Na semana passada tive uma triste e porque não dizer dolorosa decepção. Um grande amigo de quem compartilho a amizade por cerca de uns trinta anos, fez ou foi induzido a fazer um ato que eu reporto de uma certa deslealdade para comigo. No momento fiquei perplexo, chocado, porque o aludido ato mesquinho, envolvia uma certa soma de dinheiro, referente aos honorários de sucumbência num processo a que tinha direito e ele simplesmente pedia para não me pagarem. Achei um absurdo trocar uma amizade por dinheiro, independente do valor que seja, ainda mais que não era ele que iria pagar. Amizade não tem preço, não se compra nem se vende. É muito difícil para mim crer, que este meu amigo que sempre foi tão generoso, tenha se esquecido dos bons momentos que desfrutamos juntos com nossas famílias. Das muitas férias de toda a família numa ilha, das pescarias, dos passeios em sua lancha, das peripécias enfrentadas no mar causadas pelo vento sudoeste, da estada e da boa hospitalidade em sua fazenda, dos jantares em bons restaurantes, da amizade de nossos filhos, enfim foram muitas coisas boas que compartilhamos. Alem disto em muitas ocasiões aflitivas, seja financeira ou afetiva, como foi o que aconteceu por ocasião do meu divórcio, ele estava lá me dando a mão, me socorrendo, me ouvindo e estendendo um ombro amigo, coisas que eu não posso esquecer e das quais lhe sou eternamente grato. Embora de uns anos para cá moramos em cidades um pouco distantes, a nossa amizade nunca deixou de existir, continuou e sempre que podia estávamos juntos, falando de nossas vidas, trocando idéias, caminhando pela praia à noite ou comendo um bom peixe fresco, num restaurante que fica ao lado de uma colônia de pesca na Barra da Tijuca. Isto porque, para a verdadeira amizade não existe o fator distância. Em resumo, boas recordações que eu tenho da minha vida está ligada a este meu amigo e sua família. Não há como apagar tantas e tão boas lembranças. Sei que como todas as pessoas cometo erros, falhas e as vezes decepciono algumas delas e é bem provável que em alguma ocasião eu também tenha decepcionado sem o saber, este meu bom amigo. Mas quem me conhece verdadeiramente sabe do meu apego aos meus amigos do valor que lhes dou, de que não existe no mundo dinheiro que me faça agir com deslealdade com um amigo. É inconcebível para mim trair uma amizade que considero coisa como sagrada. Estou disposto até a morrer pelos meus verdadeiros amigos e isto é um fato conhecido por eles. Não sei se porque num período da minha vida, tinha as idéias hippie até hoje dinheiro para mim continua sendo uma coisa mais que secundária, fica lá atrás, não me faz a cabeça nem me corrompo por ele, apenas o utilizo como se fosse um mal necessário, porque infelizmente neste mundo ele é indispensável, mas não o objetivo ou o alvo principal a ser atingido por mim. Já a amizade, ter bons amigos isto é o que persigo tenazmente na minha vida, porque para minha alegria e felicidade dependo deles. Sou muito grato aos bons amigos que tenho, sem eles muitas das coisas que faço e me empenho não teria significado, seria um esforço em vão, pois não teria com quem compartilhar. Embora tenha ficado decepcionado com este meu amigo, pelos anos de nossa boa amizade, tenho que no mínimo lhe dar como crédito o "instituto da dúvida" de que nunca houve a intenção de agir com deslealdade, ou de que foi induzido ao erro. Da minha parte estou aqui, de braços abertos, um pouco triste é certo, mas disposto a lhe prestar qualquer tipo de ajuda que precisar, porque verdadeiros amigos podem se desentender mas nunca de uma forma que não permita a reconciliação.
adorei a postagem amigo sem querer passei vi gostei e comentei...
ResponderExcluirA paz do senhor esteja contigo