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sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

VERGONHA, UM SENTIMENTO FORA DE MODA

Até algumas décadas atrás, as pessoas quando faziam qualquer coisa, elas pensavam nas consequências dos seus atos, para que outros não fizessem um julgamento adverso que fosse considerado vergonhoso. Se fosse então algo que instilasse a reprimenda e o clamor público, era logo afastado por vergonha. Mesmo que terceiros, pessoas próximas, amigos ou parentes  fizessem alguma coisa que ferisse os brios público, a pessoa responsável por tais subordinados e que tinha vergonha, assumia a responsabilidade pelo erro e procurava sana-lo da melhor forma possível. Foi assim o que aconteceu com um dos mais populares Presidentes da República. Getúlio Vargas, ao ver e constatar os atos vergonhosos praticado por um de seus assessores particular, tirou a sua própria vida. Os tempos mudaram. Políticos não têm um pingo de vergonha ao lidar com o dinheiro público e mesmo quando pegos em flagrante delito, tentam apenas se justificar. Não têm o mínimo pudor de colocarem dinheiro roubado em meias, cueca e ainda são visto orando a Deus, pedindo que os proteja nas suas falcatruas. O que antes era um caso vergonhoso e procuravam até encobrir, hoje enche de orgulho os seus praticantes e seus parentes. O que era feito as escondidas hoje é feito as claras, sem nenhum pudor. Outro dia, estava como de costume caminhando pela manhã, quando um conhecido se aproximou e passamos a caminhar juntos. Na verdade ele aproveitou aquele momento para desabafar o que consumia sua alma. Disse que estava muito decepcionado com as pessoas, pois sua companheira o havia traído com o seu melhor amigo, dentro de sua própria casa, enquanto ele dormia por conta da ingestão de  excesso de bebida alcoólica. A sua bronca maior não era contra o seu mui "amigo" e sim contra a sua companheira que segundo ele, antes mesmo daquele fato, já  havia sido flagrada com flash e tudo, beijando um outro cidadão no centro da cidade, de imediato sacou do bolso e me mostrou a foto que comprovava o episódio. E passou a deslanchar contra ela uma série de acusações de comportamento escabrosos e levianos, que jogavam na lama a sua reputação de mulher honesta. Passado uns três meses, volto a encontrar este conhecido que me anuncia ter se casado. Surpreso, eu pergunto quem era agora a felizarda noiva. Ele me disse: - Aquela minha companheira. Diante da minha perplexidade, ele vai logo dizendo. - Descobri que aquilo que falavam dela era tudo mentira, ela me deu todas as explicações e eu entendi direito as coisas. Como prova de que eu acreditei na sua versão e não nas fofocas, resolvi me casar. Um pouco acabrunhado, lhe dei parabéns. Era a única coisa que podia fazer naquele momento. Depois de nos separarmos, fiquei intrigado pensando...Ele me havia fornecido detalhes do mau comportamento de sua companheira. Haviam tirados fotos dela beijando outro cara, o que eu mesmo vi e agora ele dizia que era tudo mentira. E ainda a promovera de companheira a esposa. Bom, cada um sabe de suas necessidades e carência e não sou eu que  vai dizer como ele deva ou não agir. Só achei estranho o fato de que depois de queimar completamente o filme da sua atual esposa, como ele poderia encarar as pessoas sabedoras do fato? Achei, esta é minha opinião, uma "baita" falta de vergonha. Tem pessoas que por amor, mais precisamente por paixão, ficam cegas. Mas cada um sabe onde o calo aperta. Embora com nuances diferentes e menos dramaticidade vemos casos parecidos de pessoas que ao se separarem imputam a seu cônjuge, namorado ou outra forma de relacionamento um comportamento totalmente desairoso, ruim, e passado algum tempo, quando vemos lá está o casal no maior "love", como se nada tivesse ocorrido. As vezes somos até instados a dar a nossa opinião para ajudar aquela pessoa naquela fase de transição, quando na verdade o que ela quer mesmo é apenas uma palavra para a ajudar a reconciliação. Nunca houve de verdade um rompimento, apenas uma pausa estratégica. O rompimento só se consuma no coração, não em palavras, enquanto naquele orgão houver alguma ligação, não há rompimento. Tolamente as vezes nós endossamos algum comentário desfavorável a outra pessoa, o que fica completamente prejudicado pela situação posterior dos envolvidos. Enquanto a pessoa não tiver maturidade suficiente, pudor e principalmente amor próprio, vai se comportar de maneira incoerente, tendo o estigma de ser sem vergonha, o que as vezes não deixa de ser verdade. Mas no amor ou na falta deste, como dizia o síndico Tim Maia :- "VALE TUDO"!!!

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