O cidadão foi dado como morto. O médico meio inexperiente, depois de um exame superficial, assinou o seu atestado de óbito, dando como causa mortis, problemas respiratórios e uma parada cardíaca. Os parentes foram informados do ocorrido e depois de muitas lágrimas pelo desenlace, começaram os preparativos para o seu enterro. Quando o corpo estava na capela mortuária para o último adeus dos parentes e amigos, eis que o pretenso defunto, ergueu-se entre as flores e ficou sentado no caixão, causando um grande alvoroço entre os presentes. O que ocorreu? Ele havia sofrido de catalepsia patológica, uma doença que faz parecer que a pessoa está morta, mas não está e pode acontecer de ser enterrada viva, caso não recupere os seus sinais vitais a tempo, a fim de dar um basta naquela situação. Há uma alusão de que o ator Sergio Cardoso, teria sofrido de catalepsia e em consequência, sido enterrado vivo. Assim, as vezes acontece também conosco num sentido figurado, estamos como que sofrendo de catalepsia, sem conseguirmos fazer qualquer tipo de movimento. Muitas pessoas maldosas e cheias de inveja, por não verem nenhum sinal vital em nós, já nos dão como mortos. Para elas, não há nenhuma esperança para nós, pois todas as portas estão fechadas e as chaves foram jogadas fora. Não veem nenhuma saída e já se preparam para assistirem o último ato de nossas vidas. É como se todos os nossos órgãos sofressem de falência múltipla, não havendo nenhuma possibilidade de reverter o quadro. Só que, enquanto houver um mínimo e imperceptível sopro de vida em nossas narinas, ainda não estamos de verdade, mortos. Podemos recuperar a vida latente que ainda está em nós. Ainda existe o ânimus de vida, por mais tênue que seja a nossa linha da vida. As pessoas mais antigas, costumavam colocar um espelho junto ao nariz do defunto, para ver se este embaçava, caso isto acontecesse, por menor que fosse, o enterro era suspenso, pois provaria que a morte ainda não havia ocorrido. Assim, você que sorri com os meus fracassos, que festeja as minhas derrotas e já nos dá como um morto-vivo, que não quer nem esperar o laudo final para confirmar a nossa morte, por nos julgar totalmente falido, sem esperança, como sem chances nenhuma para um recomeço, preste atenção, porque os dados ainda estão rolando, a sorte ainda não foi selada. Muitas águas ainda vão passar pela ponte. Com certeza, quando os dados pararem, pode haver um assombro e mudar totalmente o desfecho final, do aparente fracasso e derrota que hoje se apresenta, para algo totalmente inesperado e surpreendente, como de um morto que se levanta do caixão, prestes a ser enterrado e causa um verdadeiro alvoroço, numa debandada geral..
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