nos manter em pé na nossa "prancha" da vida, temos a proteção e a ajuda de várias pessoas, que nos seguram e praticamente imploram a nossa presença. Mas, como tudo na vida, há as marés baixas ou vazantes, ocasião em que já não temos aquilo que nos fazia aglutinar pessoas. Nesta baixa mar, ao aparecerem problemas e dificuldades, as primeiras coisas a "vazar" são as amizades interesseiras ou de falsos amigos. Neste período de baixa mar temos de lutar arduamente para nos manter em pé na nossa "prancha" sem as águas das amizades que nos ajudavam. Temos de ter tenacidade para não sucumbirmos e morrermos afogados ou tragados por algum "tubarão" tanto simbólico como literal, como aconteceu com a surfista havaiana Bethany Hamilton, que perdeu um dos braços surfando no Kauai perto de sua casa, mas nem por isto perdeu a sua determinação e fé, pois com um único braço se tornou campeã mundial. Aí sim, mostramos a nossa garra e disposição de vencermos obstáculos, também veremos quem são os nossos amigos de verdade, aqueles que estão conosco na maré alta e na maré baixa, sabendo de antemão que os falsos são como ratos, serão os primeiros a nos abandonar quando as coisas ficarem ruins, assim como acontece literalmente quando um navio está indo à pique. Que sejamos perseverantes em continuar lutando contra tal maré baixa adversa, sabendo que a preamar sempre volta depois de um tempo de maré vazante, é só esperar o ciclo natural. 

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