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sábado, 14 de maio de 2011

O PERSONAGEM

No mundo literário, musical ou qualquer outra forma de expressão artística, muitas vezes se cria um personagem em torno do autor ou ator que nem sempre corresponde a sua verdadeira personalidade. Às vezes, o próprio não faz muita coisa para dissociar aquela imagem que ele vende da que é na vida real. Enquanto outros procuram desmitificar o personagem para mostrar que é algo irreal, que não deve ser confundido com sua pessoa. O problema é: como as pessoas que não convivem com seu ídolo, seu guru, seu guia, podem conhecer a verdadeira índole de alguém através de um personagem ou da imagem criada por meio de seus trabalhos como ator, cantor ou escritor, onde as mazelas, os erros e as imperfeições próprias do ser humano, normalmente são escondidas como que debaixo do tapete e o que aparece é só a parte boa, bonita e o que é alvo de elogios, imitação ou cópia. Muitas fãs chegam ao ponto de se casarem com seu ídolo, de quem imaginava uma coisa e só depois descobrem que levou pra cama um ser totalmente diferente do personagem. Sim, nós que procuramos compor um personagem em nossos trabalhos, no meu caso escritos, temos de ter muito cuidado em não vender uma imagem dissociada de quem realmente nós somos, para não ser uma verdadeira propaganda enganosa ou ilusória. Por mais que nos esforcemos em pautar a vida de uma maneira correta, digna, adequada e escorreita,  às vezes falhamos lamentavelmente e decepcionamos a muitos, seja pela nossa personalidade imperfeita ou pela falsa ideia que dá a nossa aparência nos escritos. O apóstolo Paulo foi criticado por alguns discípulos em Coríntios, que alegavam que as suas cartas eram vigorosas, fortes, enquanto que a sua presença física era fraca e até desprezível (2 Coríntios 10:10). Sim, muitos do que liam as cartas do apóstolo Paulo imaginavam um tipo de pessoa, mas quando o viram pessoalmente, a sua imagem pra muitos foi decepcionante. Da mesma forma, não queremos causar uma impressão irreal a nosso respeito. Ao contrário, desejamos que sempre pensem o pior de nós, porque é bem melhor causarmos uma surpresa agradável, inesperada, do que uma decepção. Me imagino estando de frente com alguém que me tem em alta estima pela leitura do que escrevo e ela pensando: Esse é o cara que escreve aquelas coisas? Puxa...esperava alguém melhor, mais alto, refinado, elegante e não essa coisa tão insignificante. É muito ruim quando alguém cria uma expectativa baseada em suposições com premissas falsas. O bom é surpreender-nos com coisas não esperadas, porque as esperadas demais nos decepcionam. Isto acontece com algum livro ou filme que vamos ler ou ver. Quando não há nenhum comentário, às vezes nos surpreendemos com o texto ou o filme. Mas quando há muitos elogios favoráveis, normalmente nos decepcionamos porque já vamos com a ideia pré-estabelecida de que é bom e na verdade não chega a corresponder as expectativas que tínhamos. Portanto o inesperado é sempre bem melhor. Que a nossa vida seja sempre a mais honesta possível, mostrando a diferença entre o real e o imaginário, que não tenhamos nada do que nos envergonhar e nem levar outros a imaginar um personagem que não existe, que é mero fruto de sua imaginação, totalmente distante da realidade do que somos na verdade. A propósito, o personagem usado como imagem neste link é Wolverine, da série de filmes X- Men, interpretado pelo ator australiano Hugh Jackman, a quem damos o crédito de imagem deste blogger.        

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