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terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

ADMINISTRANDO A VIDA

Os alpinistas tinham programado escalar uma gigantesca montanha íngreme até então inexpugnável, as Torres Trango no Paquistão, com quase 6.700 metros. Já estavam há quase 4.800 metros, quando se depararam com uma face dela abrupta e de granito, onde não havia condições de fixar os mosquetões com as argolas, além disto havia uma inclinação totalmente vertical com uma queda acentuada  para fora em sua parte mais elevada. Depois de confabularem, resolveram mudar o rumo de sua trajetória a fim de que pudessem chegar ao topo, porque com a trajetória original traçada não havia jeito. Assim, também acontece em nossas vidas. Fazemos programa para atingir certos alvos de uma certa maneira mas no desenrolar da vida, vamos tendo que ajustar os nossos rumos as necessidades, mudando o traçado original, ante a algum obstáculo intransponível que se apresenta. A princípio temos um plano "A" para as nossas vidas que gostaríamos de seguir a risca, mas as coisas não acontecem como  programado, assim, vamos ter de criar alternativas ou planos secundários tipo B, C e quantos mais forem necessários para nos ajustar as condições que vão aparecendo. Tendo em vista que a vida é uma caixa de surpresas onde não se pode programar algo, com uma certeza absoluta, onde a nossa própria vida é uma mera chama de uma vela, que qualquer vento pode apagar, assim temos que nos preparar para quaisquer imprevistos que possam ocorrer, até mesmo uma morte prematura, pois atualmente nada é eterno. Assim, não há como sermos inflexíveis e não estar dispostos a fazer mudanças. Como diz um brocado: só os tolos não mudam. Se alguém prova que estou errado, tenho de mudar meus pensamentos e minha filosofia de vida, contornar o caminho, ir por outro lado, mudar a rota, assim como fazem as formigas quando encontram obstáculos no seu trajeto. Por certo, temos de ir nos adaptando, segundo as circunstâncias que vão aparecendo. Isto significa ir administrando a vida segundo ao que for acontecendo ou ocorrendo. A princípio tínhamos sonhos altíssimos, achando que nada poderia nos deter. Naquela época o céu era o limite, passados os arroubos da juventude passamos a sonhar mais baixo. Hoje,os nossos sonhos as vezes não passam do quintal da nossa casa. Vamos nos adaptando as circunstâncias da vida. Não que o céu, com toda a sua imensidão e sonho de liberdade tenha desaparecido de vez do nosso imaginário. Apenas, ficou no momento inalcançável e bem longe de nós, ele está como que em stand by, um sonho aparentemente morto mas ainda com uma vida latente, aguardando alguma coisa, tipo uma explosão de fatos, que nos possa remeter de novo aos ares. Sim, saber administrar a vida e principalmente o tempo em que vivemos é um ato de sabedoria e não prova de fraqueza, de abandono dos sonhos de criança que não podem se concretizar no momento ante a um íngreme paredão de problemas, que se apresentam. Assim, o jeito é ir contornando as coisas, mudando o traçado, a fim de que se possa chegar algum dia ao topo. Com certeza, com muita paciência e perseverança um dia chegaremos lá é só não desistirmos.        

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