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quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

MALTRATANDO O CORAÇÃO

O nosso coração físico é um músculo bastante resistente. Ele bombeia o sangue para todo o nosso corpo, umas cento e dez mil vezes por dia e se levarmos em conta uma vida de uns oitenta anos, chega-se a um número astronômico. Mas não é por isso que vamos achar que a sua resistência é inesgotável. Como assim? A maioria de nós, achando pouco o serviço que ele faz, de contrair e relaxar, por milhares e milhares de vezes no dia, resolvemos adicionar uma sobrecarga ao mesmo o entupimos de alimentos gordurosos, deixando pouco espaço para o sangue circular livremente. Como se isto não bastasse, vivemos em constante stress e de vez em quando ainda damos-lhe  vários choques emocionais. Para culminar, vivemos uma vida sedentária, sem fazer qualquer exercício o que piora mais a situação. Sim, nós maltratamos bastante o nosso coração literal e por conta disto muitos sofrem uma parada cardíaca ainda jovens. Mas temos outro tipo coração, o simbólico, onde armazenamos as nossas motivações. Nele guardamos os nossos segredos mais recônditos, os nossos sonhos, as nossas alegrias, as nossas tristezas e pesares, os nossos desejos mais profundos, enfim o nosso amor ou ódio. Seria uma coisa salutar e boa para o nosso coração figurado, se alguém que despertasse a nossa atenção e por fim o nosso amor, correspondesse a esse sentimento, numa verdadeira sincronia. Mas isto não é assim que funciona. Como já dizia a letra de "Flor da Idade" uma música de Chico Buarque, cujos versos nos dão conta que: Carlos que amava Dora que amava Pedro que amava Lia que amava Paulo e por aí vai numa total falta de sintonia amorosa, ou seja, a pessoa de quem gostamos, não está nem aí pro nosso sentimento e não gosta nem um pouco de nós e vice versa. Com isto vamos maltratando o nosso coração, ou deixando que ele seja maltratado, dia após dia, na ânsia de conseguir qualquer sinal, por mais simples que seja, de atenção da pessoa amada. Este maltrato ou angústia pode durar vários anos, causando um sofrimento, como de uma ferida que não cicatriza, está sempre prestes a sangrar de novo. Isto porque, quando achamos que já está tudo resolvido e não há mais chances, surge um pequeno alento e como incautos e bobos, como o nosso coração, mergulhamos de novo num caminho tortuoso e sofrido, em que sabemos por idas anteriores, onde isto irá dar, que é uma nova decepção, o desespero pela rejeição, a dor por ser ignorado, esnobado ou humilhado, tudo isto por não ter entendido bem o sinal emitido. Estas idas e vindas, além do sofrimento é uma verdadeira carga emocional para o nosso já tão fragilizado coração. Sim, ao longo da vida vamos maltratando tanto o nosso coração físico como o sentimental, o primeiro por dificultar-lhe o seu trabalho, por não termos hábitos saudáveis de alimentação e não exercitarmos o seu músculo. Já o que fazemos com o nosso coração sentimental é pior ainda, o oprimimos com angústias e desesperos, deixamos ele ser magoado ao extremos por insistirmos em viver uma vida cheia de ilusões e esperanças, sem que haja qualquer possibilidade da concretização do que sonhamos para ele. Vivemos a vida em sobressaltos com a presença ou repúdio do ser amado, com isto padecemos de palpitações, batidas aceleradas ou taquicardia. Tudo isto acontece quando o nosso coração figurado está desesperado por um amor não correspondido, a gente se ilude atoa com qualquer bobagem e como dizia certa frase:  HAJA CORAÇÃO para aguentar tanto sofrimento.   

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