Certo período da minha juventude, mais precisamente na década de sessenta, fui hippie. Não desses que andam por aí hoje, sentado nas calçadas fazendo cordões e pulseiras de artesanatos, com cabelos desleixados, roupas extravagantes e sujas, sem nenhum idealismo. Não, eu era hippie no intimo, no âmago do meu ser, de apoiar o movimento da contracultura americana, contra as guerras e mais especificamente contra a do Vietnam, contra o establishment, contra todas as coisas erradas que se via ocorrer numa sociedade hipócrita. Então, por esta ocasião eu tinha um sonho, junto com toda uma geração, o sonho de ver um mundo mais justo, mais livre em que as pessoas, independentes de sua cor ou classe social, pudessem ter as mesmas oportunidades e alcançassem por fim, a felicidade e a paz. Naquela época o dinheiro e os bens materiais não eram o centro de minhas preocupações ou da atenção. Ele, o dinheiro era e sempre será para mim, apenas um mal necessário. Infelizmente este sonho foi roubado, principalmente pelos líderes do movimento, que tão logo passaram a ter poder, mudaram a sua forma de pensar. Aconteceu com eles, como diz um ditado: "o poder os corrompeu". Foram poucos os que não foram corrompidos, que continuaram acreditando em seus sonhos e lutam para que estes se tornem em algum dia, em realidade. A maioria se deixou seduzir pelo brilho fácil do vil metal. Hoje vivem cercados de seguranças para guardarem seus muitos bens. Abandonaram suas idéias, seu proselitismo de uma sociedade mais justa e igualitária. Não possuem mais qualquer resquício do que foram no passado. Das suas lutas por um mundo melhor, nada restou. Hoje muitos deles, estão respondendo a processos por mau uso do dinheiro público. Alguns foram até caçados politicamente por tantas falcatruas, outros estão respondendo a CPIs. Como pode tais pessoas, antes idealistas, mudarem tanto o seu ponto de vista e a sua forma de ver a vida? Como puderam vender os seus sonhos, por um punhado de dólares e uma vida confortável e farta? Só há uma explicação plausível para tal mudança tão radical. Eram ídolos de barro. Não eram realmente contestadores e sim aproveitadores, doidos para comerem uma fatia do bolo. Tinham, era inveja daqueles que estavam no poder. Os seus gritos de revolta, era porque não faziam parte da classe dominante ou da panela e não porque pensavam mesmo nos mais oprimidos. Não endosso o seu coro de lamentações pelas benesses perdidas. Hoje tenho outras perspectivas, mas não mudei meus sonhos. Descobri que ao invés de confiar em homens que não tem a capacidade de mudar tudo de fato, passei a confiar em quem tem esta capacidade e irá fazê-lo, pois este o propósito Dele para a nossa Terra. Por isto, posso dizer com toda convicção que o meu SONHO NÃO ACABOU na verdade se aperfeiçoou e está prestes a se tornar realidade. Como dizia Martin Luther King, "I have dream, ou, eu tenho um sonho". O dele, era ver o dia, em que pessoas de todas as cores e raças, convivendo em completa harmonia, sem nenhuma discriminação, o que de fato em seu país, os Estados Unidos da América, pode-se dizer que melhorou e quase alcançou, pois o atual presidente não é um branco. Eu também tenho um sonho, mas mais ambicioso, de um mundo mais justo, livre das opressões, livre das guerras, da corrupção, onde haverá a igualdade das pessoas, mas não só isso, também livre das doenças, do crime, da violência, da poluição, por fim livre da morte.
Paulo Mattos, seu sonho é o meu sonho e tenho, quase, a certeza de que é o sonho de todos os brasileiros. Se analisarmos, a questão, com seriedade veremos que é possível e fácil, basta o homem querer. Apenas um gesto e o comportamento de todos nós muda... Será que estou errado? Pense bem.
ResponderExcluirAbraço forte.
É verdade Cesar. Não só de nós brasileiros mas de todos em geral.Infelizmente a ganância, a corrupção e outros mazelas das pessoas, nos colocou nesta situação ruim. Mas espero um dia, esta situação mudar e aí sim, veremos a realização de nossos sonhos. Abço!!!
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