Páginas

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

A VIDA É UM CALEIDOSCÓPIO

A reflexão da luz sobre um objeto óptico espelhado, contendo vários pedaços de vidro de diversas cores, produz uma ilusão ótica infindável. A cada pequeno movimento que se faz com o objeto, novas formas de desenhos vão surgindo e não existe fim para as possibilidades que se apresentam. Isto é um caleidoscópio que pode parecer um objeto de brinquedo, mas contem princípios de física. A nossa vida é tal qual este objeto, basta uma pequena mudança e novas facetas vão surgindo nela, com inúmeras possibilidades. Sim, não é preciso fazer grandes manobras para que as coisas mudem completamente do foco central. Uma mudança, leva a outra e esta a outra e aí vai surgindo um leque de possibilidades, que não terminam nunca. Logicamente que no caleidoscópio é uma ilusão de ótica das muitas facetas refletidas num espelho. Mas na vida, também acontece ilusões de ótica não por causa da reflexão da luz, mas por conta de não se enxergar com os olhos da razão. Mesmo a nossa razão pode ficar obscurecida por alguma ilusão mal formada e aí vemos coisas que não existem. O objeto da ilusão, neste caso, normalmente é o coração, onde colocamos uma enorme nuance de cores, que transmitem ao nosso celebro, um fantástico mundo colorido. Este as vezes se deixa iludir por tais informações, fazendo que os neurônios produzam uma cadeia de felicidades e estado de graça. Mas, as coisas não ficam estáticas, paradas, novos movimentos e novas simetrias vão aparecendo, num verdadeiro turbilhão de emoções. De repente alguém, sem muito cuidado no manuseio das coisas íntimas, quebra a corrente de felicidade reinante, fazendo desaparecer o mundo colorido que nos envolvia, trazendo-nos de volta ao mundo real, sem as cores que se apresentavam para cada lado que virássemos. É certo que fica difícil conviver com uma tv preto e branco, depois de se ter uma colorida. Mas, temos que ser quais lagartixas que se adaptam as cores da parede onde transitam para poderem sobreviver, comendo os insetos incautos que não veem o disfarce. Assim, vamos nos amoldando as circunstâncias que se apresentam e o nosso caleidoscópio fica reduzido ha poucas cores, sem muitas possibilidades de variação, tendo apenas o básico para a nossa sobrevivência. Mas como diz o congregante, mas vale um cão vivo do que um leão morto. Se ainda estamos vivos é motivo mais que suficiente para nos alegrar e já estamos no lucro. Assim, que nunca despercebamos disto, por lamentar um leite bom derramado, se ainda temos uma vaquinha magra para nos nutrir, mesmo que seja um leite minguado mais parecendo soro.       

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

O FIM DA LINHA

Quando era garoto, por causa de colégio morei numa cidade do interior do Estado do Rio de Janeiro , Carmo, que faz fronteira com o Estado de Minas Gerais, ocasião em que fiz o primário e o antigo ginásio, hoje segundo grau. Mas nas férias, não havia quem me segurasse, ia passar com os meus pais no Rio, naquela época uma cidade mais do que Maravilhosa. Uma das coisas que me dava bastante alegria nestas ocasiões de férias no esticado verão carioca, além das praias era soltar pipas. Eu e meus irmãos, eles muito mais adestrados que eu neste esporte, passávamos o dia inteiro soltando cafifa, um tipo de pipa, que pode embicar até quase ao chão a fim de cortar as outras pipas que estavam no alto. Assim, comprávamos um rolo de linha de número 10, que é bem forte, passávamos cerol na linha (hoje uma coisa corretamente proibida) e depois de feita a rabiola e envergada a cafifa com a linha do cabresto, íamos para um ponto estratégico, onde havia vento e começávamos a descarrilhar o rolo, com a nossa pipa subindo bem alto. Para dar mais ímpeto ou atiçar algum medroso, que não queria subir a sua pipa perto da nossa, ainda cantávamos um verso, mais ou menos assim: - tá com medo tambarél minha linha é de carretel. E íamos cruzando cafifa com cafifa, cortando algumas e as vezes aparando as pipa boiadas pela rabiola, trazendo-as até o nosso ponto. O ruim do entretenimento é que quando para se livrar de uma pipa que a gente sabia ser superior, que fora empinada por linha de nylon e possuía até pedaços de gilete, amarrados na rabiola ou tentar cortar uma outra que estava num ponto aquém da nossa, tínhamos que dar mais linha e o nosso rolo apesar de muitas jardas, chegava no final, sem nenhum outro por perto para emendar os fios, era o fim da linha e adeus a nossa pipa que era cortada por outra, normalmente aquela sinistra que a gente temia. A única coisa a fazer agora, era puxar rapidamente a nossa linha que tinha cerol,  para não ser roubada quando passava em algum quintal onde havia garotos, que também soltavam pipas. Sim, o fim da linha que nos impossibilitava de sair vencedores no cruzamento de pipas nos deixava bem tristes. Hoje em sentido figurado, nas nossas vidas, as vezes vamos dando linha a nossa "pipa" para tentar fazer um cruzamento de ideias ou intercâmbio de relacionamentos com outras pessoas que estão como que com suas pipas no alto. Assim, damos linha aqui, tenteamos ali, embicamos acolá para que a nossa pipa possa ficar o maior tempo possível no ar e sempre perto de outras para um intercâmbio. Acontece que apesar de todo o  vento favorável que nos arrasta para longe, quase fora do alcance de nossas vistas, chega uma hora, que não se pode ir além do que já fomos e não podemos alcançar outra pessoa que está num ponto mais distante pois a nossa linha acabou. Não dá para fazermos mais concessões, isto porque não temos mais de onde tirar qualquer suprimento extra, pois este se esgotou, foi todo consumido numa completa doação, aí é o fim de tudo, da "pipa" simbólica que pretendíamos disputar, só resta assistir o nosso fracasso, vendo a mesma boiar ao léu, sendo disputada por outras pessoas e como diz um ditado "pipa voada não tem dono". Sim, de uma certa forma a nossa linha de paciência se acabou, não nos resta mais nada, para emendar, ou adiar o desenlace, nos damos como por perdida a "pipa" que íamos cruzar e aparar, pois para nós chegou O FIM DA LINHA.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

E A VIDA CONTINUA...

De repente somos sacudidos por uma triste notícia de que alguém, que era um grande amigo veio a falecer repentinamente, foi um infarto fulminante. O chão parece fugir dos nossos pés, pois ontem mesmo estava do nosso lado, brincando, todo cheio de vida. E ficamos incrédulos, nos perguntando: - Como se deu isto? Não encontramos respostas satisfatórias para coisas assim, perdermos alguém tão querido e de uma forma tão rápida. Fico eu remoendo de remorsos, por não ter sido tão amigável e receptivo da última vez que nos vimos, por achar que ele com a sua maneira de viver, era "imortal". Me parecia que ele tinha algum problema no íntimo e eu não fui suficientemente perspicaz para lhe prestar talvez a ajuda para aliviar-lhe o coração de uma sobrecarga emocional. Sim, muitas vezes estamos diante da pessoa que mais amamos, observamos o seu olhar, as suas palavras e o seu sorriso. Mais um pouco à frente é a única coisa que nos resta dela, a sua última lembrança. Gostaríamos de dizer-lhe tantas coisas, de abrir o nosso coração e demonstrar o quanto a queríamos bem mas o orgulho ou outro preconceito qualquer, trava a nossa voz e deixamos de fazer isto, pensando que no outro dia, numa ocasião mais oportuna o faremos. E aí acontece esta coisa absurda, sermos surpreendido por uma morte precoce, sem qualquer sinal de que estaria prestes a ocorrer. Mas a vida neste atual sistema é assim mesmo, não há garantia alguma de que amanhã vamos estar entre os vivos. Os maiores cemitérios das grandes metrópoles, estão hoje enterrando vária pessoas e muitas delas bem jovens, que ontem pensavam no primeiro emprego, de entrarem para uma faculdade, de casarem, de comprarem o seu primeiro carro, de fazerem uma grande viagem e outros projetos. Infelizmente não realizarão os seus sonhos, foram ceifados antes. Assim, se você gosta de uma pessoa, não espere para amanhã dizer-lhe isto, faça-o agora, pois amanhã pode ser tarde demais e ela nem ficará sabendo que é amada por alguém. Se você tiver que fazer o bem a alguém, faça-o hoje. Porque depois de morta a pessoa não terá mais consciência, nem precisará de mais nada e você ficará pensando o quanto poderia ter feito por ela e não o fez. O grande compositor Nelson Cavaquinho, já falecido, que eu tive a honra de conhecer pessoalmente na casa de meus pais, escreveu um música com o título: "Quando eu me chamar Saudade" em que em algumas partes de seus versos dizia: " Me dê as flores em vida, o carinho, a mão amiga, para aliviar meus ais, depois que eu me chamar saudade, não preciso de vaidade" e em outra parte diz: " Sei que ninguém vai se lembrar que eu fui embora, por isso é que eu penso assim, se alguém quiser fazer por mim, faça agora" Faço minhas palavras, os versos sábios de Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito, se alguém quiser fazer alguma coisa por mim, faça agora e não depois que eu morrer, por que na morte não verei nem sentirei mais nada. Sei que a vida continua e em pouco tempo serei esquecido, como salientou Nelson, serei apenas saudade para algumas poucas pessoas, portanto seria bem melhor, sabermos que somos amados e apreciados por alguém enquanto estamos vivos. Da nossa parte devemos procurar fazer o máximos para ter a nossa consciência tranquila de que enquanto a pessoa que amamos vivia, fizemos o nosso melhor, para demonstrar o quanto a estimávamos, o quanto era querida, para sentir-se amada de verdade e não por imaginar isto, de que alguém gostava dela.  

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

VIVENDO E APRENDENDO

Por mais que você já tenha vivido, nunca é o bastante para saber as coisas elementares da vida. A cada dia que se apresenta as coisas mudam, novas coisas vão surgindo, novas formas de pensar e agir aparecem e você fica perdido sem saber o que fazer. Olhar para trás e ver como você agiu neste ou  naquele caso, já foi uma boa orientação, mas agora pode estar totalmente fora dos moldes atuais por conta de uma nova filosofia de vida e de relacionamentos. As coisas que você fez de errado no passado e que você esperava nunca mais repetir, podem agora ser a maneira correta de agir, principalmente no assunto relacionamentos com pessoas do sexo oposto. As mulheres hoje não gostam dos homens tímidos, querem os atirados. No passado, aqueles tinham bastante valor e eram os mais procurados. Sim, a mudança mais radical que aconteceu nos últimos tempos, foi o comportamento e as atitudes das mulheres, que eram totalmente passivas. Era de bom alvitre as mulheres serem recatadas, ficarem na defensiva esperando que algum homem mais arrojado, iniciasse um dialogo afim de se relacionarem, dando início a um namoro. Hoje, isto está praticamente fora de moda. As mulheres estão partindo para à luta com todas as armas da sedução, deixando muitos de nós homens acuados, ante ao ataque maciço, não de uma, mas de várias ao mesmo tempo. A caça virou caçadora. Os homens antigamente cortejavam as mulheres, enviando-lhe flores, bilhetes e dando-lhe alguns presentes em ocasiões especiais. Era a época da conquista pelas demonstrações de ardor do seu amor. Hoje, esse homem está ultrapassado pela nova maneira de abordagem exigida pelas mulheres. Elas querem um homem de atitudes, que não fique comendo sopa pelas beiradas e vá logo ao ponto chave, fazendo valer a sua qualidade de macho. Hoje, para muitas mulheres a melhor qualidade de um homem não é o romantismo mas a "pegada". O homem pode ser um cafajeste mas se tiver "pegada" é o que vale para a maioria das mulheres. Também não é necessário o flerte e outras coisas preliminares para se chegar a conquista como havia antigamente, mas partir logo para os finalmente, este para a maioria das mulheres, tem que ser maravilhoso com aquele sabor de quero mais. Ainda bem, que ainda existem algumas mulheres á moda antiga, que são românticas, que apreciam atitudes de um homem cavalheiro, que gostam de receber flores e presentes inesperados, que desejam enfim se casar, coisa que está ultrapassada por muitas mulheres que preferem ser livres. Estas, as românticas, sem sombra de dúvidas são ou deveriam ser supervalorizadas pelos seus companheiros, pois sabem que tem na mão um tesouro raro neste mundo tão cheio de pedras falsas, que podem ter algum brilho é certo, mas sem o valor de uma joia verdadeira. Que as mulheres românticas, também saibam valorizar os homens que se portam da maneira de um verdadeiro cavalheiro, não levando em conta a conversa vã das outras que só vivem para contar bravatas de suas experiências sexuais com cafajestes, querendo com isto induzir a que elas mudem seu comportamento, o que de fato, caso isto ocorra, seria uma lástima e uma perda inestimável. Seria como um valioso brilhante, que de uma hora para outra, pudesse se estilhaçar e virasse imprestáveis e perigosos cacos de vidro.        

domingo, 19 de fevereiro de 2012

A RAINHA DA COCADA PRETA

                                               
Um dos piores defeitos de alguém é se achar que é melhor que os outros. A jactância pode ser por sua juventude, pela aparência, por posição social e outras coisas. Estas coisas acontecem não só quando alguém se exalta mas principalmente quando ela passa a rebaixar outra pessoa, ignorando-a, imputando-lhe defeitos ou falta de alguns predicados. As pessoas que pensam e agem assim deveriam pensar que nada é mais efêmero e passageiro do que a beleza e a juventude, então não há porque se jactar por isto ou detrair alguém por não as ter, como se estas fossem pessoas com o prazo de validade vencido. Se não houvesse a intervenção divina, como ocorrerá em breve, acabando com esta situação morredoura, todas as pessoas que estão vivas hoje, mesmo as crianças que estão acabando de nascer, daqui ha alguns anos todos estaríamos mortos. A pessoa que se acha ou é mesmo metida por usufruir agora de uma certa beleza, deveria se lembrar que está caminhando celeremente para a velhice, com as consequências desastrosas que esta trará para a sua beleza e por fim rumo a morte. Você hoje ainda é uma flor do campo, amanhã não passarás de uma tiririca do brejo e por fim serás jogada no lixo, como refugo. Se não existem outros predicados, além destes normais que a maioria possui quando se é jovem, a sua existência passará totalmente despercebida e poucos se lembrarão de quem você foi. Agora, se ao invés de beleza, a pessoa possui sabedoria, ela sempre será lembrada por suas idéias, pensamentos e conhecimento transmitido. Estas coisas o tempo não apaga com a morte, muito pelo contrário aumenta com o passar dos anos, chegando a alcançar várias gerações à frente. Estamos falando de verdadeira sabedoria e não aquela barata de colar, ou copiar frases ou pensamentos alheios, como se fosse uma copiadora ambulante, sem ter nada de seu, suas próprias idéias. Citar algum filósofo ou pensador para justificar ou robustecer as suas idéias é saudável e demonstra uma certa cultura mas ficar o tempo todo, só colocando frases alheias, sem emitir as suas próprias opiniões é falta de conhecimento e entendimento do assunto. Pior de tudo é que a pessoa as vezes se arvora ser alguma coisa, quando não é nada, sendo um simples cover. Por você as vezes fazer um certo elogio, ou tratar bem como se fosse alguém especial, você é incompreendido e até humilhado, por quem não tem nenhuma razão para jactar-se. Sim, muitas pessoas se acham a rainha da cocada preta, que estão por cima da carne seca e outras baboseiras, quando na verdade não são nada pois no fundo ninguém é nada. Aí, nesta condição, passam a diminuir a outras pessoas, menosprezando algumas, dizendo ou comentando com alguém que elas não têm "simancol" de quererem algo, que elas acham um absurdo ou estar num lugar onde não deveriam estar, como se elas fossem superiores e inalcançáveis por conta disto. Você que age assim, lembre-se: a beleza, juventude, posição social e tudo mais é ilusório e passará, mas a sabedoria não, esta é como os diamantes são eternos, além de terem um enorme valor. Assim, ao invés de cultuar a sua beleza, sua juventude, posição social, menosprezando e ridicularizando quem não mais as tem, revista-se da humildade e da modéstia, com isto você estará começando a trilhar o caminho da sabedoria e quem sabe um dia será lembrada como alguém de valor e não como um pequeno facho de luz, que brilhou por um curtíssimo espaço de tempo para um reduzido número de pessoas e que logo, logo se apagou para sempre. 

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

AINDA ESTÃO ROLANDO OS DADOS

O cidadão foi dado como morto. O médico meio inexperiente, depois de um exame superficial, assinou o seu atestado de óbito, dando como causa mortis, problemas respiratórios e uma parada cardíaca. Os parentes foram informados do ocorrido e depois de muitas lágrimas pelo desenlace, começaram os preparativos para o seu enterro. Quando o corpo estava na capela mortuária para o último adeus dos parentes e amigos, eis que o pretenso defunto, ergueu-se entre as flores e ficou sentado no caixão, causando um grande alvoroço entre os presentes. O que ocorreu? Ele havia sofrido de catalepsia patológica, uma doença que faz parecer que a pessoa está morta, mas não está e pode acontecer de ser enterrada viva, caso não recupere os seus sinais vitais a tempo, a fim de dar um basta naquela situação. Há uma alusão de que o ator Sergio Cardoso, teria sofrido de catalepsia e em consequência, sido enterrado vivo. Assim, as vezes acontece também conosco num sentido figurado, estamos como que sofrendo de catalepsia, sem conseguirmos fazer qualquer tipo de movimento. Muitas pessoas maldosas e cheias de inveja, por não verem nenhum sinal vital em nós, já nos dão como mortos. Para elas, não há nenhuma esperança para nós, pois todas as portas estão fechadas e as chaves foram jogadas fora. Não veem nenhuma saída e já se preparam para assistirem o último ato de nossas vidas. É como se todos os nossos órgãos sofressem de falência múltipla, não havendo nenhuma possibilidade de reverter o quadro. Só que, enquanto houver um mínimo e imperceptível sopro de vida em nossas narinas, ainda não estamos de verdade, mortos. Podemos recuperar a vida latente que ainda está em nós. Ainda existe o ânimus de vida, por mais tênue que seja a nossa linha da vida. As pessoas mais antigas, costumavam colocar um espelho junto ao nariz do defunto, para ver se este embaçava, caso isto acontecesse, por menor que fosse, o enterro era suspenso, pois provaria que a morte ainda não havia ocorrido. Assim, você que sorri com os meus fracassos, que festeja as minhas derrotas e já nos dá como um morto-vivo, que não quer nem esperar o laudo final para confirmar a nossa morte, por nos julgar totalmente falido, sem esperança, como sem chances nenhuma para um recomeço, preste atenção, porque os dados ainda estão rolando, a sorte ainda não foi selada. Muitas águas ainda vão passar pela ponte. Com certeza, quando os dados pararem, pode haver um assombro e mudar totalmente o desfecho final, do aparente fracasso e derrota que hoje se apresenta, para algo totalmente inesperado e surpreendente, como de um morto que se levanta do caixão, prestes a ser enterrado e causa um verdadeiro alvoroço, numa debandada geral..      

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

ADMINISTRANDO A VIDA

Os alpinistas tinham programado escalar uma gigantesca montanha íngreme até então inexpugnável, as Torres Trango no Paquistão, com quase 6.700 metros. Já estavam há quase 4.800 metros, quando se depararam com uma face dela abrupta e de granito, onde não havia condições de fixar os mosquetões com as argolas, além disto havia uma inclinação totalmente vertical com uma queda acentuada  para fora em sua parte mais elevada. Depois de confabularem, resolveram mudar o rumo de sua trajetória a fim de que pudessem chegar ao topo, porque com a trajetória original traçada não havia jeito. Assim, também acontece em nossas vidas. Fazemos programa para atingir certos alvos de uma certa maneira mas no desenrolar da vida, vamos tendo que ajustar os nossos rumos as necessidades, mudando o traçado original, ante a algum obstáculo intransponível que se apresenta. A princípio temos um plano "A" para as nossas vidas que gostaríamos de seguir a risca, mas as coisas não acontecem como  programado, assim, vamos ter de criar alternativas ou planos secundários tipo B, C e quantos mais forem necessários para nos ajustar as condições que vão aparecendo. Tendo em vista que a vida é uma caixa de surpresas onde não se pode programar algo, com uma certeza absoluta, onde a nossa própria vida é uma mera chama de uma vela, que qualquer vento pode apagar, assim temos que nos preparar para quaisquer imprevistos que possam ocorrer, até mesmo uma morte prematura, pois atualmente nada é eterno. Assim, não há como sermos inflexíveis e não estar dispostos a fazer mudanças. Como diz um brocado: só os tolos não mudam. Se alguém prova que estou errado, tenho de mudar meus pensamentos e minha filosofia de vida, contornar o caminho, ir por outro lado, mudar a rota, assim como fazem as formigas quando encontram obstáculos no seu trajeto. Por certo, temos de ir nos adaptando, segundo as circunstâncias que vão aparecendo. Isto significa ir administrando a vida segundo ao que for acontecendo ou ocorrendo. A princípio tínhamos sonhos altíssimos, achando que nada poderia nos deter. Naquela época o céu era o limite, passados os arroubos da juventude passamos a sonhar mais baixo. Hoje,os nossos sonhos as vezes não passam do quintal da nossa casa. Vamos nos adaptando as circunstâncias da vida. Não que o céu, com toda a sua imensidão e sonho de liberdade tenha desaparecido de vez do nosso imaginário. Apenas, ficou no momento inalcançável e bem longe de nós, ele está como que em stand by, um sonho aparentemente morto mas ainda com uma vida latente, aguardando alguma coisa, tipo uma explosão de fatos, que nos possa remeter de novo aos ares. Sim, saber administrar a vida e principalmente o tempo em que vivemos é um ato de sabedoria e não prova de fraqueza, de abandono dos sonhos de criança que não podem se concretizar no momento ante a um íngreme paredão de problemas, que se apresentam. Assim, o jeito é ir contornando as coisas, mudando o traçado, a fim de que se possa chegar algum dia ao topo. Com certeza, com muita paciência e perseverança um dia chegaremos lá é só não desistirmos.        

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

O PODER ENGANOSO DAS RIQUEZAS

                               

Cada vez que eu ouço uma notícia da morte trágica de uma grande estrela ou de algum astro famoso, normalmente associado ao uso de drogas, me vem a mente, o quanto estas pessoas se deixaram iludir pelo poder enganoso das riquezas e não levaram em conta suas consequências funestas. De como as pessoas estão procurando a felicidade no lugar errado. Sim, antes da fama e de uma vida abastada, estas pessoas eram humildes e com certeza bem felizes. Se não possuíam tudo o que desejavam, tinham pelo menos o básico, um teto, o que comer e o que vestir, que é o que o ser humano precisa para viver e ser feliz. Infelizmente, engodado pela ilusão de que a riqueza traz felicidade, muitos se enveredaram em seus caminhos tortuosos e pagaram um preço alto, morrendo cedo. A maioria das pessoas imaginam que serão felizes, quando tiverem uma bela casa com todo o conforto que vida moderna traz, um magnífico carrão do ano, uma polpuda conta bancária que lhe possa dar tranquilidade e uma vida sem preocupações. Essas pessoas, acham que só serão felizes quando conseguirem isto, que é um sonho que acalenta desde a sua infância e que tem de ser concretizado. Ledo engano. A felicidade não está na obtenção ou posse de tais coisas e sim nas coisas simples da vida. A luta para se ficar rico, além de difícil, causa vários problemas de saúde, tanto física como mental. Há um grande estresse neste caminho, além é claro de se cometer vários atos que podem se enquadrar como maus, não muito éticos e objetáveis. Há também infidelidades, traições, um verdadeiro jogo sujo. Nesta subida para o poder, vão se perdendo pelo caminho, amigos verdadeiros, amizades sinceras, amores desinteressados e outras coisas tão valiosas. Não há tempo para se perder com coisas simples, corriqueiras e saudáveis. A vida é uma agitação só, na ânsia de poder dizer pra todos: Eu cheguei lá!. Para se compensar tal luta desenfreada, no meio de tantas pessoas também gananciosas e ávidas por dinheiro, muitos apelam para o álcool, as drogas e outros vícios que vão fazendo a vida se tornar complicada e a felicidade fica cada vez mais distante. Em vez da paz há a discórdia, em vez do amor há o jogo de interesses. A vida com toda a opulência mas cheia de brigas se torna um verdadeiro inferno, onde ninguém tem tranquilidade e sossego até mesmo para uma simples refeição.O lar ao invés de um refúgio e amparo dos problemas de fora, se torna apenas o local onde as pessoas vão dormir, sem nenhuma comunicação entre si. Infelizmente muitos que usufruíam uma boa relação com o Verdadeiro Deus, se deixaram levar pela ânsia de ficarem ricos e o abandonaram, ou seja trocaram a verdade pela mentira, achando que fizeram um bom negócio. Só depois de muita decepção é que os enganados pela riqueza, vão começar a entender que não é necessário ter muitas coisas, para usufruírem plena felicidade. As riquezas podem comprar muitas coisas mas nunca a paz, o amor e a felicidade, para isto não se precisa de dinheiro ou de fama, basta ter outros valores, tais como ser uma pessoa íntegra, leal, de caráter, honesta e de palavra. Sim, o que é de verdadeiro valor é ser e não ter. Infelizmente, vamos continuar ouvindo estas tristes notícias, por que apesar de todos os avisos, as pessoas vão continuar na sua busca frenética por riquezas, poder e fama. Acham que vale a pena qualquer sacrifício para obtê-los. Não se conformam com uma vida simples, acham que esta vidinha não é para elas, que investiram tanto em estudos para se formarem e para ostentarem um título de doutor. Querem mais, muito mais, numa aptidão que não se sacia nunca. Com isto perderão o melhor da vida, os momentos mais preciosos, as melhores companhias, as coisas mais singelas e significativas, as de  real valor. Só irão perceber isto, quando já for tarde demais, sem saúde, sem amigos verdadeiros, praticamente sozinhos, aí como diz um antigo provérbio: "Inês é morta", pagaram um preço elevadíssimo por algo que não lhes trouxe qualquer prazer, na verdade tais coisas, roubaram-lhe a felicidade. 

domingo, 12 de fevereiro de 2012

ENFRENTANDO AS NOSSAS TEIAS

O inseto voava despreocupadamente. De repente se viu preso numa quase invisível teia de aranha, que ficava entre uns galhos de árvores na mata. Por mais que se debatesse e tentasse sair daquelas bem tecidas e grudentas linhas, a sua situação só piorava. Por fim, quedou-se inerte e mais tarde foi devorado pela aranha. O conjunto de fios de seda produzido pelas aranhas é muitas vezes mais resistentes que fios de aço do mesmo diâmetro e tem a capacidade de se esticar bastante sem se romper. Assim, as chances do nosso inseto de escapar daquela teia, era impossível a não ser com uma ajuda externa de alguém. De vez em quando, ficamos presos como em verdadeiras teias de aranha em nossas vidas. São armadilhas, que vão nos envolvendo e a cada dia que passa nos vemos mais enrolados e com poucas chances de sair deste emaranhado de coisas que vão nos prendendo e sufocando até simbolicamente nos matar. Sairmos sozinhos sem qualquer ajuda é muito difícil, quase que impossível. Assim, quando nos vermos presos a alguma espécie de teia de aranha em nossas vida, deveríamos sem demora procurar a ajuda de alguém para nos livrar deste laço. Os fios de seda da teia de aranha são quase invisíveis aos insetos por isto de sua queda neles. Da mesma forma simbolicamente, muitas situações iguais a teias de aranha são invisíveis a nossos olhos e vamos aos poucos nos amarrando, cada vez mais nos enrolando até que não vemos alguma saída e paramos de lutar contra tal situação. Um exemplo clássico disto é de alguém que começa a namorar outro sem nenhuma afinidade ou qualquer sentimento de amor. Mas vai continuando para não ficar só e ser motivo de piada de outras pessoas. Passado um certo tempo, o namoro se transforma num compromisso mais sério, envolvendo as famílias e chega-se ao noivado. Mais a frente, começam-se a fazer os preparativos para o casamento, que até tem data fixada para breve. Os arranjos vão prosseguindo e a cada dia que passa, aquele que não tinha qualquer envolvimento sentimental com a outra parte, vai se sentindo mais amarrado como se tivesse preso a uma teia de aranha, com poucas possibilidades de sair desta situação, sem que o casamento se concretize. Só mesmo uma situação totalmente análoga, como um surto ou alguma intervenção de alguém, poderá impedir isto, ou seja o casamento sem amor, que com certeza será uma catástrofe para ambos, causando uma  morte simbólica. Já tive a oportunidade de presenciar vários casamentos assim, em que mesmo não se gostando os envolvidos vão se enrolando cada vez mais, até que não tem outra saída a não ser se casarem, como que dando uma satisfação a sociedade. Sim, para sairmos vencedores na luta para se desvencilhar das tramas de laços quais "teias de aranhas" neste ou em outros aspectos, que se apresentam em nossas vidas, temos de identifica-las logo de início, dando um basta a elas e pedirmos ajudar de outrem, para podermos escapar dos seus laços que podem ser mortíferos.     

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

ÁGUAS PASSADAS NÃO MOVEM MOINHO



                           


Vivemos a vida tentando voltar atrás no tempo, no período em que tivemos a chance de mudar a nossa estória para sermos felizes, talvez famosos, ganhar muito dinheiro, enfim ter uma vida bem mais confortável do que a que levamos hoje. Tudo deu errado por que, num determinado momento, não soubemos decidir entre uma coisa e outra e fizemos a escolha errada. O tempo é imutável, o que passou, passou não volta atrás. As águas que giram um moinho depois que passam pela roda d`água,  não tem mais nenhuma utilidade para este. Assim, acontece em nossas vidas, talvez houvesse a oportunidade de sermos felizes com alguém que nos amava e não lhe damos o devido valor, deixando escapulir a chance, esta é quase sempre irreversível, não haverá outra oportunidade. Também, em outros aspectos, de vez em quando, a felicidade bate a nossa porta, mas temos de estar com os ouvidos atentos para ouvir suas batidas, bem como girar a chave ou o trinco, para que ela possa entrar. Senão, ela não passará da porta e irá cansada pela espera, procurar outra pessoa mais receptível e atenta que possa dar os passos necessários para ela fluir. A vida está cheia de casos de pessoas que tiveram as melhores oportunidades do mundo e não acreditaram nela e depois cheias de remorsos, verem outros que aproveitaram a mesma chance e se deram bem. A diferença entre um e outro é uma coisa simples de ACREDITAR NAS COISAS e depois agarrar com unhas e dentes a chance que aparece, quase sempre uma única vez.  Não é como alguns dizem, coisa  do destino, que já estava programado para ser assim. Que as coisas boas não eram para ser nossa e sim de outra pessoa. O destino, somos nós que fazemos através de nossas escolhas. Normalmente as pessoas incrédulas, cheias de dúvidas, que ficam na maior incerteza se fazem isto ou não, são as que perdem as maiores chances. Elas tem medo de se arriscar, de dar um salto no escuro. Com isto as oportunidades passam por sua frente e elas não acreditam no sucesso, tem sempre um pé atrás. Assim, se deixamos as oportunidades passarem ou fazermos uma escolha errada, temos de arcar com as consequências de nossas decisões mal feitas. Depois da escolha feita, se foi ruim, não adianta chorar pelo leite derramado, ele não presta para mais nada, só serve para ser lambido por nossos gatos ou cachorros, o que é muito pouco para um alimento tão nutritivo. Sim, o que passou, passou, não dá para voltar atrás, agora é bola pra frente porque a fila anda.   

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

FOI TUDO EM VÃO





Na vida fazemos muitos investimentos. São investimentos financeiro, de amizade, de tempo e até sentimental. Boa parte de nossas vidas são gastos assim, investindo em projetos, em sonhos e pessoas. Logicamente que com tanto investimento há uma expectativa de retorno, pelos menos parte do que foi investido. Infelizmente isto não acontece na mesma proporção. Na maioria das vezes o retorno, quando existe algum, este fica muito aquém do tempo e o valor investido, causando uma grande decepção. Passamos as vezes muito tempo da nossa vida, sonhando, idealizando projetos e quando vamos ver não dá em nada, foi tudo em vão. É como se nós estivéssemos regando sem o saber, uma planta artificial, na expectativa de que algum raminho pudesse brotar. Mas na verdade era uma expectativa irreal, não havia a mínima possibilidade de se produzir algo. O que levou a esta ilusão?  A nossa expectativa era tão grande que acreditávamos em algum milagre, de que da pedra pudesse sair água e não apenas cascalho. Leva-se muito tempo em se cair na real e ver as coisas pelo prisma correto. Tempo para descobrir a impossibilidade de se obter algo ilusório e que só existe no nosso desfocado imaginário. Assim, vamos nos enganando, nos portando como pessoas praticamente infantis que desconhecem as agruras e a dura realidade da vida, onde as vezes os sonhos não tem lugar. É muito duro quando um sonho termina, deixando um grande vazio no seu lugar. É como se tivesse sido arrancado literalmente o nosso coração, cortando ainda a parte do nosso corpo que tem a ver com os sentimentos, aquela porção melhor, a parte doce da vida que embalava nosso sono e nos transportava para um mundo de cores e fantasias. De repente, acordamos e damos de cara com um mundo cinzento, sombrio, coberto de densas trevas, sem nenhum brilho e sem qualquer perspectiva de um futuro melhor. O jeito é sentar, esperar a poeira baixar e tentar reunir forças para poder continuar vivendo, sabendo que daqui pra frente, não se pode criar expectativa irreal e sim bem pé no chão, para que não haja mais decepções e as coisas não sejam em vão. Que tenhamos a coragem de continuar lutando mesmo que não saiamos vencedores, pois não somos daqueles que desistem de uma luta, mesmo que seja inglória, pois gostamos de um bom combate e a vida é isto, UM BOM E ETERNO COMBATE.    

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

A TÁBUA DE SALVAÇÃO



Era um rio de correnteza forte. De repente o barco bate em uma pedra e vira com todos os passageiros que levava à bordo. Algumas pessoas sabiam nadar e conseguem chegar exaustos a uma margem. Uma porém, um senhor de uma certa idade não sabia e saí descendo rio abaixo, gritando desesperado por socorro mas devido a forte correnteza, ninguém se atreve a fazer qualquer gesto para poder ajuda-lo. Um pouco mais abaixo, ele vê passando quase do seu lado, um grande tronco e de imediato agarra-o como última esperança para sobreviver a morte que se prenuncia. Infelizmente, o tronco, era uma enorme serpente venenosa, que o pica e ele vem a morrer do seu veneno, antes mesmo de se afogar. Na verdade tal tábua, ao invés de salvação, foi pra ele, uma tábua de perdição. Assim também em nossas vidas, num momento de desespero, onde o nosso fim parece iminente ou não vemos outra saída para um assunto que exige de nós uma solução de imediato, nos agarramos a qualquer coisa que passe por nossa cabeça como medida drástica a fim de nos tirar daquela situação desesperadora. Muitas vezes a solução encontrada é como a cobra da ilustração acima, tem um efeito muito mais danoso do que a possível morte por afogamento. É um remédio que ao invés de curar, mata com dores cruciantes. Assim, seria bem melhor,  deixar a vida seguir o seu curso normal, mesmo com várias perdas e embates, do que fazer uso de algum expediente escuso, como tábua de salvação, mas que possa macular toda uma vida de atos corretos. Antes de agarrarmos a qualquer "tábua de salvação" que se apresenta, seria bom, poder analisar os prós e contras de seu uso, para ver se as suas consequências seriam mais danosas do que enfrentarmos um revés, ou qualquer perda em nossa vida. É certo que numa situação de desespero, ficamos com a nossa faculdade de raciocínio totalmente embotada e não conseguimos raciocinar direito, a fim  de enxergar todas as consequências que sobrevirão a frente, por uma escolha inadequada ou altamente perigosa. Muitos preferem raciocinar que o fim justificam os meios. Esta afirmação é de quem deseja aplacar as dores de uma consciência, por ser sabedor da má escolha utilizada, para alcançar seus objetivos. Assim, feita uma escolha indevida, teremos que arcar com o ônus por utilizarmos meios escusos ou objetáveis, como nossa última "tábua de salvação". Que Deus se apiede de nós, se alguma vez  fizemos uso de algo escuso ou reprovável, como nossa tábua de salvação.     

domingo, 5 de fevereiro de 2012

VIVENDO NO MUNDO DE ALICE

O livro do escritor inglês que usava o pseudônimo de Lewis Carroll,  "Alice no Pais das Maravilhas" conta a estória de uma menina que correndo atrás de um coelho branco, cai num grande buraco e passa a viver num fantástico mundo debaixo da terra, onde tudo é diferente. Da mesma forma, muitas pessoas por alguns problemas da vida, também como que caem em um grande buraco negro e passam a viver fora da realidade num mundo próprio, fabuloso e inusitado, onde todas as coisas lhe são possíveis. É um mundo de fantasias, cheio de cores e aberrações, fora de foco, totalmente distorcido. Para elas o circo pode estar pegando fogo que elas não estão nem aí. Sonhar é bom e as vezes ajuda-nos a enfrentar as dificuldades, mas viver o tempo todo sonhando ou se imaginando num mundo irreal  é alienação. A cabeça pode estar nas nuvens mas os pés tem de estar no chão. Pra este tipo de pessoas a vida comum é enfadonha e triste, razão porque ela se transporta para um mundo imaginário, tendo outro tipo de vida e companhias. Elas jamais ficarão satisfeitas com o que tem, por que no seu mundinho próprio ela é simplesmente a rainha e todos são seus súditos. Os hospitais psiquiátricos estão cheios de tais pessoas que não conseguem viver a realidade da vida. É possível que com isto tais pessoas não sofram tanto como as demais, já que não pertencem ao grupo das pessoas comuns e mortais, que choram, sofrem e sentem dor. Em compensação desconhecem a felicidade, que nós simples mortais, vivenciamos a cada dia com pequenas coisas conseguidas, como um simples olhar de quem se ama, um abraço afetuoso de um amigo, ou o sorriso inocente de uma criança. Algumas pessoas são normais, até que, por um grande baque na vida se alienam e vão viver num mundo imaginário, onde ninguém poderá mais lhe ferir ou causar qualquer tipo de dano. Isto lhe serve como escudo ou proteção das agruras e vicissitudes da vida.  Viver assim, por um certo tempo é compreensível e as vezes até salutar, faz parte da proteção imunológica que o nosso organismo cria para vencer uma situação altamente estressante ou um grande desafio pela perda de alguém ou algo valioso. Mas continuar neste mundo depois de algum tempo, em que as coisas já ficaram assentadas e resolvidas é uma alienação e constitui uma doença patológica, necessitando com urgência de tratamento médico especializado. Sim, visitar o mundo de Alice de vez em quando é bom, ajuda-nos a fugir da rotina e serve para recarregar as nossas cansadas baterias, agora, viver indefinidamente no mundo de Alice, onde tudo é fantasia e irreal é pura alienação.         

sábado, 4 de fevereiro de 2012

CREPÚSCULO DE UMA VIDA

A grande maioria dos jovens de hoje, são apaixonados pela saga dos filmes "Crepúsculo", onde alguns personagens bonitos são vampiros, voam e tem poderes sobrenaturais. Antes destes filmes, houve na década de cinquenta um filme famoso, considerado pela crítica como um dos dez melhores filmes que já se fizeram nos Estados Unidos, foi "Crepúsculo dos Deuses" cujo titulo original era "Sunset Boulevad" que é o nome de uma rua que corta as cidades de Los Angeles e Beverly Hills, no Estado da Califórnia. Neste filme conta-se a estoria de uma decadente estrela da era do cinema mudo que sonha retornar ao brilho do estrelato. Também houve na década de oitenta uma famosa casa noturna em Ipanema, cujo nome era "Crepúsculo de Cubatão" em homenagem a uma das cidades mais poluídas do país. Tal boate, tipo os "pubs" londrinos com seus ares sombrios, era frequentada pela tribo dos darks, que só saíam á noite, usavam roupas pretas, óculos espelhados e outros detalhes, cuja principal exigência para alguém fazer parte da tribo é que tinham de ser totalmente pálidos, assim como também o são os personagens desta nova saga de filmes "Crepúsculo", não podendo pegar uma corzinha ao sol, tão presente em Ipanema, senão eram barrados na portaria. Certa feita até os donos da casa, que estavam acompanhados por uns amigos "gringos" e suas sempre presentes camisas coloridas foram barrados na entrada. Os proprietários da casa ao invés de ficarem aborrecidos com o ocorrido, prestigiaram o comportamento da mulher que os barrou, alegando que ela agiu certo, seguindo as exigências estabelecidas pela casa para se frequentar tal ambiente. Todas estas histórias tem uma coisa em comum: CREPÚSCULO. Mas o que é crepúsculo? O crepúsculo é um fenômeno que se observa, principalmente no fim do dia, no ocaso do sol, quando ele depois de baixar no horizonte, na linha marítima ou atrás de uma montanha, continua produzindo uma linda luz colorida, também conhecida como lusco fusco. As pessoas que vão assistir ao belo espetáculo do por do sol  no Arpoador, permanecem no local ainda por um longo tempo, admirando as luzes coloridas emitidas e até batem palmas mesmo quando este já sumiu abaixo da linha do mar. Este ocaso é conhecido pelo nome de CREPÚSCULO. Na vida, depois de alguns anos de brilho, vamos declinando a nossa capacidade de iluminar as pessoas e coisas, até o ocaso final, quando o nosso "sol" interior deixa de emitir os benéficos raios solares. Mas, como acontece em muitas regiões do planeta, o crepúsculo pode durar bastante tempo até horas, ou seja mesma que não haja um brilho direto, ainda se vê a beleza das cores, emitidas pelo sol que está abaixo. Que possamos aos nos aproximar do crepúsculo de nossas vidas, continuar emitindo tais luzes, que muitos reconhecem ser de uma beleza raríssima e que por seja por um bom tempo, ainda mais se a natureza foi generosa conosco e o tempo não nos castigou de uma forma tão deletéria como o faz com muitas pessoas, principalmente aquelas que na sua juventude, viveram de forma irresponsável, abusando com sua forma de viver dos excessos de perversões sexuais, bebidas e drogas, arruinando com isto o seu bem mais precioso que é, a  sua saúde.          

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

APRENDENDO A EXERCER PACIÊNCIA

Um dos grandes males dos tempos que vivemos é a impaciência. A vida hoje é um corre corre frenético, onde não se tem tempo para nada. As pessoas querem tudo pra ontem, não podem esperar para hoje mais tarde, muito menos para amanhã. Somos por demais impacientes com tudo. A paciência é um exercício que temos de treinar todos os dias se quisermos algum dia ver coroado de êxitos nossas aspirações. Ela é também uma virtude, que como tal precisa ser cultivada. Um personagem bíblico, considerado a pessoa que mais exerceu a paciência foi Jó. Há por conta disto, um ditado que diz de alguém que é paciente que ele tem "a paciência de Jó". Jó foi uma pessoa admirável em termos de paciência. Tanto os seus pretensos "amigos" e a sua própria esposa, lhe diziam que era melhor que ele amaldiçoasse a Deus pelo seu infortúnio e morresse. Mas ele aguentou pacientemente esta conversa vã e tudo mais, até que foi recompensado em dobro por tudo o que perdera. Mas o que é paciência e qual é o seu benefício? Uma pessoa que é paciente ela é tolerante com os erros dos outros, mantem a calma mesmo em situações críticas, não se desespera a toa. Mesmo que as suas expectativas demorem, sabe esperar tranquilamente. A paciência é uma espécie de jogo em que você só sai vencedor se tiver perseverança. Muitas vezes, neste jogo de paciência temos de esperar muito tempo até alcançarmos nossos objetivos. Devemos sempre insistir e nunca desistir de um projeto, de um amor ou qualquer coisa que exija de nós paciência a fim de vermos o resultado daquilo que tanto ansiamos. As vezes temos que agir qual pescador que fisga um peixe, o qual teima em fugir, pulando e saltando fora da água, tentando sair do anzol. Tentar trazê-lo de imediato para o barco, poderá acontecer que o peixe arrebente a linha que não é muito forte e se solte. Por isto temos que ir puxando devagar e muitas vezes, parar, soltar a linha, dando corda, para que ele dê uma grande volta, pensando que se livrou do anzol, depois voltamos a carga, puxando-o devagar para tira-lo da água, até que ele não tenha mais força e se renda cansado. Há de se ter paciência nestes casos, para que a pesca seja um sucesso. Muitas vezes, temos de agir assim. Não adianta bater logo de frente e causar uma ruptura irremediável com alguém de quem gostamos, as vezes temos de dar um tempo, uma certa "corda" para que o ser amado possa nadar como se estivesse totalmente "livre". A paciência neste caso é uma arma estratégica, para se sair vencedor no final. Temos que ser tolerantes, calmos, não termos pressa e dar o tempo que for necessário para conseguir obter aquilo que se deseja, seja um amor, um trabalho ou algo que não seja conseguido de imediato. As vezes temos muita paciência para algumas coisas, tal como a espera por décadas por um amor e para outras somos totalmente impacientes, não queremos esperar nem um minuto. Um dos bons exercícios que exigirão de nós a paciência é ser tolerante numa grande fila de banco, ficar calmo numa fila de alguma repartição pública, ou de um hospital do SUS e outras coisas similares. Sim, ser paciente nestes casos acima não é fácil, nem é pra qualquer um, eu mesmo tenho muito que melhorar pois me impaciento nestes lugares, fico logo estressado se a fila não anda. A paciência ao final produz um fruto bastante desejável, que é a perseverança. Sim, só quem é perseverante consegue concretizar os seus sonhos, por mais tempo que estes demorem. Ser paciente é não desistir jamais daquilo que você ama, independente do tempo que leve.