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domingo, 19 de dezembro de 2010

VIDAS VAZIAS


Num final de semana, quando vinha à noite com minha família de uma festinha, ao parar no sinal da Praça. Demerval Barbosa Moreira em Nova Friburgo, tive a minha atenção despertada pela multidão que se concentrava na Rua Monte Líbano. A maioria dos que lá estavam eram jovens, bem jovens. Ao ouvir as suas risadas e alguns gritos, dava para sentir que estavam bem animados. Muitos portavam garrafas de bebidas alcoólicas. Vendo este quadro, me lembrei dos meus tempos de juventude, quando a vida era uma grande festa e não havia nada que pudesse obscurecer o horizonte. Possuía vigor físico, algum dinheiro e muita disposição para qualquer festa ou programa de embalo. A única coisa que eu estava fora era o uso imoderado de bebidas e de qualquer tipo de droga. Isto porque, eu nunca precisei ficar chapadão para me divertir. Acho um absurdo você não saber o que fez ou o que fizeram com você. Apesar de toda a curtição que podia ter, eu não era feliz. Não encontrava nestes locais amigos verdadeiros ou pessoas que gostaria de privar a amizade para sempre, eram apenas pessoas "da hora". Quando eu vinha para casa, via que quando a euforia e a emoção acabavam, eu me sentia vazio por dentro. Por melhor que fosse a festa e o programa, não sentia nenhuma satisfação,  na verdade era uma grande frustração. Por mais que eu tivesse satisfeito em termos físicos, faltava-me algo que eu, na época, não sabia explicar. Não possuía nenhum objetivo além da diversão e do prazer. A minha vida era vazia, sem conteúdo. Felizmente a tempo, consegui enxergar uma luz no final do túnel e fiz as mudanças necessárias. Ainda gosto de festas e de alguns prazeres que a vida proporciona, não sou nenhum asceta para viver isolado, como num monastério. Mas passei a ser seletivo em tais coisas. Não vivo como se fosse o último dia e queira aproveitar tudo, ou seja, igual aquele pintinho que descobre o lixo e faz a festa. Não quero com isto julgar as outras pessoas que pensam ao contrário e que acham que a vida é curta e deve ser vivida intensamente, sem nenhuma restrição de quem quer que seja. Se isto as fazem completamente felizes, ótimo, que continuem assim. Saibam que este pensamento não é novo, alguns filósofos epicureus já diziam: "comamos e bebamos, pois amanhã morreremos". Estranhamente, muitos dos que vivem assim dizem que são religiosos, que creem em Deus e que Deus está do seu lado. Acham mesmo que, por mais que façam coisas erradas, Deus vai perdoá-las, pois este é o papel de Deus. Com tal pensamento, imaginam que Deus possa ser sempre tolerante e facilmente enganado pela promessa de mudanças. Um raciocínio enganoso e mortífero. Muitos talvez digam: "mas você quando era jovem viveu assim e agora quer nos impedir de aproveitar a juventude" ou "você já foi um incendiário e agora virou  um bombeiro". Sim, eu concordo, mas os tempos eram outros e felizmente houve tempo para a minha mudança. O mundo que agora vivemos não tem muito tempo. Nós estamos vendo isto todos os dias nas manchetes de jornais e em outros meios noticiosos. Não é querer ser fatalista, a tempestade já bate à nossa porta, o ecoar de trovões já perturba nosso sono. O nosso belo planeta não suporta mais tanta destruição e poluição. Por isto, o Criador vai tomar as providências necessárias antes que o homem o destrua.  Nadar numa bela piscina num dia bem quente é muito bom, mas se esta piscina está num navio que está prestes a ir ao fundo do mar não é a hora apropriada para tanto, o melhor é procurar um colete salva vidas e um bote, a piscina não é algo assim vital,  pode ficar para depois, numa outra ocasião. Devemos ficar alertas aos acontecimentos para vermos em que época estamos na corrente do tempo, para  não sermos pegos de surpresa, agindo e vivendo tolamente.   Esquecendo as questões filosóficas do tempo do fim e voltando ao nosso dia a dia. O final do ano esta bem próximo. Pra muitos, agora é o período de grandes festas e encontros em baladas regadas a muitas bebidas alcoólicas, drogas e permissividade. Tais festas não têm nada a ver com o verdadeiro cristianismo e sim com o arqui-inimigo de Deus, que quer fazê-lo crer que você tem direito a isto, você merece aquilo e que você também é filho de Deus e deve aproveitar. Ele só lhe mostra a isca deliciosa e não o enorme anzol que está logo atrás, bem camuflado. Cabe a você escolher o que quer da sua vida:  Se é verdadeira felicidade, alguém para se casar, estas festas não o levará a isto, pois são o lugar errado para a encontrar, agora, se é apenas diversão e satisfação sem limites, sexo sem responsabilidade, falsos amigos, uma vida vazia sem se preocupar com o amanhã, elas são o local ideal. Feita a escolha por esta última, então caia na gandaia e se esbalde de verdade, mas consciente pelo que você optou, sabendo que em tudo se paga um preço, muitas vezes alto demais, já que você está queimando o seu filme. Mesmo assim, desejo um bom engov para você.       

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