De vez em quando alguma pedrinha entra em nosso sapato ou tênis e incomoda bastante. Logo paramos e depressa vamos tirar aquelo objeto que tanto perturba o nosso caminhar. Assim, também acontece com outras coisas na nossa vida diária que não nos deixa ter um sossego e nos causa uma grande pertubação, temos logo de eliminar. Mas é bem diferente quando alguma coisa passa sorrateiramente a nos perturbar, ou nos aflige de tempos em tempos. Quando percebemos já estamos com tal mal instalado há vários anos e praticamente passamos a conviver com ele, como se sempre fosse parte integrante de nossas vidas, como um calo que de vez em quando, principalmente na mudança de lua, dói bastante mas depois passa. Sim, são muitas as coisas assim, que vamos como que empurrando com a "barriga", deixando para amanhã a sua solução. Muitas vezes, temos até medo de enfrentar algum diagnóstico ou parecer, que exigiria de nós um decisão a fim de extirpar o mal que nos acomete, preferimos fazer como os avestruzes que não vendo saída em uma situação de vida e morte, enterram a cabeça na areia para nem ver o que de mal vai lhe suceder. Assim, vamos enterrando a nossa cabeça em outras coisas, em outras atividades, em outros problemas mais urgentes que não podem delongar, enquanto aquele problema antigo permanece intocável, em estado latente como um vulcão inativo. Muitas vezes são problemas de relacionamentos em que vamos protelando uma decisão, mesmo sabendo que não há mais jeito. Ainda assim, permanecemos em stand by, na ânsia de que, uma coisa milagrosa possa acontecer e as coisas sejam resolvidas, sem traumas, sem cortes e sem dor. É assim também em alguns casamentos, em que as partes já não se suportam, já houve a ruptura por um ou vários atos de infidelidade mas por outro lado, devido a muitos bens que terão de ser divididos, ou outros medos, não têm a coragem de tomarem uma decisão a fim de dar um basta aquela situação desgastante, insustentável, cheia de atritos e com muitas pertubações, que tiram toda a paz e alegria que deveria existir num lar. Outras vezes, deixar estar como está é um ato de plena sabedoria, pois mexer em uma ferida aparentemente cicatrizada, com uma casca grossa cobrindo a parte podre que não vemos, vai fazer mais mal do que bem. Aí neste caso, a melhor coisa a fazer é DEIXAR ESTAR, como aconselhava a avó de Paul MCarty, porque não adianta mexer em algo que está como que morto, seria como despertar um monstro que ao ser assim acordado, pode se tornar incontrolável e causar o nosso fim.
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