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sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

DINHEIRO NA MÃO É VENDAVAL








Desdes os tempos bíblicos já se contava a história de um filho pródigo, que pediu a seu pai os seus direitos de herança, tendo os recebidos partiu para uma outra cidade, onde rapidamente numa vida devassa, gastou tudo o que possuía, vindo à viver entre os porcos, comendo o que sobrava destes para não morrer de fome. Sim, a história no decorrer dos séculos, está cheia de pessoas assim, que de uma ora pra outra tem de tudo, seja por receber uma grande herança ou ganhar um grande prêmio em algum tipo de loteria mas por não saberem administrar aquilo que ganharam com facilidade, logo, logo a fortuna sai voando. Foi assim com o primeiro ganhador de um grande premio numa loteria do Brasil, o Dudu da Loteca, como ficou conhecido Eduardo Varela, que de morador de Madureira foi viver na Avenida Vieira Souto em Ipanema, na época um dos lugares mais caros do planeta mas pouco durou a sua vida de ricaço por conta de negócios mal feitos, tendo sido declarado algum tempo depois, como estando falido. Depois disto me vem a memoria de um outro ganhador de um grande prêmio também de uma loteria, o Nivaldo. Assim, como o filho pródigo da parábola de Jesus, ele rapidamente gastou tudo o que ganhou em noitadas com orgias de mulheres televisivas, regadas com muitas bebidas caras e inúmeras viagens com os amigos, o que o levaram de uma condição de rico há de um pedinte, dormindo hoje nas ruas ou debaixo de viadutos. Até os dentes de ouro que colocou em sua boca para ostentar a sua posição de new rich, teve de arrancar para pagar dívidas. Recentemente temos lido e visto nos noticiários de que um dos maiores bilionários do mundo, o brasileiro que conseguiu em pouco tempo ganhar mais que todos os ganhadores de prêmios de loteria juntos, além de já ter perdido grande parte de sua fortuna, está com a maioria dos seus bens bloqueados para garantir o pagamento de imensas dividas. A fortuna que ele possuía, parecia que era o bastante para que durante várias de suas gerações, pudessem gastar e viverem muito bem, sem que seu patrimônio terminasse. De uma hora para outra, aquilo que parecia inesgotável, dissolveu-se rapidamente e eu não sei o que ainda sobrou, se ainda é uma soma razoável, que daria para pessoas com um padrão de vida normal, viverem muito bem ou se quase zerou. O certo é que a perda foi muito grande. Neste sistema financeiro perverso, onde fortunas são ganhas ou perdidas de um dia pro outro ou até mesmo num piscar de olhos, não há quem possa dizer que está seguro,  que o que tem hoje é uma coisa sólida, que nada há que possa tirar-lhe ou diminuir o seu patrimônio no futuro. A vida tem-me ensinado que tudo pode mudar, nada é eterno neste sistema. O próprio Mestre que contou a parábola do Filho Pródigo, disse no famoso Sermão do Monte, para termos os nossos tesouros armazenados nos céus e não na terra, onde as traças corroem ou os ladrões roubam. Aqueles que dão considerações a este conselho, sabem da precariedade que é ajuntar muitos bens, coisas materiais que perecem e perdem o valor, pois elas nunca darão verdadeiro descanso. Preferem viver uma vida simples, tendo apenas as coisas básicas e que se perderem algo não lhes causará muitos prejuízos ou sofrimentos, pois os seus tesouros estão em local inacessível a humanos, de onde não se pode tirar ou roubar. Já dizia Paulinho da Viola em uma música, que "dinheiro na mão é vendaval, é vendaval, na mão de um sonhador, de um sonhador. Quanta gente aí se engana e cai da cama, com toda ilusão que sonhou e a grandeza se desfaz quando a solidão é mais, alguém já falou". Portanto, não caia nesta armadilha que é a busca insana do acumulo de bens, como se fossem uma coisa que lhe  trará felicidade, quando na verdade tem-se demonstrado ao contrário, ser causa de muita infelicidade.          

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