Olha, com certeza no lugar do coração você tem uma pedra! Quantas vezes nós já ouvimos esta frase dita a alguém, que aparentemente não se importava com a outra. Sim, muitas pessoas parecem que tem o coração empedernido e não manifestam qualquer sentimento ou emoção. É possível que geneticamente alguém já nasça com algum distúrbio de não se emocionar com facilidade. Mas a maioria das vezes era uma pessoa normal como qualquer outra só que com os problemas e as vicissitudes da vida, ela foi se fechando, se contendo, não extravasando as suas emoções, fazendo dela uma pessoa fria, distante, sem nenhum sentimentalismo, sendo muito difícil verter algumas lágrimas. Mas tudo isto não justifica que ela passe a ser uma pessoa assim, como se fosse com um coração de pedra. Para que não nos transformemo-nos em tal pessoa, devemos fazer uma avaliação dos nossos sentimentos e ver como anda as nossas emoções ante ao sofrimento e as injustiças alheia de que são vítimas pessoas que conhecemos ou não. Se nos incomoda, nos da revolta e nos portamos como se fosse a pessoa atingida por alguma catástrofe ou infortúnio é um bom sinal, uma demonstração de que não ficamos indiferente ao que outros passam, que temos um coração sensível. Agora, se ao vermos a desgraça alheia e não nos sensibilizamos é um sinal preocupante, sinal de que estamos perdendo uma coisa natural de todos os seres humanos que é a empatia, de se imaginar no lugar da pessoa e sofrer por ela. O que podemos fazer então? Não é muito fácil quando o nosso coração estiver totalmente brutalizado, sem nenhuma parte sensível. Mas ainda sim é possível reverter o quadro, pouco a pouco, por esvazia-lo das coisas ruins e encher a nossa mente e o coração de coisas boas, de sentimentos bons e ver que apesar de todo o mal que possamos ter sofrido e que nos fez ficar assim, como pedras, há uma esperança sólida de tempo melhores, onde toda a injustiça será eliminada. Aos poucos, iremos mudando o nosso coração, de duro para um mais maleável, verdadeiramente de carne, ao encher-se de pensamentos e coisas boas, aí ele vai se tornando mais sensível, calmo, generoso, perdoador, até chegar ao ponto desejável. Não precisamos também ir ao outro extremo, ter um coração "gelatinoso" com falta de equilíbrio em que nos debruçamos em lágrimas ao vermos um filme ou lermos um livro romântico, onde alguém morre precocemente, aí seria termos sensibilidade a flor da pele, numa demonstração de carência e não de correta sensibilidade. Devemos portanto fazer esforços no sentido de que o nosso coração fique sensível, atento ao sofrimento alheio, condoendo-nos com as desgraças sofridas por alguém e disposto a ajudar para minorar a sua calamidade. Fazendo isto, evitaremos ter um coração corrompido, duro, frio, empedrado, totalmente alheio ao que acontece a nossa volta, como se nada o atingisse ou lhe causasse emoção.
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