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sexta-feira, 6 de abril de 2012

FOI UM RIO QUE PASSOU

As vezes a nossa vida é bem parecida com um lago. Tudo é tão calmo, tranquilo não há ondas, lá uma vez ou outra ao correr algum vento é que as águas se mexem com pequenas oscilações que nem chegam a ser marolas, no mais é um marasmo só. Neste estado vamos levando as nossas vidas sem grandes problemas ou pertubações, como se diz ao sabor dos ventos. De repente tudo muda. Somos atropelados como que por uma avalanche, uma cabeça d`água que estoura em um local acima e desce feito um rio de correnteza rápida, de águas turbulentas, caudaloso e em fúria, arrastando tudo o que encontra pela frente. Assim a nossa vida muda radicalmente e vira de pernas para o ar. Nada que era estável, seguro e bem fundamentado resiste a pressão da fúria de tal ação deletéria. Somos bombardeados de todos os lados e nada fica imune a este arrastão. Vamos sendo levados rio abaixo, batendo aqui e ali, tentando desesperadamente segurar em algum objeto que nos faça parar antes que haja alguma coisa mais grave e venhamos a morrer afogados. Ao descer assim, vamos nos machucando, bebendo bastante água e ficamos empanturrados de tanto líquido. A maior parte do tempo somos cobertos pelas águas, só de vez quando colocamos a cabeça fora d`água, ocasião em que procuramos agarrar algo, mas é em vão. Isto porque, além de estarmos bem fracos, a nossa visão é diminuída por tantas águas, o que dificulta ainda mais ver algo que nos sirva de ponto de apoio, algo seguro. Já estávamos exaustos nesta longa e perigosa descida, quando sentimos uma mão amiga a nos segurar forte e com muito esforço nos arrastar para fora de tal correnteza mortífera. Que alívio! Ficamos muito gratos a tal pessoa, que mesmo correndo o risco de também se afogar, não titubeou em por sua vida em perigo para nos fornecer ajuda. Como eu disse, a nossa vida sem uma paixão amorosa é como um lago calmo, mas ao surgir um amor que se transforma em paixão é como uma avalanche ou uma correnteza forte que vai arrastando tudo a sua volta, o poeta e músico Paulinho da Viola em uma música já dizia, "foi um rio que passou em minha vida e meu coração se deixou levar". Ainda bem que apesar dos estragos, houve alguém que nos deu a sua mão e nos segurou e a avalanche já passou. Que tenhamos sempre em mente isto, as vezes é melhor o marasmo de coisas calmas e tranquilas, onde temos todo o controle da situação, do que se estamos despreparados e sem nenhuma proteção, enfrentar a fúria de coisas que nos arrastam quais simples caixas de fósforo em um rio caudaloso ou um oceano bravio. 

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