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sábado, 30 de abril de 2011

PRECONCEITOS

Vivemos num mundo cercado de preconceitos de todos os tipos. É preconceito contra a cor da pele, preconceito racial, social, cultural, quanto ao sexo, por deficiência física, pela idade, contra idéias novas e preconceito religioso. Discriminamos aquilo que não conhecemos ou que ouvimos outros falarem mal, principalmente se isto for feito pelos meios noticiosos, aí já fazemos o nosso pré-julgamento. Condenamos alguém sem dar a ela o direito sagrado de defesa. Todos têm o direito de defender-se de uma acusação ou de um mal juízo e a negativa disto constitui um ato de violência e um atentado contra a dignidade humana. Discriminamos alguém pela sua cor de cabelo, pelo seu excesso de peso, pela sua estatura, pela sua falta de cultura, pela sua aparência, tudo o que é novo e por aí vai. Sim, temos muitos e variados preconceitos. Se fossemos abordar todos os tipos de preconceitos, este link seria pequeno para tantas considerações. Iremos falar de apenas dois: o social e o religioso. O preconceito social é aquele que envolve o status da pessoa e a sua aparência. Rejeitamos alguém porque achamos que ela não está no mesmo nível social que o nosso. A sua aparência nos indica ser ela pobre ou de poucos meios,  por isto não a levamos em conta e nem lhe prestamos a mínima atenção. Agimos como se ela fosse portadora de uma doença contagiosa, queremos é distância de tal pessoa. Mas como diz um ditado popular: "as aparências enganam".  Me lembro de certa ocasião, quando eu prestava assessoria jurídica para uma grande imobiliária que vendia prédios novos, com lançamentos e também trabalhava com locação de imóveis. Num certo sábado, estavam todos os corretores apostos para a venda de apartamentos de um prédio de luxo, num subúrbio do Rio. Então, de vez em quando, chegava algum prospectivo comprador, quase sempre montado num carrão de luxo e lhe era dispensado tratamento vip, com ótimo e pronto atendimento, cafezinhos, bombons, água gelada e outras coisitas mais. Logo no início daquele sábado agitado, por conta do lançamento da venda de apartamentos do prédio, também chegou não de carro mas a pé, um senhor vestido modestamente e ficou horas sentado, numa das cadeiras de espera para ser atendido. Os prospectivos compradores bem trajados eram logos atendidos e aquele senhor ia sendo passado por alto, mas continuava humildemente esperando o momento de alguém lhe dar alguma atenção. Quando não havia mais ninguém para ser atendido, a garota encarregada de alugar imóveis virou para o humilde cidadão e lhe disse: - Senhor não temos nenhum imóvel para alugar na sua faixa de renda. Em resposta, o modesto senhor lhe disse com sua voz sempre mansa: - Mas eu não vim aqui para alugar imóvel e sim para comprar. De novo, a secretária lhe falou, agora já meio chateada: - Senhor, para obter a carta de financiamento para comprar um dos apartamentos deste prédio, a financeira está criando uma série de dificuldades, são muitas as exigências e eu acho que será perda de tempo o senhor tentar fazer isto. Mais uma vez, de forma mansa e calma, o senhor disse a secretária da imobiliária: - Mas eu não vim aqui para comprar um apartamento financiado, eu vim para comprar dois apartamentos à vista, um para mim e outro para minha filha que vai se casar. A partir daí, foi um Deus nos acuda no tratamento que passaram a dispensar aquele modesto senhor, que ao final comprou os dois melhores apartamentos daquele prédio de  luxo, pagando o seu preço à vista. Sim, as aparências podem criar preconceitos e fazermos julgamentos do que nossos olhos vêem e estes, as vezes, nos enganam. Um outro tipo de preconceito é o religioso. Muitas pessoas têm alguém de uma religião como sendo antiquado, bitolado, sem instrução, fanático e até desprezível mas sem o mínimo conhecimento de suas crenças, apenas no que se ouviu falar. Bom, certo domingo como sempre faço há bastante tempo, saí para visitar as pessoas em seus lares, levando uma mensagem de esperança de uma vida melhor no futuro. Ao bater numa casa, eu e meu companheiro fomos tratados de uma forma ríspida, bem grosseira, por uma senhora que nos atendeu. Estamos acostumados a isto, nada nem ninguém irá tirar a nossa alegria neste trabalho, sempre acreditamos que em outras casas possamos encontrar pessoas receptivas, amáveis, que nos darão atenção, o que de fato sempre acontece, compensando alguns possíveis maus tratos. Entendemos que quando uma pessoa nos repudia ou maltrata está de fato repudiando, o Amo que nos enviou e que elas alegam adorar. Naquela ocasião, eu possuía um escritório com um filho de um deputado estadual e o nosso escritório ficava no mesmo bairro onde eu morava e frequentava uma congregação, portanto era o nosso território de pregação. Na segunda-feira, agora trajado de terno, comecei a atender as pessoas que compareceram ao escritório. Em uma das vezes que a secretária abriu a porta para a entrada de um cliente, pude notar que na sala de espera estava aquela senhora que me havia tratado com pouca delicadeza no domingo. Quando chegou a vez dela, ela entrou e depois dos cumprimentos, se assentou a minha frente. Daí perguntei: -  Então, no que posso servi-la? Ela passou a desfilar uma série de dificuldades que sua filha, que era professora,  enfrentava para dar aulas numa escola pública num bairro bem distante e que ela estava ali para me pedir ajuda, para eu falar com o filho do deputado para ver se arrumava uma escola mais perto. Depois de ouvir pacientemente as suas lamúrias, eu lhe disse: - A senhora ontem estava muito nervosa. Em resposta ela meio incrédula  me disse: - Eu, nervosa, como assim, porque o senhor está me dizendo isto? Em adição lhe falei: - Porque eu estive em sua casa pela manhã. Ela não entendendo nada, nem me reconhecendo, me disse: - Quando o senhor esteve na minha casa que eu não me lembro? A partir daí me identifiquei e ela não sabia como esconder o seu  rosto de tanta vergonha. Então lhe disse: - Senhora, a pessoa não é obrigada a aceitar ou mudar seu ponto de vista com relação a nada, mas sermos corteses e educados com qualquer pessoa, não custa nada. A gente nunca sabe quem está batendo à nossa porta, pode ser alguém de quem precisamos muito e aí desperdiçamos uma boa oportunidade. - Mas, a senhora pode ficar tranquila que este fato não irá me impedir de falar com o filho do deputado para ver o que ele pode fazer  por sua filha.- Tenha um bom dia! Ela saiu me pedindo mil desculpas pelo ocorrido. Pelo que eu soube, ela nunca mais atendeu mal àqueles que bateram a sua porta levando uma mensagem bíblica de esperança. Ela aprendeu a lição. Sim, que nós procuremos nos livrar de todo e qualquer tipo de preconceito porque não só é errado como contagioso, levando a que outros tenham também preconceito, muitas vezes, sem nem saber por que, só por que ouviram outros falarem mal. Fica a dica!!!     


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