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sexta-feira, 22 de julho de 2011

AS INJUSTIÇAS DE UM PRÉ-JULGAMENTO

Algum tempo atrás, li contristado a noticia de que quatro homens que eram acusados de um crime brutal na cidade de Colombo no Paraná, o de estuprarem e assassinarem a menor Tayná, e que por isto haviam sido torturados e espancados ao estremo para confessarem o "seus crimes" para os policiais encarregados do caso, o que fizeram ante as barbáries cometidas mas na contraprova do caso, os peritos chegaram a conclusão de que o sêmen encontrado no corpo da vítima não pertencia aos acusados e sim a outro homem, o que os inocenta das acusações e deixa uma grande mancha negra na Policia local, na forma como tais confissões foram conseguidas. Sim, muitas vezes levados pelo clamor público as vezes cometemos grandes injustiças por agirmos precipitadamente, pela mera aparência. Neste caso, a imprensa e outros meios de comunicação atiçaram a multidão e estas atearam fogo, aos brinquedos do parque de diversões onde eles trabalhavam. Ninguém tem o direito de agir por conta própria ou fazer justiça pelas próprias mãos. Por mais que a justiça seja cega, como é representada por uma mulher com os olhos vendados, os tribunais estão aí, para exercer e fazer valer a justiça, dando a cada parte, o direito inalienável de defesa, do contraditório, consagrado na nossa Carta Magna, na seção dos Direitos Humanos. Ninguém pode ser condenado sem que haja um julgamento. O pré-julgamento de alguém, pela aparência de um ato errado ou uma informação equivocada é um ato que fere os princípios norteadores do sentimento humano. Pré-julgar pessoas, sem que esteja devidamente convencido de sua culpa, mutila o sagrado direito de defesa e de resposta. Muitas vezes por preconceitos e outras deformidades, nos colocamos na cadeira de Juiz e damos o nosso veredicto, sem nenhum embasamento válido, apenas por "ouvi falar" ou conjecturas. Muitas pessoas foram condenadas e algumas até levadas à morte, simplesmente por que houve um pré-julgamento, que as postou como execrável a sociedade, como praticante de um crime hediondo e merecedora por conseguinte de uma pena capital. Mais tarde descobre-se que o criminoso era outro, aí é que vamos ver, que fomos induzidos ao erro, as vezes pelo meios noticiosos ou o clamor público, que nos faz ver de uma forma distorcida a verdade. Lembre-se de que Jesus foi condenado a morte assim, na calada da noite, sem direito a qualquer defesa, tudo na base da conjectura de que ele estaria contra as autoridades romanas, por se dizer Rei. Um outro aspecto que devemos ter cuidado é, não seguir turbas enfurecidas ou multidões, que fazem julgamentos de plano, ou justiça pelas próprias mãos. Muitos o justificam pela alegação de que "a voz do povo é a voz de Deus", o que é uma balela. Se isto fosse verdade, Jesus teria sido libertado e não Barrabás. Portanto, devemos evitar cair nesta armadilha de fazer pré-julgamentos para não cometermos injustiças com alguém, impondo-lhe precipitadamente a mão, acusando-o injustamente, sem nenhuma prova, as vezes simplesmente para agradar a outros, o que é uma coisa abominável.   

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