É bem conhecida a estória da onça que pede ao gato para lhe ensinar alguns pulos para pegar animais. Sendo o gato, o rei dos pulos, não se faz de rogado, lhe ensina uma enorme variedade deles, pra frente, pra trás. Passado algum tempo, depois da onça testar todos, chama o gato para irem até um riacho a fim de beberem água, já que estava cansada e sedenta por causa de tantos pulos. Em lá chegando, a onça aponta um lagarto que estava sobre uma pedra e desafia: - Vamos ver quem consegue pegar o lagarto primeiro. De imediato, o gato dá o bote em cima do lagarto. A onça aproveita o momento e pula logo atrás, mas em cima do gato, que ao ver o vulto daquele animal enorme em cima dele, pula de lado, saindo daquela situação embaraçosa. A onça então, vira-se pro gato e reclama: - Mas este pulo você não me ensinou, compadre. Aí o gato responde: - Este pulo eu não ensino a ninguém é a minha última defesa e salvação num momento de emergência, é o meu pulo do gato. Deixando a lenda de lado, muitas vezes nós ensinamos a outras pessoas, tudo o que aprendemos no decorrer da vida, como que esvaziamos por completo de todo o nosso conhecimento. Infelizmente, neste mundo em que vivemos, algumas pessoas ingratas, usam o que lhe ensinamos para nos fazer algum mal ou nos prejudicar e se não tivermos alguma coisa extra, ainda não ensinada, tipo uma carta na manga para nos salvar numa emergência, estaremos totalmente encrencados e a mercê de tal pessoa. Sim, é sempre bom nos prevenir contra um ataque surpresa, em especial daqueles a quem mais confiamos, em quem depositamos uma fé irrestrita por lhes contar nossas fraquezas e mostrar nossos pontos vulneráveis. Nunca devemos ficar completamente nas mãos de outra pessoa, porque se esta nos faltar ou resolver não ser mais nossa amiga, ficaremos totalmente no ar, sem os pés no chão. Por isto temos, que ter aquela saída de emergência, estratégica, guardada num compartimento mais recôndito do nosso ser, que nós pensávamos que nunca iríamos fazer uso da mesma, já que era para um caso extremo. Por que se numa hora de enfrentamento, entre mestre e discípulo, não tivermos mais nada com que recorrer é o nosso fim, pelo simples fato de não possuirmos, uma saída de emergência, o "pulo do gato", aquele de banda, enviesado e totalmente inesperado. A vida tem me ensinado isto, não se pode sobreviver neste mundo cada vez mais egoísta e desafiador, em que as pessoas esquecem rapidamente tudo o que lhe foi feito, doado e ensinado, se não possuirmos algo só nosso, peculiar, desconhecido até mesmo das pessoas mais íntimas, a nossa tábua de salvação, como um último trunfo a ser gasto, o nosso como dizer, PULO DO GATO que deixará o mau discípulo surpreso, por não ter se preparado para esta nossa saída emblemática, fora dos padrões a que estava acostumado ver como agíamos, nesta ou em outras situações similares. Sim, sempre devemos ter como que uma carta na manga para qualquer eventualidade.
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