Nos últimos tempos temos ouvido, visto e lido sobre crimes bárbaros que tem acontecido, não em lugares distantes mas aqui mesmo no nosso país. Por exemplo, há algum tempo atrás um pai e uma madrasta foram acusados e depois condenados pelo que se noticiou, de matarem a filha dele de apenas cinco anos de idade, atirando-a do sexto andar do prédio onde moravam, um edifício de classe média alta em São Paulo. Pouco tempo depois soubemos da notícia de que uma médica que cuidava da unidade de terapia intensiva de um hospital evangélico no Paraná, foi acusada de ter contribuído para a morte de vários pacientes que estavam a seus cuidados, por ministrar-lhe remédios que causavam a sua asfixia. Alguns meses depois, policiais militares do Rio que faziam uma blitz numa comunidade, foram acusados de atirarem numa mãe de família que tinha ido comprar pães e depois no intuito de "socorrê-la", negligentemente a colocam na caçapa do camburão da PM, cuja tampa se abre no caminho e ela sai arratada pelas ruas do Rio, causando-lhe uma morte horrível. Na onda de protestos que sacudiu o país, um cinegrafista que cobria as manifestações do Rio, foi atingido e morto por um rojão atirado por pessoas inconsequentes. No Rio Grande do Sul um casal, pai e madrasta médicos, são acusados de um crime bárbaro, o primeiro por negligência e a segunda de matar o filho dele de apenas onze anos de idade, ministrando-lhe uma injeção letal e depois enterrando o corpo num matagal, que é incinerado com soda caustica para dificultar a sua identificação. Nas vésperas de começarmos a Copa do Mundo de Futebol em nosso país, um torcedor que tinha ido assistir a partida envolvendo o Santa Cruz e o Paraná, no estádio Arruda em Recife é morto, ao ser atingido por um vaso sanitário lançado do alto por um verdadeiro criminoso. Para culminar, esta semana ficamos estarrecidos pelas fotos e vídeos de uma dona de casa e mãe de duas filhas que foi espancada e arrastada até morte por uma multidão enfurecida em Guarujá no litoral de São Paulo. Dizem que as pessoas foram incentivadas a isto, por boatos lançados nas redes sociais de que ela teria o perfil de uma sequestradora de menores e que envolvia as crianças sequestradas em rituais de magia negra, o que se descobriu tardiamente, ser uma grande inverdade. Todos estes escabrosos fatos noticiados são um verdadeiro absurdo que transcende a compreensão humana. Nunca estivemos num nível tão baixo de desamor, de crueldade, de violência contra outros seres humanos e em especial seres indefesos como as crianças que confiam em seus pais como sendo seus protetores, quando na verdade muitos deles são seus algozes. Não estamos julgando ou condenando as pessoas aqui envolvidas e acusadas, longe disto pois não nos arvoramos ser juízes. Quem deve fazer isto é o judiciário, para isto ele existe e tem as suas regras, temos de esperar e respeitar os seus julgamentos por mais que possa haver enganos mas é melhor confiar nele do que se procurar fazer justiça com as próprias mãos, não dando ao acusado o sagrado direito de defesa. Infelizmente hoje em dia multidões estão sendo levadas a caminhos tortuosos que desabam em atos criminosos, por pessoas inescrupulosas e manipuladoras de opinião. Elas se aproveitam da ocasião e lançam acusações levianas contra alguém para instigar os menos esclarecidos a cometerem barbáries, sob a pálida alegação de que a justiça humana além de tardia, não resolve os casos e tem deixado impunes os criminosos. Este tipo de ação era própria da época tenebrosa e de escuridão da Idade Média, quando as pessoas eram condenadas e mortas, sem julgamento, por simples boatos. Chamar este mundo atual, cruel e violento de mundo cão, ou "mondo cane" como era conhecido algum tempo atrás a sociedade ruim e devassa, retratada num famoso filme italiano da década de sessenta, é imputar a tais animais uma conduta que não é própria deles, muito pelo contrário, eles tem demonstrado carinho e amor por nós cruéis humanos que muito lhes tem maltratado e os feito sofrer. Sorry dogs of my world!!!
Nenhum comentário:
Postar um comentário