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segunda-feira, 9 de maio de 2011

NO MAR DAS NULIDADES



Vivemos cercados de pessoas vazias, frívolas, fúteis, medíocres,  inexpressivas, sem qualquer  orientação na vida, que não sabem distinguir o certo do errado nas coisas mais elementares. Apesar disto, se arvoram e se dizem espertas ao ponto de até darem conselhos ou expressarem pensamentos ou filosofias, normalmente alheias. Sim, estas pessoas que se arvoram em conselheiras ou orientadoras não passam de guias cegos, já que se utilizam de filosofias baratas, de ditados normalmente jocosos ou de duplo sentido, destes encontrados em bares ou em para-choques de caminhão. Algumas mais afoitas e informadas lançam seus anzóis para pescarem alguma coisa neste mar de nulidades, agora disponível nesta era digital, na internet.  Assim, muitos dos que alardeiam uma falsa sabedoria, na verdade, são meros copistas que, às vezes, até sem querer encontram nela alguma pérola do pensamento humano e passam a mencioná-la em todas as suas conversas, prosas ou escritos, como se fosse o autor dela. Mas quando são chamados para clarear ou explicar o pensamento, se fecham como em conchas, porque não há nenhuma luz própria nele, sendo apenas um reflexo do brilho alheio.  Infelizmente algumas pessoas menos esclarecidas e que não têm algum acesso a tal fonte, lhe dão crédito de sabedoria, quando esta é apenas emprestada, sem que o verdadeiro autor receba os méritos por seu direito autoral. Sim, copiar algum pensamento ou frase não é errado, o erro é não atribuir a glória a quem merece, por omitir o nome do autor como se aquilo fosse próprio dele. Vemos isto em vários plágios, seja em escritos com algumas palavras modificadas ou em músicas, onde a coisa é mais comum e agressiva, em que se aproveitam alguns acordes básicos e depois dão a sequência. Apesar de uma maior acessibilidade ao universo cultural por conta da internet, as pessoas, hoje em dia, não têm a coisa básica para se ter o verdadeiro conhecimento humano, que é procurar saber o porquê das coisas. Sim,  a base de tudo são as perguntas, elas é que nos fazem descobrir o porque da coisa. Se você é do tipo de pessoa que não questiona a coisa ensinada, aceita tudo o que lhe dizem como verdade,  mesmo quando não tem a mínima lógica, você é um sério candidato a ser enganado. Tais pessoas se satisfazem com qualquer informação, não se questionam, não vêem os prós e contras das alegações, isto porque tais pessoas gostam das coisas já mastigadas, prontas para digerir, sem se  preocuparem ou perguntarem a razão das mesmas. Desta forma, o que temos é uma verdadeira sociedade de pessoas robotizadas, alienadas, verdadeiros papagaios que se amontoam para discutir, emitir comentários, como se fosse num mar de nulidades em que a televisão é o principal  meio de obterem algum conhecimento e esta, ao invés de fornecer aos seus telespectadores algo de verdadeiramente bom, um alimento suculento, nutritivo, lhe dão uma baboseira de uma sopa rala, destas já prontas, que não pode de maneira alguma produzir pessoas mais instruídas e sábias e sim imbecis. Vemos tudo isto nos programas mais famosos e nos horários nobre, em que o que está disponível é o banal, o medíocre, enquanto que os programas que proporcionariam alguma instrução ficam para a madrugada. Como já dizia Arnaldo Antunes: "A TELEVISÃO ME DEIXOU BURRO, MUITO BURRO DEMAIS'

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