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domingo, 30 de janeiro de 2011

A VIDA É MINHA E FAÇO DELA O QUE BEM ENTENDER

Por diversas vezes, já ouvimos esta frase dita por alguém, querendo dizer que tem total liberdade e controle sobre sua vida e que dispõe dela a seu bel prazer ou como quer. É uma pessoa que acha que não tem de prestar contas a ninguém pelos seus atos, seja a pais, marido ou esposa, a sociedade ou a Deus. Pra ela não existem regras. O seu único código de regras é um código de moral interno, que lhe aponta se isto é aceitável e permitido ou não. É um código criado por ela própria, com base na sua formação familiar e nas suas observações do comportamento humano. Por ser um código com base nestes elementos, ele não é rígido, está sempre sujeito a mutação, adequando-se a nova maneira de pensar das pessoas, sendo portanto, bem flexível, ou seja, o que ela acha imoral hoje provavelmente não o será amanhã. Isto porque os padrões morais do mundo estão baixando rapidamente. O que era só visto nas sessões da madrugada ou nos cines privê, agora é transmitido no horário nobre, com a presença de crianças na sala. O código interno de moral que todos temos, que é a nossa consciência, não é um guia seguro. Ela pode ser corrompida e se desviar, assim como um barco deixado sem uma corda de fixação, mesmo numa lagoa de águas aparentemente paradas, aos poucos a ação de ventos e alguma correnteza abaixo da superfície o vai levando para outra margem sem se perceber. Da mesma forma, precisamos de uma fixação, algo que detenha o nosso impulso natural de ficarmos à deriva, achando que com isto somos mais livres. Assim, uma pessoa só poderá dizer corretamente que a vida é dele e faz dela o que bem entende, se fosse auto-criativo, ou seja, o criador de sua própria vida. Teria de ser não só o criador de sua vida, como o sustentador dela. Porque não adianta apenas criar a vida, é preciso depois do primeiro ato, mantê-la. Vamos imaginar que você pudesse se auto-criar e depois disto estivesse em outro planeta como, por exemplo, Marte. Quanto tempo você acha que ficaria vivo? Poucos instantes. Então é necessário não só criar, como sustentar a vida. Dependemos do ar, da exata distância do sol, da noite, do dia, dos animais, das árvores frutíferas e de tudo que existe no nosso planeta Terra para continuarmos vivos. Fica claro que somos totalmente dependentes do que já foi criado. Bom, se não podemos criar ou sustentar a nossa própria vida, não podemos dizer que "a vida é minha e faço dela o que bem entender". Somos seres criados e sustentados por Alguém muito superior a nós e, portanto, dependentes deste. Não possuímos a alardeada liberdade total, isto não existe para quem é criado. Se somos dependentes do Originador e Sustentador da vida, temos que prestar contas dos nossos atos a Ele. Porque ir contra a vontade Dele é uma insensatez ou uma enorme burrice. Devemos, como seres criados, ver qual é a sua orientação para a nossa vida e o que ele espera que nós façamos da vida que ele nos deu. O princípio da sabedoria é o temor de Deus. Aquele que não teme a Deus ou até acha que Ele não existe é o mais tolo dos homens. Para aqueles que temem a Deus, Este é uma pessoa real e tudo em sua vida gira em torno de fazer a sua vontade. Algumas pessoas dizem amar a Deus, mas só se lembram Dele, quando estão em dificuldade ou precisam de algo, aí até fazem uma oração fervorosa pedindo ajuda ou proteção a Ele. Passado o momento do aperto ou conseguida a coisa solicitada, nem pensam em Deus, principalmente no lazer ou na farra, aí  Deus é uma coisa abstrata, tão longe lá nos céus, que nem tem tempo para olhar ou criticar o seu modo de vida, por mais que se desrespeite os seus mandamentos. Por exemplo, Ele diz categoricamente em sua Palavra que sexo só é permitido para as pessoas casadas. Mas para estas pessoas o seu código de moral interno basicamente corrompido pelos padrões atuais, diz que não e você acha que mesmo dizendo que ama a Deus pode impunemente violar tal ordem, sem nenhuma consequência. a AIDS, SÍFILIS, HPV, HERPES e outras doenças sexualmente transmitidas, a gravidez indesejada, além das doenças emocionais e dores na consciência estão aí para mostrar a gravidade de tal conduta, que viola uma ordem explícita, não um princípio. Os pseudo espertos dizem que tudo pode, desde que você esteja devidamente prevenido contra tais doenças, mas será que o preservativo irá preveni-lo contra o julgamento adverso de Deus? Não é porque não houve gravidez, que não houve crime.  Não se iluda, mesmo se livrando de algumas doenças, você sofrerá a maior delas, que é a pena de morte. Portanto á vida é um dom que Deus lhe deu e não que você criou. Valorize este presente e o Dador dele. Procure viver de acordo com as normas estabelecidas pelo Originador e Sustentador da vida em sua Palavra e não como os tolos que ainda se dizem espertos por levarem a vida que levam, sem levar em conta o objetivo de Deus para ela, mas que brevemente  pagarão um preço bem caro  por acharem que podem fazer da sua vida o que bem entendem. Os que pensam assim não podem nem garantir a continuação de suas vidas por apenas alguns segundos a mais. Portanto, viva de maneira correta, como o que o Criador espera que você faça e por certo a terá  para sempre, aqui mesmo na Terra e não como os tolos que logo desaparecerão do cenário, como coisas indesejáveis e repugnantes.

sábado, 29 de janeiro de 2011

UM BUROCRATA NA CONTRA-MÃO

Por um certo tempo de minha vida trabalhei num banco. Mas certo dia, um funcionário do banco onde eu trabalhava, o Orlado foi demitido e como possuía parentes na Justiça do Rio, arranjaram pra ele ir trabalhar num cartório de protestos de títulos, lá na Praça. XV, que ficava perto das barcas que fazem o trajeto Rio-Niterói.  Depois disto ele arrumou serviço no mesmo cartório, para mais dois colegas de banco, o Arilton e eu. Assim desci de paraquedas pra trabalhar na Justiça, que na ocasião era quase toda particular. Depois de três anos, fiz concurso público e passei mas não havia vagas no cartório onde trabalhava, mesmo assim preferi ficar lá, onde tinha amizade com o titular do cartório e os demais funcionários. O dono do cartório ficava com 50% de toda a renda e o restante era dividido entre todos os funcionários, cabendo logicamente um percentual maior para os mais antigos. O meu serviço consistia em bater instrumentos de protestos numa máquina de datilografia. Ganhava por produção e depois mais à frente também do rateio da renda do cartório, perfazendo um bom salário em termos de Brasil. Trabalhar em tal cartório, naquela época, era mesmo uma grande festa, pois não havia nem há crise em cartório de protesto, isto porque nas crises, mais pessoas são protestadas e, portanto, o volume de movimento é ainda maior e, por conseguinte, mais dinheiro rola. O salário era tão bom que alguns funcionários cometiam algum excesso no esbanjar, como aconteceu certa vez com um já meio doidão, funcionário do sétimo distribuidor num baile no Clube Federal, lá no Leblon, que puxando do bolso uma maçaroca de notas, jogou-a para o alto no meio do salão, o que foi causa de uma grande confusão. Além do bom salário, havia casos e personagens pitorescos. Numa ocasião, chegou uma pessoa ao cartório e perguntou, quem era o responsável pelas certidões e foi lhe dito que era o Luiz. Dirigindo-se ao setor, ele disse ao Luiz que precisava de uma certidão negativa com urgência e indagou o que além das custas teria que pagar. Luiz respondeu: - Deixa uma cerveja e tudo bem. Enquanto Luiz batia a certidão solicitada, a pessoa deu uma saída e foi até um bar, onde adquiriu duas latas de cerveja e quando Luiz lhe entregou a certidão, a pessoa lhe entregou as latinhas. Ele não pôde reclamar nada, pediu e recebeu até em dobro. Em outra ocasião, um cidadão disse ao atendente no balcão que queria falar com o Bel. O atendente disse que no cartório não havia nenhum Bel e o cidadão disse:  - Como não tem nenhum Bel? Ato contínuo, mostrou um formulário do cartório onde estava escrito em cima: Oficial Bel.Pedro Luiz. Ele confundira a abreviação de bacharel com o nome de alguém. Coisas de um país de pouca cultura. Foi meu colega de trabalho e de alguns passeios neste período, o Antonio De Bonis, que pediu demissão do cartório um pouco antes de mim, para começar uma carreira artística vitoriosa, primeiramente como ator, vindo depois a se tornar o consagrado diretor de musicais e peças teatrais. Sua irmã Carmela até pouco tempo atrás trabalhava no cartório, mas sem as benesses daqueles anos em que o Oficial dividia parte dos lucros com os funcionários. Mesmo com toda vantagem financeira que com certeza tal serviço poderia me dar, resolvi depois de algum tempo, após me formar, também deixar o cartório. O Oficial Dr. Pedro, diga-se de passagem um verdadeiro bom burguês, que tinha consideração por todos, não entendeu quando lhe comuniquei o fato, chegando mesmo a me propor uma parcela maior da fatia do bolo para continuar trabalhando com ele, mas recusei. Fiz o caminho inverso de muitos hoje, que depois de se formarem se sujeitam a um trabalho burocrata, ONDE OS SONHOS SÃO SUFOCADOS EM TROCA DA ESTABILIDADE DE UM EMPREGO PÚBLICO e um punhado de dinheiro. Nesta minha vida, com raríssimas exceções, vi um funcionário público satisfeito, mesmo aqueles que ganham muito bem. A satisfação só acontece em dois momentos: quando são aprovados em concurso e tomam posse no cargo e depois quando se aposentam. No resto é só reclamação, mal atendimento ao público e luta por aumento de salário. Ficam contando os dias para se aposentarem e aí então viverem. Embora a minha atitude possa ser incompreendida pelas dificuldades que passei e ainda passo, mas uma coisa é certa: não me arrependo pelo bons dias que tenho vivido como um ex-burocrata, sem ter de prestar contas a ninguém e trabalhando naquilo que gosto. Como já dizia Raulzito: "NÃO QUERO FICAR SENTADO NO TRONO DO MEU APARTAMENTO, COM A BOCA ESCANCARADA, CHEIA DE DENTES, ESPERANDO A MORTE CHEGAR".  Prefiro o inusitado, o imprevisto pra me sentir vivo.  

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

O BANCÁRIO INSUBORDINADO





Corria o ano de 1965, muita coisa havia mudado no país desde a deposição de Jango, quando ser bancário era uma das melhores profissões do proletariado. Ser bancário anteriormente era ser beneficiado por um Sindicato atuante que conseguira um aumento de mais de 100% no ano, poder fazer uso de um dos mais bem aparelhados hospitais do Rio, que ficava na Lagoa Rodrigo de Freitas e ainda ter como órgão previdenciário o IAPB, instituto bem superior ao das demais categorias, como por exemplo o IAPI ou IAPC. Assim, quando fiz as provas para ser admitido no Banco Cidade do Rio de Janeiro pensava nas mordomias inerentes a profissão daquele ano de vacas gordas. Aprovado, fui enviado para trabalhar na Matriz do banco, que ficava na Candelária, sendo designado para trabalhar na contabilidade do setor de câmbio, que ficava no segundo andar do prédio. Ao chegar, fui bem recebido por todos, fazendo amizade de cara com o operador da máquina de mecanografia, o Arilton, mais conhecido como "Gaúcho", por ser originário lá dos Pampas. Depois das informações preliminares sobre todo o setor, Jorge Omena me designou para trabalhar operando a aludida máquina, uma enorme Burroughs, fazendo os lançamentos de débito e crédito das transações em moeda estrangeira do dia nas fichas dos clientes. Um outro funcionário do setor, o Orlando, ao me recepcionar foi logo dizendo: - O salário do banco é pouco, em compensação ninguém é mandado embora. Não muito tempo depois desta conversa, Orlando foi o primeiro de uma longa lista de demitidos. A razão disto é que o Banco Cidade do Rio de Janeiro foi encampado por um outro mais forte, o Econômico da Bahia. Com a vinda do pessoal do Econômico, houve uma mudança radical no setor onde eu trabalhava. O novo chefe, Alfredo Cravo, me perguntou se eu poderia trabalhar à noite, fazendo o fechamento do balancete diário de moedas estrangeiras. Ante a minha aquiescência, comecei a trabalhar a partir das 18:30 horas, sem horário definido para sair, desde que concluísse o meu trabalho. A princípio era por volta das 22:00hrs, mas rapidamente passei a sair as 20:30hrs. Arilton, o "Gaúcho", também passou a trabalhar à noite e saíamos sempre juntos por volta das 20:30h, o que nos dava tempo de ir a shows, cinema ou jogos no Maracanã. Depois ainda veio um terceiro, o Antonio de Pádua, e agora os três saíamos pouco depois das 8:00 da noite. A coisa só pegava quando dava uma diferença para eu fechar o balancete e havia por exemplo um show com ingresso já comprado, aí era um pega pra capar, com todos os três fazendo de tudo para achar a diferença. Muitas vezes saíamos do banco antes que o pessoal que entrara ao meio dia. Me lembro de certa vez, que antes das 20:30hrs, já estávamos fora do banco sentados numa mesa de um bar, que ficava entre a Av. Rio Branco e a Visconde de Inhaúma, quando vimos o Ângelo, que era o chefe administrativo de todo o setor de câmbio ao qual nós pertencíamos, vindo de seu trabalho na Imprensa Nacional, localizada na Pça. Mauá. Quando ele chegou perto de nós o repreendemos veementemente, alegando que era por isso que o país não progredia, devido a moleza de funcionários que trabalhavam tão pouco. Angelo, pego de surpresa, se desculpou dizendo que aquele fora um dia excepcional. No outro dia quando chegamos para trabalhar, ele nos chamou até a sua sala e foi logo dizendo: - Vocês são muito abusados de me chamarem a atenção ontem à noite. - Eu como chefe do setor é que deveria chamar a atenção de vocês por já estarem aquela hora fora do banco. Nós respondemos em coro: - Antes de você nos jantar com bronca, nós preferimos te almoçar. Ao final tudo terminou bem, sem ressentimentos, pois ele sabia que não dependíamos do banco para sobreviver, por isto éramos assim insubordinados.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

ADEUS AS ILUSÕES



Houve uma época recente de minha vida que achei que poderia refazê-la, apesar de todas as limitações que me foram impostas, seja pelo ônus de uma pensão alimentícia alta, seja por cuidar integralmente dos filhos que ficaram debaixo da minha guarda. Tenho procurado fazer o melhor que posso para suprir as necessidades deles, tanto em sentido físico como no emocional . Por conta  disto, pouco sobrou para minha vida pessoal. Mesmo assim, de  tempos em tempos, com o que me restava, fiz investimentos em amizades que acreditava que um dia poderia produzir frutos fora da estação, que fossem frutos temporãos. Até agora não surtiu qualquer efeito, é como regar uma planta artificial, não brota nenhum raminho. Seria como esperar colher cachos de uva numa terra árida do deserto. Por isto, estou jogando a toalha e finalizando o jogo. Decidi  não mais criar qualquer expectativa, pois a expectativa não concretizada é podridão dos ossos.  Não tenho mais esperança alguma neste aspecto, me dou por vencido. Compreendi que o que se leva em conta é o embrulho e  não o conteúdo. O conteúdo pode ter mil defeitos, mas se a embalagem for bonita, tudo é desculpável. A maioria das mulheres preferem os canalhas bonitos do que os íntegros feios, é o famoso "amor bandido". Os meus objetivos agora estão direcionados para outras áreas, que não tem a ver com o coração e sentimentos. Estou dando ADEUS AS ILUSÕES, deixo que estas coisas de amor fiquem para os mais jovens, que ainda tem muito combustível e tempo para consumir. Pra mim não dá mais. É decepção em cima de decepção. Não é ser pessimista, que de fato nunca fui, mas É SER REALISTA, pois isto tem sido o padrão da minha vida desde que eu me entendo por gente. Nunca houve um período em que me deram algum valor como os demais, por conta do embrulho de pouca estética. Sirvo apenas para ser amigo, até mesmo um bom amigo, mas nada além do que isto. Nunca ninguém olhou para mim como alguém que poderia ser um parceiro, apenas e tão somente o amigo disposto a fazer qualquer sacrifício em seu  favor. O único fio tênue de esperança que me resta se resume a poder ultrapassar a grande tribulação com vida, aí sim terei o tempo e as transformações necessárias para tornar-me uma pessoa atraente, valorizada, não a rejeitada que hoje sou, por conta de uma aparência que não possui o padrão de beleza desejada e almejada, pelas revistas e outros tabloides cultuadores do físico. Mesmo quando tal  pessoa abre a boca e só saia porcaria, conversa frívola  e nada que se aproveite, ainda assim ela leva vantagem, por conta das pessoas valorizarem muito o externo em detrimento do interno. Como disse certo erudito: a burrice campeia entre as pessoas tidas como bonitas. Só existe um detalhe que muitos esquecem: A beleza rapidamente passa é fugaz e o que vai sobrar depois se a pessoa não possui outras qualidades além da estética? Nada, não vai haver qualquer diálogo, será grosseria em cima de grosseria. Então no futuro que em breve irá começar, a beleza externa será o reflexo da interna. Só me resta agora torcer para que possa passar rápido este tempo do fim e que consiga me manter firme na minha posição de não transigir, apesar de todas as dificuldades que não só eu, mas todos nós enfrentamos, impostas pelo inimigo da vida e possa receber no futuro tal prêmio, para aí sim conseguir constituir de novo uma família, acrescida dos membros remanescentes da atual  e que são a minha razão de viver.      

O REI, O ELEVADOR E EU


Quando voltei do interior para a antiga Capital, andei trabalhando em alguns escritórios até que, depois de concluir o curso de técnico  em contabilidade, fui trabalhar em um que ficava na Avenida Treze de Maio, no 19º andar, de frente para o Teatro Municipal no Rio. No 25º andar deste mesmo prédio, havia a Rádio Guanabara e a fila do elevador para o escritório onde trabalhava e a da rádio era a mesma. Assim, de vez quando algum artista que ia se apresentar na aludida rádio, utilizava o mesmo elevador que eu. Alguns programas ao vivo eram bastante concorridos e a fila do elevador se tornava extensa. Era o caso do programa do Carlos Imperial, aquele que criou o bordão de ao ler as notas das escolas de samba, falava bem alto:  "dez..., nota dez...".  Carlos Imperial, um cara muito inteligente e polêmico, tinha como frase favorita a que "preferia ser vaiado em seu Mercoury Cougar do que ser aplaudido dentro de um ônibus", foi o precursor do rock no Brasil. Assim, Carlos Imperial possuía um programa na Rádio Guanabara, totalmente voltado para o público jovem, que era do iniciante rock nacional, não bem nacional, mas mais precisamente de versões de músicas americanas, como as de Rossini Pinto e Fred Jorge. Outro programa também bastante animado era o do José Messias, mas este admitia outro tipo de música, tipo as cantadas por Núbia Lafayete ou Anísio Silva. Por diversas vezes, quando estava na fila do elevador, aparecia tanto o Roberto como o Erasmo Carlos para irem a Rádio e, por alguns minutos, compartilhávamos o mesmo pequeno espaço. Roberto Carlos, naquela época, já tinha o assédio de algumas garotas, não muitas. Em nada fazia antever que ele alcançaria o sucesso que hoje possui e se transformaria  no Rei,  título designado com direito a coroação e tudo por Abelardo Barbosa, o Chacrinha, no seu programa a "Discoteca do Chacrinha". Me lembro dele e do Erasmo, encostando na Avenida Treze de Maio o seu Chevrolet Bel Air, conversível creme e marrom, antes de irem pro Edifício Darke. Os tempos ainda não eram de vacas gordas para eles, por conseguinte, o aludido Chevrolet não era novo, já possuía alguns anos de uso, embora bem conservado. No escritório onde trabalhava havia uma secretária de nome Marilza, moradora do Catete, que dizia ter sido namorada do Rei. Não sei se existe alguma verdade nisto ou se era apenas uma propaganda enganosa a fim de se auto promover. Neste período, frequentava o escritório de contabilidade onde eu trabalhava, um fiscal do antigo INPS de nome Amauri. Sabendo que eu tocava saxofone, me fez a proposta de me apresentar a algumas pessoas  que poderiam dar um empurrão na minha carreira de músico. Um dia subimos até a Rádio Guanabara e ele me apresentou ao locutor José Messias. Este, depois das apresentações, me disse que tinha um programa na TV Continental, que ficava nas Laranjeiras. Era também um programa de gente jovem e músico segundo ele, sempre era bem vindo para acompanhar os artistas. Me forneceu um bilhete e recomendação para me apresentar ao diretor musical para ver se poderia me encaixar no quadro. Nunca compareci a tal programa porque meu pai, depois de ter-lhe contado o ocorrido,  me disse categoricamente que música só por hobby e não por profissão. Não sei se hoje estaria advogando ou tocando músicas, como os meus referenciais da época, o indefectível Bob Fleming, nome artístico do grande saxofonista Moacyr Silva e o americano que acompanhava João Gilberto, Stan Getz.  Só sei que a princípio foi muito doloroso ter de deixar uma coisa que me agradava muito. Por conta disto, nunca mais quis saber de tocar sax. De vez em quando, vou até o Rio e ao Edifício Darke, ao subir no elevador me vejo naquele apertado espaço, tendo ao lado o Rei, ainda bem novo, cantarolando alguma coisa e poucos súditos ao redor para apreciar e ao sair diz para o ascensorista: "É UMA BRASA MORA".  Valeu bicho, você já era o cara!!!.      

domingo, 23 de janeiro de 2011

MINHA QUERIDA TIA LELETA





Ela agora está franzina e envergada pelo tempo mas ainda possui algum brilho no olhar, sempre atento de um azul quase celeste. Perto das comemorações de um século de existência, ela padece de uma doença letal que atingira uma das mamas, fruto talvez de não ter se casado e não ter tido filhos para amamentar. Não tivera filhos saídos de suas entranhas mas os tivera em muitos, por bondade e disposição de ajudar seus irmãos quando dela precisaram, mesmo com sacrifício de sua vida particular. Era assim a primogênita dos Gonçalves Dias. Filha de um proprietário de muitas terras, cuja principal atividade era a plantação de café, o Luiz Gonçalves Dias, mais conhecido como "Lulu Carapina" e de Albertina Dias.  Nasceu então Julieta, a tia Leleta, bem no início do século XX, quando o mundo ainda não havia conhecido os horrores da guerra e das calamidades que a sucederam. Desde cedo se destaca por sua beleza e disposição de ajudar a mãe no cuidado com os seus oito irmãos mais novos. Seu pai, homem culto, procura dar aos filhos a educação que lhe era possível, para tanto contrata professores particulares que ficavam morando na fazenda, com o intuito de instruir as crianças no saber. Mocinha se torna extrovertida e mais encantadora fazendo alguns guapos jovens suspirarem por sua atenção, principalmente quando ia a alguns bailes em fazendas perto das de seu pai, na zona rural de Duas Barras no Estado do Rio. Como passara o tempo de sua juventude e não tinha encontrado alguém a quem pudesse dedicar seu coração, se acomodou no estado de solteira, preenchendo sua vida em cuidar dos seus vários sobrinhos que foram nascendo. Com a morte do pai e a falta de quem pudesse levar avante de forma rentável a atividade agrícola, a sua mãe Albertina e alguns filhos resolvem mudar-se para uma cidade maior com o objetivo de terem uma vida digna. Os irmãos varões mais velhos que ficaram  para tocar a fazenda vão de mal a pior, dilapidando o patrimônio, vendendo vários itens a preço de banana, além de não pagarem os impostos por anos, o que levou a propriedade ser vendida em leilão público. Na cidade o serviço disponível era em fábricas e por não terem qualificação, Leleta e as outras irmãs se viram obrigadas a aceitar tal trabalho para se sustentarem. Como ela não tinha família ou dívidas para saldar podia dar-se ao luxo de trabalhar quando quisesse. Assim ela de vez quando morava com algum irmão que constituíra família e dela precisava de algum préstimo, o que fazia de bom grado. Quando meus pais se mudaram definitivamente para o Rio, ela nos acompanhou. Assim nossa família imediata era meus pais, meus irmãos e tia Leleta. Eu não a via como uma pessoa fora do nosso círculo familiar. Foram muitas as histórias vividas por mim e tia Leleta, mas uma está indelevelmente gravada. Um dia tia Leleta avisou: - Neste final de semana, vamos assistir ao programa do Paulo Gracindo na Rádio Nacional. Quando chegou o dia, partimos bem cedo para a Praça Mauá, onde adquirimos várias guloseimas e subimos no prédio conhecido como "A Noite" para assistirmos o tal programa musical. Que alegria foi presenciarmos ao vivo aqueles artistas que com suas canções embalavam as nossas mentes e corações. Não me recordo dos que lá estiveram com exceção de um: Cauby Peixoto. Não só pela sua voz aveludada ao cantar Blue Gardênia que foi um arraso mas principalmente pelo delírio de suas fãs, que chegavam as raias da loucura, quando ele terminava uma música. Foi inesquecível participar do auditório de uma rádio que entrou para a nossa história como a época de ouro do rádio brasileiro. Infelizmente uma tragédia se abateu sobre a casa do meu tio Gil, com a morte de sua esposa, levando tia Leleta para cuidar como se fosse mãe de seus cinco filhos. Sei que tia Leleta não é única. Que existem muitas tias leletas mundo afora, pessoas que praticamente dedicam suas vidas a ajudar e tornar mais felizes a vida de seus parentes. Só que a minha tia Leleta, como todos os seres são diferentes não existem dois iguais em suas particularidades, que possuem qualidades e defeitos, e ela também os tinha, por exemplo era só alguma irmã tentar se intrometer em sua vida e ela passava a soltar impropérios e palavrões, como um alto e sonoro pqp, de fato ela não tinha papas na língua. Aos noventa e seis anos, quando estava dormindo, o seu grandioso coração parou de bater deixando em nós seus filhos por afeição, uma grande saudade. Sei que a senhora agora não pode me ouvir mais, enquanto isto só me resta dizer: - Durma em paz tia Leleta, se eu for merecedor da vida eterna, te aguardarei ao amanhecer de um Novo Mundo para nunca mais nos separarmos.

MEU QUERIDO TOM

Infelizmente não tivemos oportunidade de nos despedir, como fazem os verdadeiros amigos, razão porque desta carta em que rememoro os dias felizes que vivemos nestes últimos meses e as tristezas destes dias finais. Algumas coisas que não foram externadas e ditas na época própria e nunca mais serão ouvidas e compreendidas por você, espero que eu as diga agora e possa de uma certa forma exprimir o quanto sinto não ter feito tudo o que deveria ter feito para salvá-lo e para continuarmos juntos. Nas minhas lembranças, volto aquele, dois de junho e vejo-o no instante mais triste da sua vida. Você ali enjaulado, dentro de uma caixa de fibra bege e marrom, com janelas de arames trançados, em cima de uma pick-up, domingo a noite, sendo levado para uma clínica a fim de ser tratado de uma retenção urinária. Jamais eu poderia imaginar que esta cena seria a última lembrança que eu teria de você, meu querido amigo Tom.....A primeira vez que te vi, você estava no colo de minha futura nora, junto com mais dois irmãos seus, numa praça em Olaria e que ainda dependiam do leite materno de sua mãe Vitória, uma pura gata persa. Logo que colocamos os olhos em você, não tivemos dúvidas quanto a quem queríamos. Meu filho mais novo, apontando para você disse: - É este. Você possuía as cores  cinza escuro, branco e algumas rajadas de amarelo nos seus flancos. Como charme você possuía uma mosca cinza em baixo do lábio inferior, que contrastava com sua boca e queixo branco.Passados alguns dias após este primeiro contato, que foi o período para o seu desmamamento, a minha nora anunciou que poderíamos busca-lo. A princípio fiquei reticente em criar um gato, pois sempre gostei de cães, tendo algumas boas lembranças, como o Balú, a Burica  e o Sheik que partilharam um bom tempo de minha vida. Na verdade eu tinha mesmo preconceitos contra gatos, pois eu sempre ouvira falar de que gatos não são amigos dos donos como os cães e se apegam a casa onde vivem. Para estimular o nosso apego por você, minha nora nos deu uma cesta grande de vime, com uma almofada na cor azul, cheia de desenhos de gatos amarelos e brancos no tecido. Ao vê-lo assim acabaram-se todos os preconceitos e foi uma babação geral. Depois de alguns nomes rejeitados, chegamos ao consenso de que você deveria chamar-se Tom Tom. Você ainda apavorado pela ausência de sua mãe Vitória soltava alguns miados baixinhos. Depois de algumas mudanças, você passou a dormir não só no meu quarto como na minha cama. A princípio era uma coisa estranha, pois antes de dormir você como que ligava um motorzinho e ficava passando de um lado para o outro pela minha cabeça, ligadão. Depois você ia para os meus pés, se acomodava e dormia quietinho. Neste ínterim você crescia e trocava a cor do seu pelo de cinza quase chumbo para um cinza mais claro. A cada dia nos deliciávamos com suas brincadeiras de puxar fios e dar tapinhas em rolos. A casa era uma alegria só. Mais do que sua beleza o que realmente contava era o seu carinho e afeto bem como a sua mansidão. Além disto você era um fiel amigo, que quando me via chegar, corria para o portão e vinha passando entre as minhas pernas e de vez quando rolava no chão para eu fazer um carinho. Quando estávamos com algum problema você parece que percebia no ar alguma coisa diferente e logo começava a passar perto da gente fazendo um carinho com o seu corpo e por conta disto esquecíamos o problema para dar atenção a você. Foram tantos os bons momentos vividos por nós e você neste rápido ano que passou, que não dá para relatar todos nesta carta. Por isto Tom me desculpe pela falha da minha memória e por não estar sendo justo com tudo o que você fez por mim. Hoje eu entendo aquele diretor de cinema americano que morreu num incêndio, tentando salvar o seu gato de estimação. Não há nenhuma estupidez quando se dá a vida para salvar um grande amigo. Infelizmente eu não pude fazer muita coisa para salvá-lo. Aceitei passivamente o diagnóstico de um único veterinário de que você estava com retenção urinária e de que teria colocar uma sonda direta em sua bexiga. Como não deu certo teria de fazer uma cirurgia para tirar as pedras de seus rins. Autorizei tal cirurgia. A operação foi feita e como os seus rins estavam mal formados e cheios de pedras quais cristais, conforme relatado por tal veterinário, ele resolveu sacrifica-lo para não haver mais tanta dor para você. Por tudo isto Tom, eu gostaria de lhe pedir o seu perdão. Eu não lhe dei outra oportunidade. Não houve da minha parte qualquer questionamento ao parecer do aludido veterinário. Você confiou a sua vida totalmente em mim como seu protetor e eu lamentavelmente falhei.  Concluindo Tom, apesar do pouco tempo que você esteve entre nós você nunca será esquecido, pois você foi como um raio de luz em nossas vidas sombrias. Como todo o raio durou pouco mas o suficiente para nos iluminar. Num ano ruim cheio de problemas, você trouxe a alegria e muita felicidade, agora o que resta é uma enorme saudade e um vazio. Só depois da perda é que nos damos conta do quanto você foi especial e será insubstituível nos nossos corações. Um beijo no seu coraçãozinho do seu ...papai!         

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

O MAL DISFARÇADO DE BEM


Muitas vezes por não termos todo o conhecimento dos fatos, julgamos algo como sendo bom, quando na verdade é um grande mal. Somos enganados pela nossa vista, que vê apenas o que aparece filtrado pela nossa retina  e não as intenções e o que acontece posteriormente. Assim, aquilo que tem uma aparência de bom, pode esconder um grande intento do mal. Os nossos olhos não conseguem perceber aquilo que vai no coração de alguém, que demonstra por atos visíveis uma atitude benévola, com o fim único de atrair uma presa e matá-la. É o mal disfarçado de bem. São tantas coisas assim. Quantas vezes lemos no noticiário de que alguém foi morto após ser socorrido pelo seu pretenso benfeitor, que a princípio fez um grande ato humanitário. Muitos, tidos como benfeitores, na verdade usam uma capa para esconder as suas garras, assim como o lobo mau da estória de chapeuzinho vermelho. Assim se dava com os "capo" da Máfia, com os líderes do tráfico e os chefes da milícia em suas comunidades, sempre pareciam como seus protetores, quando na verdade eram algozes e traziam as pessoas cativas. A melhor maneira de enganar alguém é fazer algo aparentemente bom para ela. Depois da boa isca lançada, é só esperar o momento oportuno que com certeza acontecerá com o incauto tentando engoli-la, sem saber que na ponta tem um mortífero anzol. O inimigo da vida, Satanás, tem usado destes ardis para depois consumar seu intento. Alguns de seus ardis é fazer-nos crer que todos os caminhos levam a Deus; que existem vários caminhos, mas o fim único é chegar a Deus; que não importa no que você crê, mas que você creia; o importante é ter uma religião; que você deve seguir seu coração; que você tem direito a usufruir da vida sem dar contas a ninguém pelos seus atos; que você deve ser livre;  que o mal não existe e que ele, o Diabo, está morto; que Deus é bom e perdoador e sempre vai entender as suas fraquezas e repetidas recaídas, basta você confessar os seus pecados e continuar levando a sua vida normal. Ora, aparentemente são coisas boas que dão uma falsa aparência de liberdade a pessoa de fazer o que bem entende, sem ter de prestar contas de seus atos e ainda por cima não ter dores de consciência. Como Paulo disse, ele, o Diabo, persiste em transformar-se em anjo de luz, fazendo curas e todo o tipo de milagres com o fim de desviar o inocente do único caminho correto para se chegar a Deus, que é o especificado em sua Palavra. Não existem duas verdades, a verdade é uma  só, ainda mais se forem totalmente conflitantes. No famoso sermão do monte, Jesus falou que só existe um caminho difícil e estreito para se chegar a Deus e que poucos estariam nele. Como já disse anteriormente, o inimigo diz que não, que todos os caminhos levam a Deus. Apenas são formas diferentes de se chegar a Deus. O amigo verdadeiro manda você ser vigilante e ficar na expectativa para não ser apanhado de surpresa e vir a perder a sua vida, enquanto o falso manda você não se preocupar, que você é uma filha ou um filho de Deus e nada de mal te acontecerá e que se houver alguma mudança não é para agora, ainda vai levar muito tempo, então, enquanto isso, você deve aproveitar a vida, que é uma só. Quando este conselho vem de alguém que se diz religioso e é um superstar gospel com milhares de fãs fascinados, não pelo que ele diz mas por sua aparência, ou o caminho é mostrado por um guru famoso, com best-sellers  no mundo inteiro, muitos ficam propensos e até contagiados pelas suas idéias e passam a crer neles. Em quem você acredita? Vai ser vigilante, ouvindo a Jesus ou a estes que se dizem seus seguidores mas falam ao contrário dele? Vai ficar atento aos sinais que estão todos aí, ou continuar vivendo a sua vida normal, como se nada estivesse prestes a acontecer? Cuidado para não ser enganado pelo mal disfarçado de bem e a sua aparente liberdade de você fazer o que bem entende, pois isto é como trocar um valioso diamante, que é sua vida por  uma bola de gude, que é qualquer prazer temporário e você ainda achar que é esperto e está levando vantagem. Lembre-se de que ele tem milhares de anos na arte do engano e você é como um bebê recém-nascido sem qualquer experiência..

sábado, 8 de janeiro de 2011

O MODISMO DAS NOVELAS E FILMES

As novelas e filmes sempre foram fontes do modismo, seja no estilo de vida, nas roupas e em outras peças do vestuário. Ha pouco tempo atrás tivemos umas bolsas pequenas, tipo carteira chamadas de "norminha" graças a uma personagem da novela das oito. Depois tivemos uma novela, cujo enredo principal se passava na Índia e lá foi aquele enxame de coisas indianas. Quando era jovem as vezes também usei alguma coisa que tinha a ver com algum personagem novelesco. Logicamente que tinha que combinar com o meu tipo físico. Em particular lembro-me de uma novela que foi de grande audiência na minha juventude, que foi "Cavalo de Aço". Um dos personagem usava umas botas com o salto bem alto. Á partir daí surgiram botas com o mesmo estilo e altura, cujos saltos eram enormes, deixando as pessoas baixas, com uma estatura acima da mediana. Eu possuía logo três pares. Quando tinha que ir a algum lugar e parecer mais alto, lá estava eu de "cavalo de aço". Por esta época, havia uma garota que eu paquerava, uma morena alta, que tinha mais ou menos 1,80 m de altura. De vez em quando eu ia até a sua casa e ficávamos lá conversando, ou dentro do carro ou quando me aventurava fora, ficava sentado em cima dele, já que o carro era um baixinho conversível amarelo, um MG TD 52, isto para diminuir as nossas diferenças. Certa ocasião à noite, estávamos no seu portão conversando, quando de repente, lá dentro da casa da garota, houve um tumulto enorme, uma  gritaria e a mãe dela clamando por socorro. Resolvemos de pronto correr para dentro do quintal até chegar a sua casa para ver o que estava acontecendo. Andar com o "cavalo de aço" era uma coisa, correr era outra e foi um verdadeiro desastre, pois eu torci o pé e tive de  ser carregado, pela garota  para a varanda da casa, que continuava com briga, com o  padrasto ameaçando de faca a sua mãe. Foi o caos, gente gritando de um lado e eu gemendo de dor sem poder fazer nada do outro. Depois de  cessada briga com a retirada da faca do poder padrasto que estava completamente alcoolizado e acalmados os ânimos, passaram a me dar atenção mas assim que a dor diminuiu e me senti melhor, saí pulando numa perna só e envergonhado peguei o carro e nunca mais voltei a casa daquela "nefilin". Por causa da minha altura eu nunca fui muito fã de motos, ainda mais que não existia naquela época motos menores de poucas cilindradas. Mas depois de assistir ao filme Easy Rider (Sem Destino) fiquei animado e achei que poderia ter uma parecida com a daquela película. Ainda mais que dinheiro naquela ocasião em que trabalhava num cartório, não era o problema. Assim, em parceria com meu irmão Gécio, compramos uma Norton 500 cilindradas (a "Poderosa" do companheiro do "Che" na sua viagem pelo continente era também uma Norton de 500cc) e passamos a fazer as modificações necessárias para que ela ficasse igual. Primeiro mandamos fazer um garfo comprido e meio deitado para a roda da frente, que tinha um aro menor. Atrás, no local onde fica o bagageiro, colocamos um ferro alto em curva e bem cromado que ultrapassava a cabeça, chamado de "santo antônio". Pintamos a moto de branco e com alguns detalhes em azul e vermelho como se fosse estrelas de uma bandeira. Ficou bem semelhante a do aludido filme, modelo Capitão América. Era uma moto grande e pesada, pois ainda não existia as feitas de fibra de vidro ou mesmo de plástico em algumas partes, como são as de hoje em dia. Era lataria de puro aço mesmo. Por causa desta linda moto eu e meu irmão éramos conhecidos por "Sem Destino". Quando saia, eu procurava estacionar a moto junto ao meio fio, onde eu poderia colocar o pé, para facilitar as coisas. Certa feita, resolvi dar um passeio de moto com minha ex-esposa. Depois de alguns bordejos paramos num semáforo. Como de costume eu usava uma bota de cano alto, com o salto a lá "cavalo de aço" e encostei a ponta do pé esquerdo no chão na expectativa da abertura do sinal. Estava assim por dizer, só com o dedão de uma unha encravada segurando aquele peso todo, como se fosse um bailarino no fuetê. De repente minha ex-esposa, que não me ajudara em colocar também um pé de apoio, pendeu para um lado e ambos terminamos no chão, tendo eu uma enorme dificuldade para levantar tal moto. Nesta minha vida eu aprendi muito do slogan de uma antiga distribuidora de petróleo, a Atlantic que dizia: "QUEM NÃO É O MAIOR TEM DE SER O MELHOR".

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

ESTAMOS NA IMINÊNCIA DE UMA GRANDE CATÁSTROFE?

Stephen O`Leary, professor adjunto da Universidade do Sul da Califórnia disse:" VOCÊ NÃO PRECISA SER UMA PESSOA RELIGIOSA PARA ACHAR QUE ESTAMOS CAMINHANDO PARA UMA CATÁSTROFE" Sim, o que vemos e ouvimos todos os dias nos meios noticiosos, são mudanças climáticas que tem causado enchentes catastróficas em várias partes do mundo, secas brutais em outras, aquecimento global, derretimento do gelo polar, aumento do nível dos oceanos, grandes focos de incêndios em várias regiões, desmatamento acelerado, ar de péssima qualidade em várias cidades, poluição ambiental dos mares, rios e lagoas, terremotos, maremotos,  tsunami,  erupção de vários vulcões, aumento do buraco na camada de ozônio,  depressão econômica, ameaças nucleares e muitas outras. Cientistas renomados como, Stephen Hawking, bem como o professor emérito de Cambridge, Sir Martin Rees, acreditam que o mau uso da tecnologia e o efeito das atividades humanas no meio ambiente podem mudar de modo irreversível a vida na Terra ou até mesmo acabar com a civilização. Esse alertas são bem sombrios. Falando sobre as mudanças climáticas, Cientistas do Boletim Atômico, disseram que "as mudanças climáticas são uma ameaça quase tão terrível quanto as armas nucleares" Tais desastres geram predições sobre o Juízo Final. Uma destas predições, tem haver com especulações sobre o fim do mundo em 2012. Muitos temem, que o fim da civilização conforme a conhecemos ocorrerá neste ano, com base num antigo calendário Maia. Dão até o dia, 21 de dezembro de 2012. Mas será que tal predição merece crédito?  Podemos dizer com toda certeza que não. Embora não se possa negar que tanto os Maias, como os Incas e os Astecas, povos que viviam no nosso continente antes da chegada da civilização européia, possuíam bastante  sabedoria em construções, estradas e outras realizações, não eram como muitos acreditam serem, seres originários de outros planetas, o que lhes daria uma informação privilegiada de fonte superior. Mas eram sim, povos primitivos de uma cultura elevada para os padrões da época, nada de anormal, tanto que vários de seus escritos e predições são verdadeiras aberrações. Para algumas pessoas, não há de verdade algo que possa trazer alguma calamidade para a raça humana, a não ser ela própria se auto-destruir. Outros acham que apesar de todo o horizonte sombrio, que se nos apresenta hoje, a ciência encontrará o caminho e a solução dos enormes problemas que hoje nos preocupam. A ciência e os cientistas, passaram a ocupar o lugar de Deus. Por conta disto, muitos creem na ciência cegamente. A maioria dos cientistas dizem  que só acreditam no que vêem  e como não vêem  Deus, negam-lhe a existência. São ou ateístas ou agnósticos. Os primeiros negam e os segundos duvidam de sua existência. Não vemos várias coisas mas nem por isto elas não existem: os raios ultravioletas, raios gama, laser, raios X e até um simples vento. Não vemos mas sentimos os seus efeitos. Assim é Deus. A Bíblia, que é tida como sendo a Palavra de Deus, para orientação da raça humana, também trás predições para os nossos dias, chamando-os de "tempo do fim" ou  "últimos dias". Diferente de todos os outros livros, não tem aberrações, como alguns livros antigos, que diziam que a terra estava sobre dois elefantes gigantes, os quais estavam em cima de uma grande tartaruga. Ela está de acordo com a mais pura ciência. Por exemplo já dizia há mais de 3.000 anos atrás que é a Terra é redonda, conforme expresso em Isaías 40: 22, coisa que só foi imaginada por homens sábios, como Galileo Galilei há uns 500 anos atrás, ocasionando as grandes viagens marítimas, que resultou na descoberta do continente americano. Que os corpos celestes gravitam debaixo de leis matemáticas precisas, conforme expresso no livro de Jó Cap. 38: 33, onde fala dos estatutos ou leis dos céus. O grande matemático e filósofo Pitágoras só foi compreender estas leis, que regem os corpos celestes, cerca de 1.000 anos após Jó ter falado isto. No livro de  Jó também fala.que a Terra está suspensa sobre o nada, conforme se vê em Jó 26:7, coisa inimaginável para qualquer homem por mais sábio que pudesse ser daquele tempo. Então, como saber destas coisas lá naquela época? Só mesmo através de alguém muito superior, que é Deus para fornecer tal conhecimento a estas simples criaturas. Diz ainda na Bíblia que este ser Criador, não criou Terra, simplesmente para nada, sem um objetivo, que a formou mesmo para ser habitada, conforme lemos em Isaías 45:18. Há um grande propósito para o nosso planeta por isto ele não será destruído. Sendo assim a terra nunca vai  passar por alguma catástrofe? Catástrofe que atingirá principalmente seres humanos sim, mas destruição completa não. Conforme já dissemos no início a Terra está completamente arruinada. Por exemplo, alguém que aluga uma casa deixa que o inquilino a destrua completamente? É claro que não. Toma as providências para despejar tal inquilino mau. Da mesma forma,  Deus, o Criador e dono da terra fará o mesmo, com nós, caso sejamos considerados maus inquilinos, conforme se vê em Apocalipse ou Revelação capitulo 11: 18. Lá, Deus diz entre outras coisas "que vai arruinar os que arruínam a terra". Não destruirá o planeta Terra, mas os homens que a arruínam. Tendo em vista que a Terra está arruinada tanto do nosso ponto de vista, como mais ainda do ponto de vista de Deus. Ele não demorará a tomar as providências necessárias para livrar a Terra dos que a arruínam, numa grande tribulação, tal como nunca ocorreu antes, nem ocorrerá de novo conforme expressou, Jesus em Mateus 24: 21. A Bíblia diz que neste dia de ajuste de contas, a Terra se encherá de cadáveres, milhões e milhões deles. Será uma guerra seletiva, morrerá apenas os que não querem se adequar as normas do proprietário, Deus. Mais de sete bilhões de pessoas perecerão nesta  ocasião, que se aproxima velozmente. Apenas, um número reduzido, de cerca de uns quinze milhões de pessoas, que estão se esforçando a viver de modo correto, sobreviverão. Então corremos de fato, um iminente perigo de vida. Podemos ilustrar a vida como uma  viagem à bordo de um luxuoso transatlântico, que é dotado de todas as mordomias possíveis e imagináveis. Estamos lá tranquilos, curtindo as belezas por exemplo das ilhas do Pacífico, quando inesperadamente o navio, bate em um recife. Ao saber que nosso navio, teve uma grande avaria e está prestes a afundar não é sensato ficar na sua piscina, ou em procurar qualquer outra distração. A pessoa sábia, procurará de imediato um bote, um colete ou qualquer coisa que o ajude a ficar em cima da água. Só os tolos, continuarão a querer usufruir das boas coisas do navio enquanto este está indo rapidamente a pique. Quando se dará isto, esta catástrofe seletiva? O escritor deste blog, que não é, nem se arvora ser profeta, mas apenas um atento observador dos sinais bíblicos do tempo do fim, conclui que praticamente já se cumpriram todos, por isto arrisca um palpite, mera opinião particular sua e não de quem quer que seja, grupo ou organização, é de que no máximo em poucas décadas ocorrerá, tal cataclismo. Isto é um prazo máximo, mas pode ocorrer a qualquer momento, até mesmo nestes próximos anos. Que sejamos sábios em procurar proteção para nos livrar do iminente risco de vida que corremos. As informações para nos proteger da calamidade, como devemos agir nesse curto tempo que resta, estão sendo levadas quase todos os dias e completamente de graça em suas casas, no horário de sua conveniência e sem nenhum compromisso, um verdadeiro curso de sobrevivência humana, para não estarmos entre os mais de sete bilhões de pessoas que com certeza em breve morrerão e sim, entre os aproximadamente quinze milhões que provavelmente sobreviverão para uma vida eterna, aqui mesmo, neste lindo planeta Terra, que é o nosso lar, sem nenhuma das coisas que o arruínam e em paz com toda a natureza. Cabe a você decidir, no mais curto espaço de tempo, onde você quer estar no futuro próximo, entre os poucos sobreviventes ou entre os bilhões de mortos.

Obs. Este link foi escrito seis dias antes de haver uma enorme catástrofe em toda região serrana do Rio de Janeiro, a maior que já houve no Brasil e o grande maremoto seguido de um tsunami que devastou o Japão,  mas a grande catástrofe de que falo, está ainda um pouco à frente e atingirá todos os lugares e não apenas alguns!!!

sábado, 1 de janeiro de 2011

NÃO VALEU O SACRIFÍCIO

Um ano novo se inicia. Com ele há a promessa de mudanças. É época de refletirmos o que tem sido as nossas vidas. O que queremos para o futuro. Ao olhar para trás sobre o que tem sido a minha vida nos últimos anos, não fiquei nada satisfeito. Vi que não consegui absolutamente nada. Não dei um passo à frente, muito pelo contrário, dei vários passos atrás. Fiz investimentos errados, tanto financeiros como em pessoas. Fiz escolhas equivocadas. Acreditei em falsas promessas. Criei expectativas que não se cumpriram e nem vão se cumprir. Fiz amizades, mas não tão verdadeiras como esperava, pois estas não tem horas certas no dia pra começar e terminar. Amigos tiram férias mas a amizade nunca, sempre tem um meio de comunicar-se com os amigos, mesmo que estejam no Polo Sul ou num outro lugar por mais deserto que seja. Não tem barreiras, não há empecilhos, as linhas estão sempre abertas. A amizade está atenta e ligada as 24 horas do dia, pra qualquer emergência. É uma via de mão dupla e não aquela que só vai num sentido, o dos outros. Neste ano que passou, disse muitos sim pra quem não devia  e nenhum não. Nadei, nadei e morri na praia, sem ninguém pra me socorrer. Batalhei, batalhei mas tudo foi em vão. Enfim, tenho sido um fracasso na busca de pessoas e coisas que possam me trazer alguma alegria, dando sentido a minha vida. O que fazer daqui pra frente? São dois os caminhos a escolher. Primeiro: Continuar como está, com alguma mudança aqui ou ali mas nada substancial. Manter as amizades atuais como se fossem verdadeiras, as melhores? Continuar molhando plantas artificiais na triste ilusão de que algum dia possa brotar algum raminho, gerando frutos? Continuar dizendo sim a tudo e a todos? Não contestar. Aceitar tudo passivamente, como mero expectador que vê a vida passar através da janela de um trem. Olhar sempre só para as necessidades dos outros, esquecendo das minhas próprias? Ser o motorista particular de todos, sem colocarem um único centavo de combustível, tudo na base do 0800? Por fim, esperar pacificamente que a morte me alcance, para ter um enterro concorrido, onde muitos com certeza dirão: - Que pena!. Foi um homem bom, ajudou á muitas pessoas. Ou, como segunda opção, fazer mudanças drásticas, bem radicais. Dispensar algumas amizades. Ao invés de continuar molhando plantas artificiais, arranca-las como coisas  imprestáveis. Dizer vários nãos, pra pedidos de quem não se importa comigo. Contestar muitas coisas. Devo amar ao próximo ... mas como a mim mesmo e não só ao próximo. Dar valor apenas as pessoas que são realmente importantes, que tem consideração, que  reconhecem os meus esforços e procuram retribuir a amizade recebida com gestos de amizades e não as que nem estão aí e se estão não demonstram de forma perceptível. Que são frias e insensíveis nos seus gestos de carinho e atenção. Confiar nas pessoas que mereçam a confiança depositada. Ter um enterro com bem poucas pessoas e que algumas talvez digam: - Apesar de tudo, tinha algumas qualidades, não era de todo mau. Tenho pensado seriamente na segunda opção, pois o sacrifício que tenho feito não mereceu reconhecimento, não foi contado como coisa boa e valiosa para ninguém, não trouxe ou acrescentou algo de positivo em minha vida, só frustração, apenas dava uma falsa aparência de que tinha algum valor para algumas pessoas. Ledo engano. Se tinha  algum valor, nunca alguém demonstrou isso. Nunca passei de um mero instrumento na realização de objetivos alheios. Fui sempre a alavanca para outros alçarem voo, enquanto eu mesmo nunca saí do chão. Esperemos os acontecimentos para ver que caminho definitivamente escolherei. É bem  provável que nesta opção, eu vá, magoar e decepcionar bastante a muitos. Não serei mais o mesmo. O antigo eu, faleceu na virada do ano, por falta de total compreensão. Ser bom só da Ibope na hora da morte, na vida não é levado em conta. A partir de agora, eu vou estar em primeiro lugar, outras pessoas, poderão ter algum lugar ... mas se houver bastante espaço... Não tive outra escolha, fui empurrado nesta direção!!!