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segunda-feira, 9 de julho de 2012

QUANDO A PROPAGANDA ERA A ALMA DO NEGÓCIO

Para onde quer que se olhe as coisas estão em constantes e rápidas mutações, na propaganda por exemplo, as coisas de hoje são bem diferentes de umas poucas décadas atrás, quando a coisa ou o produto para deslanchar e cair no gosto popular, tinha de ter por trás uma ótima propaganda. Sim, a propaganda já foi a "alma do negócio" e muitas agencias de publicidades brasileiras, consideradas por alguns como estando entre as melhores do mundo, foram responsáveis pela aceitação de um produto, mesmo não tendo ele as qualidades necessárias de um outro, mas que não tinham o merchandising devido. Hoje, com a internet acessível á boa parte da população e podendo elas interagirem, assim o que influencia as pessoas na hora da compra de um produto é se ele ao ser consultado nas páginas do Google, possui as qualidades desejadas e não o que ele apresenta como propaganda. Assim, de certa forma a propaganda deixou de ser a "alma do negócio", contribuindo apenas para informar ao possível consumidor, uma novidade e as suas vantagens sobre outros produtos, mas nunca como foi muitas vezes uma propaganda enganosa e que era altamente rentável. Sou de um tempo anterior a estas questões especulativas, do poder da propaganda para influenciar e ajudar na decisão da compra de um objeto ou bem. A propaganda, quando começou a engatinhar em nosso país, colocava as suas mensagens em pequenos outdoors, como nos bondes e anúncios musicais nas rádios e na iniciante televisão, ainda em preto e branco. Me lembro de quando andava de bonde no Rio, não nestes que ainda existem e que levam as pessoas do Largo da Carioca até o bairro de Santa Tereza, mas nos que circulavam normalmente em toda a cidade, onde havia um pequeno outdoor, logo acima de nossas cabeças que dizia: "Veja ilustre passageiro o belo tipo faceiro que você tem a seu lado mas no entanto acredite, quase morreu de bronquite, salvou-o o Rum Creosotado" e você quase que mecanicamente olhava para as pessoas que estavam a sua volta, para ver se alguma tinha a cara de ter sofrido por bronquite. Havias as frases slogans: "Pilulas Ross, pequeninas mas resolvem", "Quem bebe Grapette repete". Ou as propagandas musicais do rádio das Pastilhas Valdas, do Talco Ross, do Xarope Phimatosan e do Alka Seltzer e a gente cantava junto as estrofes: "Alka Seltzer existe apenas um e como Alka Seltzer não pode haver nenhum". Eram tantos remédios com as suas musiquinhas, mas as vezes o compositor destes jingles penavam para encontrar uma rima para o produto, como era o caso do remédio para dor de ouvido, Auris-Sedina em que a rima encontrada foi "menina" e atacava dizendo  "dorme, dorme menina, mamãe tem Auris-Sedina" o que fazia que tal remédio não servia para meninos. Mas havia outros produtos que também tinham música como seu carro chefe: - "Se a lâmpada queimar não adianta espernear nem bater os pés, dum...dum, o que resolve e ter logo a mão lâmpada GE". Na iniciante televisão tínhamos as garotas propagandas, que se identificavam com a marca ou lojas, como a linda Neide Aparecida que estalava os dedos na sílaba final e dizia bem devagar o nome da loja que representava, "To...ne...lux!" E que dizer dos desenhos de porquinhos tocando trompete debaixo do som musical: "Vou dançar o chá, chá, chá, Casas da Banha, alegria vem de lá Casas da Banha, também vou aproveitar Casas da Banha, é la que eu quero comprar". Depois já um pouco mais a frente, com o nosso impecável Grande Otelo, dizendo: - "Óticas do Povo, Moroou", da propaganda das lâminas de barbear, onde dizia, "a primeira faz tchan, a segunda faz tchun e.... tchan, tchan, tchan, tchan......"  Sim, são muitas as propagandas que ficaram gravadas indelevelmente no nosso imaginário, do tempo em que as coisas iam bem devagar, sem nenhuma pressa e não com os atropelos de hoje, onde até mesmo uma pequena peça do vestuário feminino, o "soutien", nos remetia a uma época inocente, quase pura e ganhou uma frase famosa, "O primeiro sutiã, a gente nunca esquece". Hoje a propaganda tem outros objetivos e passa tão rápido que não da para recordar, como foi com a simples peça de um porta seios que mexeu com o nosso imaginário.

Em tempo: O autor deste link, não está fazendo nenhuma propaganda dos produtos e bens acima mencionados, mas não rejeita cachês se for o caso.
    

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