Páginas

domingo, 10 de junho de 2012

O ÚLTIMO BEIJO

Antigamente quando alguém terminava um romance ou este era rompido por uma tragédia, aquele sobrevivente ou o abandonado em tal relacionamento, passava a se lembrar do último beijo dado na pessoa querida. Sim, o último beijo era a lembrança mais marcante que ficava ao fim de um romance tão desejado. Logicamente que os tempos mudaram e hoje o beijo não tem tanto significado como possuía no passado. Assim voltemos ao passado, quando ele valia. Era o dia 22 de dezembro de 1962, cinco jovens do Gordon Military College, de Banersville, na Georgia, estão a bordo de um Chevrolet 1954 indo para um baile de fim de ano num outro local. Enfrentam um intenso trafego na Highway 341, que os obrigam a cortar vários carros, quando de repente, o jovem e inexperiente motorista J. L. Hancock de apenas 16 anos, bate violentamente num caminhão de madeiras que estava parado, tendo ele, sua namorada também de 16 anos, Jeanette Clark e mais outro amigo que ía no banco de trás, morrido no local do acidente e os dois outros ficam gravemente feridos. No momento da batida, passava pelo local e testemunhou o acidente, Wayne Cochran, cantor e músico, que até ajudou no resgate dos corpos. Sensibilizado pela morte que havia colhido estas pessoas tão jovens, Wayne compôs uma música e dedicou a jovem Jeanette Clark namorada de Hancock, o nome da música era "LAST KISS", gravada por ele próprio, pouco tempo depois. Não fez muito sucesso nem agradou as pessoas que a ouviram. Em 1964, um grupo famoso de San Ângelo o J.Frank Wilson & The Cavaliers, grava tal música e esta chega ao segundo lugar das paradas americanas, tendo na capa do Lp, o lider do grupo Frank Wilson, segurando o corpo de uma jovem moribunda, representando Jeanette, mesmo assim ainda não é em nada comparado ao estrondoso sucesso que tal música alcançaria em 1999, quando o PEARL JAM grava a música. Embora exista boa parte da letra de tal música que não condiz com aquilo que acredito, pois faria de Deus uma pessoa ruim que causa à morte e leva pessoas assim tão jovens, quando na verdade é o Inimigo da vida que faz isto, mas não deixa de ser simbólico e verdadeiro, o fato de que o último beijo é uma coisa marcante na vida daqueles que amam de verdade. Esta história real, me faz lembrar de uma outra fictícia, na música de Renato Russo, que fala de um jovem, também de 16 anos, o João Roberto, mais conhecido como Johnny, o rei dos pegas na Asa Norte, que por um amor não correspondido, onde nem beijo houve, enfia seu Opala metálico azul, em um caminhão na curva do Diabo em Sobradinho. Sim, o beijo já teve muito significado na vida daqueles que amavam, era o ápice do namoro, hoje é quase um ato ultrapassado, já que as pessoas que agora namoram vão logo pros finalmente sem nenhum romantismo e se há algo a ser lembrado ao final do relacionamento é a última vez que fizeram sexo. O nosso L. Hancock e sua namorada Jeanette Clark viveram numa época em que o beijo, causava um frisson nos envolvidos e por ocasião de suas mortes, houve uma verdadeira comoção em Barnesville sua cidade, onde eram bem queridos. Ao acordarem do sono da morte, aqui mesmo na Terra, que será o paraíso de que  fala a música, viverão num mundo em que o beijo, terá o mesmo valor que tinha em sua época e não haverá nunca, o LAST KISS famoso da música de Wayne Cochran.      

2 comentários:

  1. Legal. Essa música sempre me tocou de alguma forma mais intensa e eu nunca entendi o pq... Agora acho que já sei.

    ResponderExcluir