Era o dia 5 de abril de 1794, quando o ex Ministro da Justiça Francesa, Georges Jacques Danton, a caminho da guilhotina, passou pela casa de Robespierre o seu acusador e principal articulador de sua sentença de morte e disse a profética frase título deste link. Pouco mais de três meses, no dia 27 de julho do mesmo ano, Robespierre foi decapitado. Na França na Era do Terror que se seguiu a revolução francesa, muitas cabeças rolaram em cima do cadafalso, por conta de que seriam pessoas corruptas e inimigas da pátria. Robespierre, que era conhecido como o Incorruptível, sofreu na pele da mesma forma como agira contra pretensos corruptos, não teve um julgamento, simplesmente foi condenado à morte, sem direito a defesa. Nos regimes de exceção em que as leis não são respeitadas e os cidadãos não tem seus direitos garantidos, sendo violados princípios básicos, há sempre aqueles que se arvoram como "salvadores da pátria" e por isso se acham acima da lei, cometendo com isto muitas atrocidades e crimes bárbaros em defesa de uma possível preservação do bem público. As pessoas comuns que não tem acesso as informações necessárias para um julgamento correto, acham a princípio muito bom e salutares as medidas tomadas, quando poderosos são expostos a execração pública nos meios noticiosos, acusados de crimes contra o erário. Chegam mesmo a aplaudir quando vem alguém de "colarinho branco" ser enfiado num camburão como pessoas e criminosos comuns. Não estamos aqui defendendo os poderosos que praticam crimes hediondos contra o povo e que portanto merecem e devem ir para a cadeia pagar por seus crimes, mas o que se defende é que haja um julgamento justo a fim de coibir abusos e que a lei seja cumprida e não que em nome de uma moralidade e virtude pretendida se viole a lei e os direitos dos cidadãos. Por que quando uma lei é violada por aqueles que deveriam defendê-la, seja a que título for, ninguém tem mais garantia de nada, há uma corrente de erros em nome de indícios e de um possível crime. Assim um crime é cometido em nome de outro que se quer punir. Quem não se lembra dos "anos de chumbo" de nosso país, em que muitos foram mortos sem nenhum julgamento, apenas porque discordavam do poder reinante e apontavam um outro caminho que era o da legalidade. Na época, muitas pessoas apoiaram tais condenações, achando que deveria mesmo haver um expurgo daqueles maus cidadãos que estavam contra aquele regime que se apresentava como defensor da moral e dos bons costumes. Os salvadores da pátria de ontem são considerados hoje como os maiores algozes do país por terem violados de maneira absurda os direitos básicos das pessoas, onde muitos inocentes foram executados sumariamente sem qualquer julgamento. Infelizmente, parece que o país está voltando a uma era obscura, tenebrosa em que um poder se arvora acima dos outros como baluarte e defensor da moralidade e virtude, desrespeitando as leis e agindo de modo arbitrário e prepotente contra tudo e todos, não havendo ninguém imune aos tentáculos deste monstro que se diz , "paladino da justiça". A história sempre se repete, quando não há julgamentos justos e as decisões são tomadas na calada da noite de maneira ilegal, sempre haverá cabeças inocentes rolando, misturadas com criminosos de verdade. É sempre bom lembrar que o mais inocente dos homens que já pisou na face da terra, foi condenado a uma morte dolorosa assim, na calada da noite sem um julgamento. Por isto, você que se coloca no lugar de um Robespierre, o Incorruptível, cuidado para não ouvir um Danton a lhe dizer: - "Hás de me seguir Robespierre" e você mais à frente, termine seus dias como um grande malfeitor por violar a lei em nome da moral que você defende com tanto rigor.
terça-feira, 16 de abril de 2013
HÁS DE ME SEGUIR ROBESPIERRE...
Era o dia 5 de abril de 1794, quando o ex Ministro da Justiça Francesa, Georges Jacques Danton, a caminho da guilhotina, passou pela casa de Robespierre o seu acusador e principal articulador de sua sentença de morte e disse a profética frase título deste link. Pouco mais de três meses, no dia 27 de julho do mesmo ano, Robespierre foi decapitado. Na França na Era do Terror que se seguiu a revolução francesa, muitas cabeças rolaram em cima do cadafalso, por conta de que seriam pessoas corruptas e inimigas da pátria. Robespierre, que era conhecido como o Incorruptível, sofreu na pele da mesma forma como agira contra pretensos corruptos, não teve um julgamento, simplesmente foi condenado à morte, sem direito a defesa. Nos regimes de exceção em que as leis não são respeitadas e os cidadãos não tem seus direitos garantidos, sendo violados princípios básicos, há sempre aqueles que se arvoram como "salvadores da pátria" e por isso se acham acima da lei, cometendo com isto muitas atrocidades e crimes bárbaros em defesa de uma possível preservação do bem público. As pessoas comuns que não tem acesso as informações necessárias para um julgamento correto, acham a princípio muito bom e salutares as medidas tomadas, quando poderosos são expostos a execração pública nos meios noticiosos, acusados de crimes contra o erário. Chegam mesmo a aplaudir quando vem alguém de "colarinho branco" ser enfiado num camburão como pessoas e criminosos comuns. Não estamos aqui defendendo os poderosos que praticam crimes hediondos contra o povo e que portanto merecem e devem ir para a cadeia pagar por seus crimes, mas o que se defende é que haja um julgamento justo a fim de coibir abusos e que a lei seja cumprida e não que em nome de uma moralidade e virtude pretendida se viole a lei e os direitos dos cidadãos. Por que quando uma lei é violada por aqueles que deveriam defendê-la, seja a que título for, ninguém tem mais garantia de nada, há uma corrente de erros em nome de indícios e de um possível crime. Assim um crime é cometido em nome de outro que se quer punir. Quem não se lembra dos "anos de chumbo" de nosso país, em que muitos foram mortos sem nenhum julgamento, apenas porque discordavam do poder reinante e apontavam um outro caminho que era o da legalidade. Na época, muitas pessoas apoiaram tais condenações, achando que deveria mesmo haver um expurgo daqueles maus cidadãos que estavam contra aquele regime que se apresentava como defensor da moral e dos bons costumes. Os salvadores da pátria de ontem são considerados hoje como os maiores algozes do país por terem violados de maneira absurda os direitos básicos das pessoas, onde muitos inocentes foram executados sumariamente sem qualquer julgamento. Infelizmente, parece que o país está voltando a uma era obscura, tenebrosa em que um poder se arvora acima dos outros como baluarte e defensor da moralidade e virtude, desrespeitando as leis e agindo de modo arbitrário e prepotente contra tudo e todos, não havendo ninguém imune aos tentáculos deste monstro que se diz , "paladino da justiça". A história sempre se repete, quando não há julgamentos justos e as decisões são tomadas na calada da noite de maneira ilegal, sempre haverá cabeças inocentes rolando, misturadas com criminosos de verdade. É sempre bom lembrar que o mais inocente dos homens que já pisou na face da terra, foi condenado a uma morte dolorosa assim, na calada da noite sem um julgamento. Por isto, você que se coloca no lugar de um Robespierre, o Incorruptível, cuidado para não ouvir um Danton a lhe dizer: - "Hás de me seguir Robespierre" e você mais à frente, termine seus dias como um grande malfeitor por violar a lei em nome da moral que você defende com tanto rigor.
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