Todos nós conhecemos alguma pessoa que vive se lamentando de que é uma "vítima". Vítima de maus tratos ou de abandono de seus pais, de seus irmãos, de seus amigos, de seu namorado ou namorada, de seu marido ou de sua esposa, de seus colegas, enfim, ela é sempre vítima de alguém ou de algo. Desde criança, ela sempre se achou preterida ou passada para trás por seus pais que gostavam mais do outro irmão, dos professores que não lhe davam a devida atenção e chance, preferindo outra colega de classe para representar a turma. Sim, ela é uma vítima da sorte. Na adolescência, ela sempre foi vítima de suas amigas que lhe roubavam o seu namorado. De não possuir um rosto bonito como a sua melhor amiga. De não poder comprar aquele vestido que estava na moda. De não conseguir alguém para levá-la ao baile ou quando ia, de tomar chá de cadeira. Ao começar a trabalhar, passou a ser vítima do patrão e de seus colegas de trabalho que preferiam a outra colega que era mais alegre, extrovertida e comunicativa, enquanto ela ficava pelos cantos com aquele ar de sofredora, se fazendo de vítima na tentativa de que alguém se condoesse da sua dor e fosse até ela para consolá-la. Apesar de toda esta infelicidade, conseguiu casar-se com o melhor partido do local, sendo até motivo de inveja de algumas amigas. Mas, a nossa personagem não desistiu da sua vocação de vítima. Embora tivesse tudo do bom e do melhor, ainda se considerava uma vítima. A sua queixa agora era contra seu esposo que não lhe dava a devida atenção quando ela estava pra baixo, fato este que acontecia quase que diariamente, independente da TPM. Pra ela, todas as pessoas são vilãs e bandidos e ela a vítima e a mocinha da história. Ela, o nosso personagem, nunca se viu na posição de vilã, por ter feito algo ruim ou alguma pessoa sofrer pelo seu comportamento mau, porque vilão são os outros que sempre querem lhe passar para trás, lhe fazer algum mau, lhe roubar algo, agir com deslealdade, ela não, sempre foi e sempre será a "VÍTIMA", uma sofredora, injustiçada e incompreendida, não importa o que ela faça ou tenha feito de errado ou de mau. O vilão ou o bandido da história são os outros. Na verdade, este tipo de pessoa é egocêntrica, achando que tudo e todos conspiram contra ela. Desconfia de todo mundo, achando que todos, algum dia irão traí-la. Ela é como aquele personagem de desenho em quadrinhos que está sempre se lamentando e dizendo: TUDO EU...TUDO EU! Nasceu pra ser infeliz e espalhar infelicidade aos que estão a sua volta. Só está feliz realmente quando as coisas estão ruins, para ela poder dizer: - Não disse? - Eu não falei? Apenas por algumas frações do dia, talvez, ela se sinta bem e chegue a esboçar alguma alegria pelas coisas boas que tem, mas rapidamente ela procura voltar ao seu estado normal, de infelicidade. Ela não gosta que as pessoas tenham amor por ela e sim pena e dó. Falamos aqui na maioria das vezes de um personagem feminino mas isto serve também para personagens masculinos, pois tem muitos homens que tem esta mesma atitude de se acharem ou se fazerem de vítimas. Vai dormir sossegado com uma criatura assim, que nem é de fase ou de lua, mas puro baixo astral. A melhor coisa que se pode fazer quando encontrarmos um personagem assim é ficarmos a quilômetros de distância do mesmo.
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