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segunda-feira, 5 de setembro de 2011

A NOVA PONTE DE WATERLOO

De repente me vem a lembrança, um filme que assisti na minha pré-adolescência, "A Ponte de Waterloo", com Robert Taylor e Vivien Leigh. É a história de um casal que se conhecem, na Ponte de Waterloo em Londres, por ocasião da 2a. Guerra Mundial. Ela uma jovem bailarina, ele um oficial do exército britânico. Depois de juras de amor eterno, ele é chamado para o front da guerra e ela fica em Londres, tentando algum trabalho como bailarina, o que é muito difícil, devido ao esforço de guerra. O tempo passa e então ela vê,  através da leitura de uma lista de mortos, o falecimento do seu amado. Sem ter como sobreviver de sua profissão, aos poucos ela vai baixando as suas normas de moral, por trabalhar primeiro como corista de cabarés e por fim torna-se uma prostituta. Nesta condição, ela vai sempre a estação de trem em Londres, para receber os seus futuros clientes, soldados vindos do front. Numa destas idas, ela vê descer de um vagão, nada mais, nada menos, que o seu amado oficial, que havia sido dado como morto. Ele imagina que ela foi até a estação para espera-lo e não como uma prostituta a procura de clientes. Depois dos primeiros encontros, onde são rememorados os dias felizes que tiveram, ela é atormentada pela sua condição, pois não sabe como dizer-lhe do seu passado de prostituição e a áurea dele, um herói de guerra, cheio de condecorações. Não vendo outra saída, ela resolve por fim a sua vida, suicidando-se, na Ponte de Waterloo onde se conheceram. Sim, as vezes os atos do  passado não perdoam, são como uma grande cicatriz que fica indelevelmente por toda a vida. Hoje em dia muitos jovens, não pensando muito no futuro, levam uma vida promíscua, beirando as raias da prostituição, com um agravante, de que fazem isto, não para sobreviverem, como foi o caso da nossa personagem do aludido filme,  mas por que gostam. Que  tipo de jovens agem assim? São pessoas, vindas de boas famílias, a maioria estão ainda entrando na adolescência, frequentam academias de ginásticas, onde há o culto do corpo e um total desprezo pelas virtudes, começam a beber e a fumar cedo. As ainda meninas, gostam de serem conhecidas como "gatas", mas se comportam como "cadelas". Alardeiam serem quase "santas", pois para elas "piriguetes", são as outras, que se comportam como uma marca de cerveja famosa.  Aí, conhecem alguém, com a melhor das intenções de se casar, dando-lhe seu sobrenome, a fim de constituírem uma família. Mas, o seu passado é bastante tenebroso e todos os que a conhecem, a veem não como uma pessoa respeitada, mas como uma pessoa que nunca zelou por sua reputação. A princípio ela tenta esconder os erros do seu passado, mas este parece que a persegue, pois em quase todos os lugares onde vai, tem alguém que faz alusões aos romances e intimidades que já tiveram. Até que o pretendente, desconhecedor de sua vida passada, vai juntando as peças do quebra cabeça e aos poucos faz um quadro geral do tipo de pessoa por quem estava disposto a se casar, que não passa de uma pessoa de uma moral pouco recomendável, que só lhe traz vergonha. Mesmo que isto só apareça após o casamento, ainda assim, causará um grande mal, inclusive a ruptura deste, por não ter havido um jogo franco, de se contar os pecados de uma juventude desregrada. Assim, como uma ficha limpa lhe abre as portas para a obtenção de créditos, da mesma forma, uma vida de um passado onde não há nada com que se envergonhar, lhe abrirá as portas da felicidade, não esta ilusória e passageira das baladas, mas de um futuro bom ao lado de quem você ama e que poderá lhe fazer feliz. Viva a vida de forma a merecer tal futuro glorioso, onde possa andar de cabeça erguida,  sem medo que alguém lhe impute ou faça alguma alusão, de que houve algum fato no seu passado que a condene. Não faça de sua vida tal qual a personagem feminina da Ponte de Waterloo, pois não vale a pena, pode leva-la a um outro tipo de suicídio, o simbólico, com o falecimento de sua dignidade como ser humano. Lembre-se: o seu passado sempre ficará ligado a você, seja como um pano limpo de uma brancura impecável, seja como uma nódoa que não sai, por mais que se tente apagá-la.              

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