De repente somos sacudidos por uma triste notícia de que alguém, que era um grande amigo veio a falecer repentinamente, foi um infarto fulminante. O chão parece fugir dos nossos pés, pois ontem mesmo estava do nosso lado, brincando, todo cheio de vida. E ficamos incrédulos, nos perguntando: - Como se deu isto? Não encontramos respostas satisfatórias para coisas assim, perdermos alguém tão querido e de uma forma tão rápida. Fico eu remoendo de remorsos, por não ter sido tão amigável e receptivo da última vez que nos vimos, por achar que ele com a sua maneira de viver, era "imortal". Me parecia que ele tinha algum problema no íntimo e eu não fui suficientemente perspicaz para lhe prestar talvez a ajuda para aliviar-lhe o coração de uma sobrecarga emocional. Sim, muitas vezes estamos diante da pessoa que mais amamos, observamos o seu olhar, as suas palavras e o seu sorriso. Mais um pouco à frente é a única coisa que nos resta dela, a sua última lembrança. Gostaríamos de dizer-lhe tantas coisas, de abrir o nosso coração e demonstrar o quanto a queríamos bem mas o orgulho ou outro preconceito qualquer, trava a nossa voz e deixamos de fazer isto, pensando que no outro dia, numa ocasião mais oportuna o faremos. E aí acontece esta coisa absurda, sermos surpreendido por uma morte precoce, sem qualquer sinal de que estaria prestes a ocorrer. Mas a vida neste atual sistema é assim mesmo, não há garantia alguma de que amanhã vamos estar entre os vivos. Os maiores cemitérios das grandes metrópoles, estão hoje enterrando vária pessoas e muitas delas bem jovens, que ontem pensavam no primeiro emprego, de entrarem para uma faculdade, de casarem, de comprarem o seu primeiro carro, de fazerem uma grande viagem e outros projetos. Infelizmente não realizarão os seus sonhos, foram ceifados antes. Assim, se você gosta de uma pessoa, não espere para amanhã dizer-lhe isto, faça-o agora, pois amanhã pode ser tarde demais e ela nem ficará sabendo que é amada por alguém. Se você tiver que fazer o bem a alguém, faça-o hoje. Porque depois de morta a pessoa não terá mais consciência, nem precisará de mais nada e você ficará pensando o quanto poderia ter feito por ela e não o fez. O grande compositor Nelson Cavaquinho, já falecido, que eu tive a honra de conhecer pessoalmente na casa de meus pais, escreveu um música com o título: "Quando eu me chamar Saudade" em que em algumas partes de seus versos dizia: " Me dê as flores em vida, o carinho, a mão amiga, para aliviar meus ais, depois que eu me chamar saudade, não preciso de vaidade" e em outra parte diz: " Sei que ninguém vai se lembrar que eu fui embora, por isso é que eu penso assim, se alguém quiser fazer por mim, faça agora" Faço minhas palavras, os versos sábios de Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito, se alguém quiser fazer alguma coisa por mim, faça agora e não depois que eu morrer, por que na morte não verei nem sentirei mais nada. Sei que a vida continua e em pouco tempo serei esquecido, como salientou Nelson, serei apenas saudade para algumas poucas pessoas, portanto seria bem melhor, sabermos que somos amados e apreciados por alguém enquanto estamos vivos. Da nossa parte devemos procurar fazer o máximos para ter a nossa consciência tranquila de que enquanto a pessoa que amamos vivia, fizemos o nosso melhor, para demonstrar o quanto a estimávamos, o quanto era querida, para sentir-se amada de verdade e não por imaginar isto, de que alguém gostava dela.
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